Piloto

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Acordei de um transe.

Aterrorizada demais para assimilar tudo que eu lembrava, tudo que me havia acontecido, o que eu tinha feito, e tudo que tinham tirado de mim, mas....era como se eu já não tivesse mais o controle de mim e estivesse constantemente tentando me libertar, e agora tinha finalmente conseguido, eu estava livre, a solta, e eles não tinham nem ideia disso. Todos iriam pagar caro.
Olhei ao meu redor e por fim para a janela, o alvorecer estava próximo, eu tinha minutos para trabalhar um plano para fugir daqui, eles tiravam minhas armas toda noite antes de me trancar nesse quarto. A janela possuía uma grade por fora, sair por ela implicaria em uma queda um tanto quanto feia, e milhares de soldados para enfrentar desarmada, não, eu precisavam sair pela porta da frente, e passar despercebida, eu vou destruir esse lugar, mas não hoje.
Busquei objetos que poderiam me ser úteis como armas mas não encontrei nada a não ser panos, bem, que assim seja, vou ter de contar com a sorte, então esperei de olhos bem abertos, esperei que os enfermeiros viessem como toda manhã, trazer comida e me examinar, ver se eu ainda atendia a seus comandos, eu teria que fingir muito bem se quisesse sair daqui viva. Meia hora depois eles apareceram e permaneci deitada, esperando que eles se aproximassem com a comida observando eu engolir cada colherada daquela espécie de suplemento diluído em ensopado, então comi enquanto eles me olhavam.
  — Hora do seu exame matinal Katarina, quando terminarmos você vem conosco -assenti e esperei que terminassem, fizeram perguntas de missões passadas e respondi cada uma delas corretamente, apesar da dor que crescia em meu peito pelas lembranças. - Agora levante-se vamos vestir você, tem uma missão.
Essa era a  chance que eu precisava! Tive que guardar toda minha satisfação para mim, se não desconfiariam, então deixei que me vestissem com minhas tradicionais roupas de couro pretas que apenas realçavam meus cabelos longos e vermelhos cor de sangue, e meu boldrié onde eu colocava armas e facas, eles não faziam ideia do monstro que tinham criado, tive que conter um sorriso enquanto me conduziam para a sala de armas para me equipar até os dentes.
— Você sabe o que precisa, pegue tudo e acompanhe seus parceiros -olhei para os homens carrancudos na porta, eram 5, todos armados alguns com cicatrizes no rosto, parecidas com a que eu tenho no olho, motivo pelo qual eu evito todo e qualquer espelho.
Desviei o olhar pois eles já pareciam desconfiar e comecei, peguei minhas duas lâminas gêmeas e encaixei as duas atravessadas nas costas, enfiei cinco pequenas adagas no boldrié e duas pistolas e parei por aí, eram sempre as mesmas em todas as missões, se acrescentasse mais uma agora iam perceber, essas teria de bastar. Então passei por entre os homens e fiz sinal com a cabeça para que me seguissem, eu sabia o caminho para a sala de operações onde eu receberia minhas instruções.
— Ah aí está você Katarina, bem como já te informaram hoje você tem trabalho a fazer - Declan começou a falar assim que pisei na sala, ele era um homem pouco mais alto que eu, de cabelos preto que já encontravam o grisalho, mas andava sempre tão bem arrumado que raramente alguém notava esse detalhe, parecia um dono de empresa, e essa era a verdadeira intenção, esconder a cobra traiçoeira que morava debaixo daquela pele.
— Esse como você bem sabe é Clint Barton - ele apontou para a tela do computador onde mostrava o famoso Gavião Arqueiro, um vingador - Ele está agora mesmo transportando arquivos da antiga Shield que como você bem sabe, foi tomada pela hydra e destruída, e alguns deles são nossos, eu quero de volta, você vai pega-los para mim, e matar quem quer que seja que entre no seu caminho - ele se aproximou lentamente de mim e pegou meu queixo com força me forçando a olhar diretamente para ele, me manti inabalada com muita dificuldade - se fracassar sabe o que te espera - estremeci.
— Não irei falhar senhor. - ele sorriu, retirou a mão do meu queixo e passou pelos meus cabelos.
— Sei que não querida, agora vá, e volte com meus pertences, esses aí vão te dar cobertura - ele gesticulou para os cinco homens, entendi a despensa assenti e saí, bom é agora ou nunca.
Entramos em um carro forte blindado e seguimos para Washington DC onde Barton estaria saindo com os tais arquivos. Depois de 3 horas chegamos ao nosso destino, realmente ja havia outro carro forte idêntico ao que estávamos, aparentemente Declan esperava que nos livrassemos do original fazendo com que Barton entrasse na cópia.
— Vocês três vigiem o perímetro, o Gavião é esperto e provavelmente está com ajuda em cada canto dessa avenida, se livrem de qualquer um que tente interferir aqui - eles assentiram e saíram do carro- você vai sumir com aquele carro assim que eu apagar os agentes.
— Devem ter pelo menos uns sete agentes naquele carro, você dá conta? - soltei uma risada.
— Já enfrentei coisas piores, mas se o Barton aparecer antes da hora, a coisa vai ficar feia, vão agora e façam o que eu falei, e você fica aqui vigiando o carro, vou te dar um sinal quando for a hora de substituir aquele por esse. - o quinto homem assentiu.
Saí do carro assim que vi o sinal dos três homens de que a barra tava limpa, fui sorrateiramente por trás e comecei tentar abrir a porta traseira do blindado.
— Sr? É impressão minha ou tem um cabelo vermelho tentando abrir a traseira do carro? - droga droga droga! Bela ideia do Declan de pintar meu cabelo dessa cor, tive que agir rápido pulei por cima do veículo e puxei um dos agentes pela janela - MAS QUE MERDA!
— Tudo seria bem mais simples se tivessem deixado meu cabelo passar despercebido - ele estava com os olhos arregalados, eu sorri e dei um soco que o apagou na hora, o outro agente pulou nas minhas costas e agarrou meu pescoço - Ora ninguém lhe ensinou modos? Não é assim que se trata uma dama, querido. - me impulsionei para frente e o atirei longe onde ele bateu o rosto no chão - Uh isso deve ter doído.
Mais quatro agentes saíram do carro com armas apontadas para mim, fingi levantar as mãos para o alto.
— Renda-se, ou não vai sair daqui viva -eu sorri.
— Temo dizer que a única vida intacta aqui será a minha. - e puxei minhas lâminas quando eles começaram a atirar e desviei as balas com as mesmas, eles arregalaram os olhos - Vibranium sabem como é né? - e corri em suas direções desviando de cada bala que eu conseguia, uma passou raspando minha perna e segurei um grito enquanto o sangue escorria, não os matei, mas não levou muito tempo para que eu apagasse cada um deles. - considerem isso como misericórdia, eu devia mata-los pelo sangue tirado.
Acenei para os meus parceiros para que um viesse me ajudar com os homens, enfiamos todos eles amarrados dentro do carro e ele levou para longe, dei o sinal para os outros virem com a cópia, Deus queira que o Gavião não ouviu toda a barulheira de tiro. Então esperamos, escondi o cabelo em um capacete para que ele n desconfiasse e fiquei mais no canto onde ele não me veria direito, dez minutos e a porta abriu e ele entrou.
— Podemos ir agora, já tenho tudo que preciso - Um dos comparsas deu batidinhas na janela que dava para o banco de motorista e ele deu partida, Barton olhou desconfiado, primeiro erro, eles não costumavam agir assim.
O clima havia ficado tenso andamos alguns quilômetros até que Clint olhou pela janela, e eu vi a desconfiança nos olhos dele, havia percebido a rota diferente, era agora ou nunca.
— Antes de começarmos - todos me olharam enquanto eu retirava o capacete e meu cabelo escorria para fora - Alguém quer descer? - então Barton botou as mãos no arco em suas costas e dei um chute em seu rosto onde ele ficou desnorteado mas acordado, puxei duas das minhas adagas e cravei na garganta de dois comparsas.
O outro veio para cima de mim e me deu um soco no rosto, senti o gosto de metal na boca, avaliei Clinte que parecia ja estar se recuperando do choque, tinha de ser rápida, puxei a pistola e atirei no terceiro, quebrei a janela do banco da frente enforquei o quarto por trás.
— Não é nada pessoal sabe ? Vocês só deram o azar de entrarem em missão comigo exatamente no dia em que eu acordei - ele pegou a arma e começou a atirar para trás as cegas - Ora cuidado quer matar alguém? - soquei a arma longe.
— Vadia miserável Declan vai te matar por isso - o que dirigia freiou bruscamente.
— Não ele não vai, porque ele não pode me matar - sorri dócilmente, e atirei em seu rosto - Bom e você ? Eu fico com isto - puxei o arquivo das mãos do Gavião e chutei a porta para abrir, seja lá o que fosse aquilo, era importante pro Declan, então eu queria.
— Isso não pertence a você - virei para a porta do blindado onde ele apontava uma flecha para minha cabeça.
— Acho que agora pertence a mim sim, e eu abaixaria essa coisa se fosse você, não quero te matar.
— Igual matou meus agentes? - frio cobriu meus ossos.
— Não os matei, vai os encontrar na esquina daquela avenida apenas desacordados.
— Armadilha, se entregue agora e eu não machuco você.
— Me machucar? Acho que não  Agente Barton - ele disparou uma flecha que eu desviei com minha lâmina - Achei que nunca errasse.
— Eu não erro - e a flecha explodiu, gritei enquanto fui arremessada longe.
— Desgraçado - puxei minha outra lâmina e corri para cima dele, onde ele soltou uma flecha que prendeu minhas pernas e cai.
— Você não parece tão valentona agora não é mesmo? - se agachou do meu lado, bati com minha cabeça na dele e levantei - Ai! Que força é essa que você tem garota?
— Vai descobrir - dei com o cabo da lâmina em seu rosto que começou a sangrar - me deixe ir ou terei de te matar, não quero fazer isso pois sei que tem família, só por isso está vivo ainda.
— Como você sabe sobre eles ? E não você não vai escapar com esses arquivos.
— Conheço toda sua familiazinha de palhaços, "Vingador", e que pena, foi um prazer conhecer você - estava pronta para acerta-lo com minha lâmina quando choque percorreu meu corpo e eu caí, inconsciente mas acordada.
— Então aprenda que a familiazinha dele, jamais o deixaria sozinho. - escutei a voz de uma mulher.
— Natasha, esperava que aparecesse - eu ri cuspindo no chão.
— Que bom que me conhece, poupa meu tempo, você vem conosco.
— Lamento mas não sou mais uma prisioneira - já sentia meu corpo cedendo e voltei ao controle, levantei em um pulo e dei um soco em seu rosto, peguei minhas lâminas prendi uma nas minhas costas, peguei os arquivos e me preparei para correr, mas lá estavam eles - Ora agora o circo está quase completo, Stark e Rogers, eles se olharam e eu sorri.
— E quem é você projeto de Scar ? - Stark
— Quem diabos é Scar? - eu o olhei confusa.
— Alguém que também não assistiu Rei Leão, você não é o único Steve - O capitão revirou os olhos.
— Só queremos fazer algumas perguntas para você, venha conosco.
— Vocês não me enganam Rogers, e eu não vou com ninguém.
— Jeito difícil então - senti uma agulha eu meu pescoço e apaguei.

Acordei depois de um tempo, desnorteada e com o corpo doendo, a claridade chegou aos meus olhos, meus braços estavam preso, tentei puxar mas estava sem força.
— Mas o que? Onde estou? - perguntei tonta e com a vista embaçada.
— No complexo dos Vingadores, como dissemos queremos que responda algumas perguntas - Stark.
— Não tenho nada para dizer a vocês.
— Sim tem, como, quem é você? Porque traiu seus comparsas e porque queria aqueles arquivos. - Rogers.
— Um, eu não devo satisfação nenhuma a vocês, dois, eles não eram meus comparsas.
— Eu sei quem é ela - Natasha disse e eu sorri - E você sabe que eu sei.
— Como não saberia quando você me caçou por anos e nunca encontrou? Pobre Natasha abandonou a irmã, matou uma criança, tudo para fugir, um fracasso.
— Ela é Katarina, uma assassina altamente treinada, recebi serviço de caça-la no meu antigo emprego, obviamente nunca consegui pega-la. - ela tinha se abalado pelo que eu havia falado mas disfarçou bem  e eu sorri.
— Declan a mataria antes de conseguir.
— Quem é esse? - Só assim vi o Pantera Negra.
— Ora ora T'challa resolveu sair de seu país e se juntar a nós?
— Quando alguém possui algo dos nossos recursos, é eu gosto de saber como.
— Bom quanto a isso lamento, não faço ideia de como Declan conseguiu, eu só as recebi.
— E sua super força? De onde vem? - Clint
— De um lugar parecido de onde saiu seu amigo Rogers.
— Isso é impossível, não existem mais super soldados. - Steve.
— E é ai que você se engana, existem vários de nós, você só teve a sorte de ser um homem livre. - cuspi as palavras com raiva.
— Então estava presa e fugiu? - Stark e eu assenti - Esclarece muita coisa, quando foi criada?
— Sabe Tony, conheci seu pai, grande homem foi o Howard, você não está muito atrás, devo dizer, sempre tive um fraco por homens inteligentes. - sorri feito um gato.
— Meu pai morreu a muitos anos e você não parece velha assim.
— Fico lisonjeada, mas tenho a mesma idade que seu amiguinho aí. - inclinei na direção do Rogers.
— Impossível - Natasha.
— Fui congelada igual a ele em 1945, me acordaram em 1990, e desde então faço o que faço.
— Assassina pessoas, pode falar - Clint disse com veneno nas palavras, escondi o máximo o quanto aquilo me afetava.
— Eu não tinha escolha - sussurrei.
— Todo mundo sempre tem uma escolha - Stark.
— Não, não tem - Steve e Natasha falaram ao mesmo tempo, T' Challa os olhou e assentiu.
— Traga o Lobo branco aqui Okoye. - Olhei confusa.
— Quem diabos é lobo branco? - tive as respostas da minha pergunta 2 minutos depois, quando ele entrou na sala, os olhos tão azuis quanto eu me lembrava - Bucky? - sussurrei e ele me olhou curioso.





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⏰ Última atualização: Sep 25, 2021 ⏰

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