Capítulo 4

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-Sophie,você está bem? - escuto de longe a voz de Jess.

-O que será que aconteceu? - pergunta Jackson à ela.

E então eu abro meus olhos,aos poucos,e vejo inicialmente algumas silhuetas,como se fossem sombras.Então pisco,para ganhar foco das imagens,e vejo Jess,Jackson,Joe que é o faxineiro,e Jemma.Jemma Boskovich.Namorada dele?Namorada de Daniel.Como ele pôde fazer isso?

-Meu Deus,você está bem? - me pergunta Jess,que está com uma cara mais assustada do que nunca.

-Estou sim,acho que foi uma queda de pressão. - na verdade foi uma queda de realidade mesmo,penso comigo na hora.

Eles me ajudam a levantar,e Joe está com um copo de água na mão,eu o pego e agradeço o gesto.

Eu só consigo pensar no que acabei de ouvir,e essas palavras ficam ressoando em minha mente:"namorada do Daniel Ricciardo".Como ele se tornou capaz de tal ato.De esconder isso.eu me lembro de todos os momento que estivemos juntos,de cada toque,de cada beijo.A sensação de tê-lo dentro de mim, e gozar enquanto dizia meu nome.Todas essas lembranças nada mais são do que meras recordações.

-Eu estou bem,juro.

E então Jackson me ajuda a levantar do chão,e sou encarada por outros três pares de olhos,que me fitam com preocupação e curiosidade.Deixarem achar que eu estou grávida,me pouparia menos do que tentar explicar essa situação.Então eu simplesmente pego meu celular e digo que vou ao banheiro.
"Como você fez isso comigo Daniel?"

Penso em mandar essa mensagem para ele,mas não sou capaz,e nem sei se é certo mais,diante dessa descoberta.Então lavo meu rosto,limpo onde borrou do rímel,e sigo novamente para o lobby do hotel.Mas sou logo distraída por Jackson,que me chama em sua sala para dizer que posso tirar o dia de folga.Em três anos trabalhando aqui,eu nunca faltei ou sai mais cedo do serviço,mas hoje é o tipo de dia atípico,então aceito numa boa.Vou até meu armário para pegar minhas coisas,e vou embora.

Releio a mensagem de Daniel me pedindo para ir na casa dele hoje,e não sei se é certo fazer isso,então tudo que faço é passar no mercado da esquina e comprar uma garrafa de vinho,mas acabo levando duas.Hoje é um dia para se enterrar toda e qualquer lembrança que tenho com ele.

Dão dez horas da noite,e tenho quinze mensagens de Daniel,e vinte ligações perdidas,e sinceramente não dou a mínima.Estou na metade da segunda garrafa,e tudo que quero no momento é acabar com ela e ficar olhando pro nada em minha janela.Estava tudo indo muito bem,até que meu interfone toca,eu não atendo,vou direto até à janela da cozinha e olho para baixo.Não pode ser,eu custo a acreditar.Thomaz.

-Oi? - posso subir,ele pergunta.

Merda.o álcool some automaticamente do meu organismo,e tudo que consigo responder é:

-Claro.

E um minuto depois eu abro a porta de minha casa para Thomaz,que têm em suas mãos uma sacolinha de farmácia.

-Oi Thomaz,está tudo bem? - eu pergunto à ele.

-Está sim. - respondo meio sem graça - você quer entrar?

-Não,obrigado.Jackson me contou que você desmaiou,então fiquei preocupado.Você está melhor? - ele pergunta,e sinto a preocupação em sua voz.

-Estou sim, - digo,e então o vejo observar as garrafas vazias em cima da bancada e a taça no chão ao lado do sofá - mas obrigada por se preocupar.

-Não tem o que agradecer,eu trouxe alguns remédios para você - ele me entrega a sacola - mas se precisar de qualquer coisa,pode me chamar. - e então ele me entrega um cartão com seu número pessoal.

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