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MAGGIE SMITH

Duas semanas depois...

Acordei com o barulho de uma bomba na televisão, olhei para os lados vendo Peter ━━ meu irmão mais velho ━━ quase babando no braço do sofá.

Há duas semanas minha rotina tem sido essa; da casa para o colégio e visse versa, trabalhar a tarde toda na oficina e terminar o dia assistindo um programa qualquer na TV.

Dois dias depois da conversa com Hacker no colégio, meu irmão veio de New York para ficar junto da minha mãe, além de ter ficado de castigo e sem celular ━━ ainda estou ━━, levei o maior esporro de Peter.

Conforme os dias foram passando, não esbarrei com Hacker em momento algum, o que agradeci aos céus por isso. Por mais que ele tenha dito que não tinha sido ele quem mandou a foto, não confiei muito, na verdade não confiei nada.

Depois de tudo o que ele já me fez, os anos me importunando, não podia deixar de pensar diferente. Talvez ele tenha mandado a foto para zoar comigo, e de toda forma funcionou porque, sou um dos assuntos mais comentados no colégio todo e eu odeio isso.

De toda forma, atingiu a saúde da minha mãe e isso eu jamais vou perdoar.

━━ Ainda acordada, querida? ━━ Minha mãe aparece escorada no batente da porta da sala.

━━ Mãe, o que faz de pé? ━━ Me levanto as pressas indo junto dela.

Minha mãe recebeu alta nessa semana, mal dormia por causa da culpa, as vezes chorava escondida pedindo perdão a Deus por minha irresponsabilidade.

━━ A água do jarro no quarto acabou. ━━ Ela respondo bocejando. Dava para ver que estava cansada mais que o normal. Suas olheiras caídas, a pele ressecada, devo dizer um pouco pálida. Isso me dói demais.

━━ Volte para cama, já vou encher o jarro. ━━ Falo me virando para ir na da cozinha.

━━ Maggie, sei que está se sentindo culpada por tudo o que está acontecendo. Mas quero saiba sou sua mãe e que te amo muito, independente do que houve, não a culpo filha. ━━ Me volto pra ela com os olhos marejados. ━━ Querida, não se martilize tanto. Estou aqui e me sinto bem, só lhe peço para que aquilo na foto não volte a se repetir, tudo bem?

Faço que sim com a cabeça sentindo meu rosto molhado pelas lágrimas.

━━ Vem cá, dá um abraço na sua mãe. ━━ Ela estende os braços e vou feito uma criança que pede colo. ━━ Minha pequena Maggie. ━━ Diz me abraçando e retribuo suspirando.

Era bom, acolhedor, seguro.

Me sentia muito mais leve e pude sorrir novamente. Realmente não voltaria a frequentar festas com Chloe nunca mais. Acredito que eu possa começar uma nova etapa na minha vida, sempre aconteceu coisas ruins quando fui a essas festas e só me faz pensar que não seja lugar para mim.

Me sinto disposta e ser uma nova pessoa, focar nos estudos e ter uma vida normal como sempre foi, Chloe vai entender, sei que vai.

[...]

Implorei quase que de joelhos para que meu pai me deixasse ir no shopping, mas tudo se estabeleceu no não duro feito pedra que ele me lançou.

Minha mãe tentou intervir em minha defesa, mas ainda assim não adiantou. Meu pai ainda estava chateado comigo, sei que me perdoou e tudo mais, porém, ainda está um pouco decepcionado. Não o culpo.

Por sorte, quase desistindo, Peter se manifestou e disse que precisava comprar um carregador novo, com isso pediu ao meu pai que eu fosse com ele e claro, relutante ele cedeu.

━━ Espero que não demore tanto. Tem uma hora e meia para fazer o que pretende, se não eu vou te largar aí. ━━ Meu irmão disse saíndo do carro.

Sim, ele sempre foi esse amor de pessoa.

Peter Smith é quatro anos mais velho que eu, por mais que nos alfinetamos de vez em sempre, ele nunca deixou de estar comigo, tipo assim, o tempo todo.

Ele é um cara muito bonito e não é só porque ele é meu irmão, mas porque é mesmo muito bonito. Branco assim como eu e os cabelos pretos, mas os dele tem um tom mais claro, os olhos azuis, um corpo forte. Quando foi morar em New York para estudar, foi ficando bem distante de mim ━━ além da distância de cidade ━━, não me mandava mais mensagens e ligava muito pouco.

Agora ele parece ter voltado ao normal, não sei bem. Quando chegou me deu o maior sermão, mas depois foi companheiro e me ajudou diversas vezes quando eu queria sair como hoje.

Assim que entrei no shopping, me separei dele. Fui a procura de um cabeleireiro, o qual logo achei.

Eu disse que queria fazer um corte, não muito curto e retocar minha tintura. A moça baixinha e muito educada disse que demoraria no máximo uma hora, e eu pedi a Deus que fosse isso mesmo, porque não desacredito quando Peter diz que vai embora e me deixar aqui.

Fiquei lendo a mesma revista algumas vezes e até cochilei um pouco, algum tempo depois a mesma moça me cutucou dizendo que já estava tudo pronto.

Me olhei no grande espelho muito satisfeita com o resultado, sorri e paguei no caixa. Sim, eu estava me achando demais.

Faltava ainda trinta minutos para que eu pudesse fazer o que quisesse, por via de todas as minhas dúvidas, apenas comprei um hambúrguer e uma Coca-Cola. Me sentei numa das mesinhas do lado de fora do shopping e comendo esperei por Peter.

━━ Ficou com medo de eu te deixar aqui, maninha? ━━ Sua voz chega aos meus ouvidos e reviro os olhos me levantando e jogando a latinha e o guardanapo de papel na lixeira próxima.

━━ Claro que não. ━━ Falei limpando o canto da boca e indo na direção do seu sedan preto. ━━ Não notou nada de diferente em mim?

Pergunto balançando a cabeça, Peter estreita os olhos e começa a me analisar de cima baixo. Cruzo os braços balançando um pouco mais os cabelos, impossível ele não ter visto.

━━ Tá sujo de catchup no seu nariz. ━━ Diz ele. Sei bem que está apenas tirando uma com a minha cara. Faço uma careta.

━━ Meu cabelo, nossa Peter! ━━ Indago um pouco irritada.

━━ Ah, eu vi. Você cortou a juba, ficou legal. ━━ Ele ri e destrava o carro entrando logo em seguida.

Mostro a língua para ele entrando no carro novamente. Arrumo o cinto e sigo olhando a paisagem pela janela.

Depois de ter cortado o cabelo, parecia que tinha tirado um grande peso dos ombros, sempre foram compridos e carregados de coisas profundamente dolorosas, cortar foi a melhor coisa que eu fiz e com isso começa a nova etapa da minha vida.

Depois de ter cortado o cabelo, parecia que tinha tirado um grande peso dos ombros, sempre foram compridos e carregados de coisas profundamente dolorosas, cortar foi a melhor coisa que eu fiz e com isso começa a nova etapa da minha vida

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