Quando dei por mim já estava acordado. Não me lembro de ter ido dormir. Não me lembro nem mesmo de já estar acordado.
Tenho medo de olhar para os lados e descobrir aonde estou. Não sei se é melhor me encontrar perdido nessa confusão... Espere! Um barulho. Tem alguém ou alguma coisa vindo... Ouço galhos quebrando. Nesse momento percebo que estou em uma mata. Bem fechada por sinal. Tomara que seja apenas uma ilusão criada pelo medo. E se for alguém? Óh que aflição asfixiante!
O som fica cada vez mais alto... A cada passo e a cada galho quebrado, meu coração tem um pequeno disparo.
Não sei se corro ou espero... Se correr ele descobre minha localização, se ficar eu espero pelo encontro certo. 1, 2, 3 DECIDO CORRER! Já não consigo enchergar mais nada apenas uma visão embaçada da floresta, folhas e galhos batem no meu rosto. Sinto cada galho como uma navalha me cortando.
Minhas juntas começam a arder, tenho medo de olhar para trás e dar de encontro com o meu perseguidor. Pensado bem poderia ser qualquer coisa, um urso, um javali... Estou desesperado acho que o medo tem tomado conta de mim. Melhor respirar calmamente...
Primeiro tenho que me situar. Não me lembro como cheguei aqui. Não me lembro de nada antes de estar aqui. O que está acontecendo? Quem sou eu? E porque estou perdido em meio á floresta?
Vou procurar alguma trilha aqui. Todas as trilhas levam ao caminho da civilização. Não tão longe eu já consigo avistar uma abertura em meio a mata. Provavelmente resultado de ação humana. A humanidade geralmente tem destruído tudo o que toca. Caminho até lá em passos lentos. O chão está molhado, as pedras com musgo. Provavelmente choveu a pouco tempo.
