Painkiller

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Please, never leave me

'Cause I'm barely holdin' on

You give me a reason to keep on breathin'

'Cause you're my painkiller

When my brain gets bitter

You keep me close

- Ruel

Natasha, Steve e Sam estavam no quinjet já voltando para casa. Saíram da França às sete da noite, mas devido ao fuso horário devem chegar em casa por volta das uma da manhã.

- Você acha que ela vai gostar? - A russa perguntava com apreensão enquanto Steve pilotava o jato.

- Nat, Wanda vai amar o que comprou. E tecnicamente vamos chegar lá no dia 24 então não vai demorar muito para você dar o presente para ela.

- Esse fuso horário está me matando. - A russa falou apoiando a cabeça no encosto do seu assento. - Obrigada, Sam. - O homem ficou surpreso ao ver a Viúva realmente agradecer. Normalmente era apenas um aceno de cabeça ou outro ato em gratidão.

- Wanda realmente foi a melhor coisa que te aconteceu. - Ele ficou feliz ao ver esse lado mais atencioso de Natasha.

- Eu até te socaria se não fosse verdade.

- Estou aqui para o que precisar, Tasha. - O Falcão falou se referindo ao agradecimento da russa.

- Não abuse com o apelido, Asa de Urubu. - Os homens riram e ficaram o resto da viagem em silêncio.

Quando o quinjet pousou no gramado, Natasha pegou a sacola do presente de Wanda e correu para dentro do complexo. Ignorou que precisava tratar sua mão, ignorou a decoração de natal que ocupava todo o lugar. Subiu as escadas de dois em dois degraus. Parou na porta de seu quarto com o coração batendo rápido em ansiedade para ver a sokoviana.

Wanda dormia com uma blusa da russa abraçada fortemente com o travesseiro que Natasha geralmente usava. O edredom branco cobria metade da perna da sokoviana para baixo. O blusão estava levantado até o cox da morena. Metade da sua bunda estava visível e Natasha percebeu que o blusão era a única coisa que Wanda estava usando além de uma calcinha preta. Extremamente sexy, mas a russa realmente não entendeu como ela não estava com frio. Natasha andou lentamente até a cama, puxou o edredom para cima e entrou no seu closet para trocar de roupa. Estava louca para deitar naquela cama e abraçar Wanda como se sua vida dependesse disso, mas não queria fazê-lo com um traje sujo que usou o dia inteiro. Ela saiu usando uma calça de moletom e uma blusa de manga curta e se deitou ao lado da sokoviana. Apenas observou o rosto da morena pacifico e adormecido.

Lentamente os olhos de Wanda se abriram e os verdes se chocaram. Até ela entender o que realmente estava acontecendo levou alguns segundos, mas quando sua ficha realmente caiu seus olhos se arregalaram e um sorriso apareceu em seu rosto.

- Oi, любовь. - A russa falou. Antes que pudesse raciocinar, sentiu o corpo da sokoviana se chocar contra o seu e Natasha soltou uma risada e passou seus braços em volta das costas da morena.

Ambas estavam deitadas na cama, Wanda em cima da ruiva. A sokoviana apertou o corpo embaixo de si e escutou Natasha soltar um grunhido dolorido.

- O que aconteceu? - Maximoff se levantou rápido sentando-se no quadril da mais velha. Sua voz estava rouca de sono.

- Nada de mais. - A morena alcançou as mãos de Natasha e viu que a esquerda estava enrolada com várias gazes. Lançou um olhar para a russa. - Tudo bem. Eu e Bucky lutamos, acabei machucando a mão e o ombro. Não foi nada de mais.

- Vem aqui. - A sokoviana puxou sua namorada pelos ombros que achou que iria ganhar um beijo, mas Wanda deixou Natasha sentada e abaixou a parte de cima da sua blusa até seu ombro machucado ficar exposto. - Tudo bem. - Com delicadeza a sokoviana tirou o curativo e seu estômago embrulhou ao ver a pele dilacerada ali. Não era fundo e não precisaria de pontos. - Venho treinando uma coisa. Se importa se eu tentar? - Natasha apenas assentiu concentrada no rosto de Wanda e na sensação da sua mão quente contra sua pele fria. Magia escarlate começou a sair da mão da sokoviana.

Natasha conseguia sentir a magia de Wanda correr embaixo da sua pele, no seu sangue, e surpreendentemente era refrescante. Desviou seu olhar para seu ombro e viu seu machucado se fechar lentamente. A russa ficou impressionada com a evolução de sua namorada e com o controle de seus poderes. A dor foi diminuindo à medida que a ferida se curava.

- Agora sua mão. - Tirou as gazes da mão da ruiva e analisou a ferida. - Vou matar o Barnes. - E então a magia escarlate voltou a pairar brilhante. A cabeça de Wanda se inclinou em concentração. A ferida era maior e mais funda, logo exigia mais poder. A sensação anterior voltou e Natasha relaxou ao sentir a dor constante ir embora.

- Wands, isso foi incrível. Você é incrível. Conseguiu aprender isso apenas no tempo que eu estava fora?

- Não é nada demais. - A sokoviana falou tímida olhando para baixo.

- Ei. Olhe para mim. - Natasha levantou a cabeça da mulher ainda no seu colo. - Estou orgulhosa de você, Wanda. - Maximoff nunca tinha escutado isso sair da boca de alguém. E era bom. Ouvir aquilo era muito bom, principalmente vindo de Natasha. Era tão bom que seus olhos lacrimejaram. - Lamento que não escute isso normalmente. - A russa acariciava o rosto da morena que sorria. - Estou orgulhosa de você, Wanda Maximoff. - Ela repetiu. - Orgulhosa de onde você chegou, que tenha sobrevivido por tudo que passou. Orgulhosa da pessoa incrível que se tornou. E tenho certeza que Pietro estaria também. - Wanda virou sua cabeça para o toque da Natasha em seu rosto e beijou a mão recém curada da mesma. Se aproximou e beijou a russa profundamente.

- Eu te amo, Tasha. - Falou contra os lábios da ruiva. - Mas acho que você deveria ir tomar um banho - As duas mulheres riram, Natasha levantou, entrou no banheiro, deixou a porta aberta e enquanto tirava sua camisa percebeu pelo espelho que Wanda observava suas costas.

Wanda se levantou da cama, viu a série de roxos e machucados presentes pelo corpo da russa e a abraçou delicadamente por trás.

- A briga foi feia, não é ? - Wanda disse com seu sotaque evidente e apoiando seu maxilar no ombro de Natasha.

- Sim, mas nada que seja novidade. - Wanda deixou um beijo suave no ombro de Natasha, deixou a mulher no banheiro e voltou para a cama.

A sokoviana ficava triste que a ruiva realmente estivesse acostumada com aquilo, não com os machucados pois sabia que com o trabalho delas realmente não tem como saírem ilesas toda hora. O que realmente partia o coração de Wanda era o caminho que Natasha percorreu para chegar onde está, o seu passado, o que as pessoas a fizeram passar, a invasão que sofreu. Seu corpo marcado por cicatrizes era a prova disso.

- Você sabe, eu queria estar lá pra ter impedido essa situação

- Eu sei Wands. - A ruiva disse enquanto ligava o chuveiro. - Mas deu tudo certo, estamos aqui, todos bem.

Wanda deitou na cama e em meio aos seus pensamentos, adormeceu novamente, era madrugada e ela havia passado a tarde inteira treinando, assim como Natasha também estava exausta. Logo após Natasha sair do banho, ela colocou uma camisa preta larga, se sentou na cama e passou os dedos pelas mechas do cabelo de Wanda e pensou em como a sokoviana também mudou o time, Tony está se importando mais com os outros, Steve anda mais relaxado e Sam bom, Sam sempre foi o idiota que ele é agora. Mas com Natasha era uma situação bem diferente, Wanda entrou em sua vida e causou um furacão na mente da russa. Natasha estava diferente, muito diferente e ela reconhecia que isso era por causa de Wanda. Mas não estava chateada, muito pelo contrário, sabia que sua mudança foi para melhor muito melhor. Wanda fazia seu coração acelerar como se estivesse caindo de paraquedas e ao mesmo tempo como se estivesse fazendo algo calmo que gosta, como dançar balé ou até mesmo lutar com Steve. Eu realmente tenho muita sorte por ter você. A russa pensou e se deitou na cama, abraçou Wanda enquanto puxava os cobertores para cima, então ambas adormeceram em um sono profundo e pacífico, na véspera do Natal, Natasha não poderia estar melhor.

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