Capítulo I: Madame Sofia

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Quando Nícolas pediu a Guilherme que pusesse sua melhor roupa, ele achou um exagero, mas agora sentado naquela poltrona que devia valer dez vezes mais que o seu salário mensal, no emprego que perdera há poucos dias, sentiu-se pouco à vontade. Isso sem mencionar as demais mobílias do restante da sala. Ele jamais estivera num ambiente tão luxuoso.  

Ainda sentindo aquele vazio enorme no peito e sem saber como de repente seu mundo desabara do dia para a noite, mesmo assim aceitou a proposta de seu primo, que na certa atendera um pedido de dona Adélia sua mãe, afim de ajudá-lo naquele momento desesperador.

O fatídico dia de seu terremoto pessoal começou dando sinais que ele insistiu em não ver. Primeiro foi não ouvir o alarme do relógio, motivo de ter chegado atrasado no emprego, coisa que dificilmente acontecia. Depois, descobriu que um e-mail que deveria ter sido enviado para a Matriz da empresa um dia antes, simplesmente ele esqueceu de mandar. Em seguida, tentou dar um upgrade na mente para se manter em alerta, mas derrubou o café na camisa. 

Existem dias que você deveria não levantar da cama - Pensou já muito aborrecido. 

Quando o dia estava pra terminar foi chamado a sala do chefe e entre um punhado de desculpas esfarrapadas e motivos injustificáveis, foi comunicado seu desligamento da empresa. 

Evidente, que não estava acreditando naquilo que ouvia, era um funcionário exemplar. 

Mas a deliciosa e irrelevante Sabrina não entrara na lista de corte previsto para aquele mês. Certamente ele sabia que não poderia concorrer com ela. Não tinha os atributos pessoais dela. Recebeu todos os seus direitos financeiros legais, mas o que fazer com aquele dinheiro se tudo o que precisava de verdade era da estabilidade no emprego? 

Ele cuidava da mãe viúva e da irmã adolescente. Ambas dependiam exclusivamente dele desde a morte do pai há onze anos atrás. Ele era menor de idade na época. 

Um senhor grisalho e bem vestido surgiu no ambiente interrompendo seus pensamentos: Queiram desculpar, a Madame Sofia teve uma emergência e em alguns minutos ela os atenderá. Vou servir algo enquanto esperam por ela.

Quando ele se foi, Nícolas lhe disse que era o mordomo pessoal da Madame Sofia. 

Mordomo? Pensei que nem mais existisse essa categoria de profissional... 

Seu primo meneou a cabeça como quem nem ia gastar tempo explicando certas coisas a ele. 

Instantes depois surgiu diante de seus olhos uma bandeja requintada e especialmente sortida. Nela, alguns canapés recoberto de caviar e outras iguarias que nem sabia o que era. 

Aceitou a taça de champangne que o mordomo lhe ofereceu e experimentou algumas delícias que jamais provara antes. 

Seu primo acostumado ao luxo, preferiu um copo de água enquanto revirava o celular com uma das mãos sem qualquer preocupação com o que ocorria à sua volta. 

De uma escada em espiral vazado, ele viu surgir uma mulher simplesmente deslumbrante. 

Uma verdadeira aparição. 

Cabelos castanhos acima dos ombros, muito alta e dona de um corpo escultural. 

Desceu como se fosse uma pluma. 

Parecia até que caminhava sobre as nuvens. 

Contornou toda a sala para ficar de frente para os dois. 

Diante deles se pronunciou deixando no ar uma voz rouca e sensual.  

Prazer em revê-lo Nícolas... Então esse é seu primo Guilherme?

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⏰ Last updated: Oct 01, 2021 ⏰

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