1° Capítulo

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Muito cedo tive que aprender a me virar sozinha, sou filha única. A minha mãe e o meu pai eram muito felizes, eles eram super apaixonados, a forma como o meu pai a tratava era algo muito lindo, e único.

O meu pai era louco por ela, ele demonstrava todos os dias o seu amor, respeito, e é claro que a minha mãe correspondia com a mesma intensidade, tudo que eu sempre sonhei para mim. Com eles aprendi o verdadeiro significado de amar e ser amado.

Ele foi um pai presente e muito amoroso, vivemos momentos muito felizes e algumas vezes tristes, mas sempre unidos.

A minha mãe era super apaixonada pela dança e o pai morreria de ciúmes da mãe dançando em público. Meu pai foi um grande empresário de sucesso, até que ele acabou metido em negócios ilegais, e o negócio foi um grande fracasso, ele contraiu uma grande dívida e quem acabou pagando as contas foi a minha mãe, o que levou a nossa destruição.

Tudo aconteceu tão rápido, eu era só uma menina de 11 anos.
Homens armados invadiram a nossa casa e um deles falava da dívida, e o outro apontava uma arma para mim cabeça, a minha mãe implorava pela minha vida. Eles só perguntavam pelo meu pai, mas infelizmente ele não estava em casa naquele momento, e o homem falava de maneira fria e sombria me deixando completamente assustada.

Em um gesto rápido ela removeu a arma escolhida por debaixo da mesa, e foi aí que eu escutei um barulho forte. Meu coração se partiu em mil pedaços me fazendo correr em direção dela sem pensar duas vezes, ela estava caída no chão e havia muito sangue em sua blusa segurei sua mão e ela deu um breve sorriso e logo fechou os olhos.

Eu gritava, implorava para ela acordar, mas foi tudo em vão, e a culpa toda è do meu pai, pela sua maldita ambição.

A minha mãe em nenhum momento da sua vida demonstrou medo ou insegurança foi a primeira vez que ela implorou algo.

maldito dia! A minha mãe estava morta, ela morreu na minha frente e eu não pude fazer nada para ajudá-la.

Eu permaneci abraçada a ela até o meu pai chegar e ver tudo que ele causou e não tinha me apercebido que os homens já tinham abandonado a casa.

Passei por muitos momentos difíceis, mas tive que superar, e para piorar o meu único amigo foi-se quando eu mais precisava dele.
Nós praticamente crescemos juntos, pois os nossos pais eram amigos, e mesmo com diferentes personalidades a gente se dava muito bem, ele era o único amigo que tinha.

E o meu pai? Eu não conseguia perdoar ló, mas com o tempo percebi que ele era tudo que tinha. Ver ele chorar por várias noites isso me deixou arrasada e destruída. Porque bem lá no fundo eu sabia o quanto ele a amava, e o quanto está sofrendo. Hoje ele é tudo que me resta, e eu o amo.

Se passaram 12 anos, e hoje trabalho em um hospital público já faz 3 anos e faço bico como stripper em um bordel há 7 anos, trabalhar no bordel não é algo que me orgulhe, pois dançar para vários homens expondo o corpo não foi aquilo que eu sonhei para mim, mas estou nisso porque tenho que ajudar o meu pai, ele contrai um grande dívida, e corria risco de vida. Eu não podia me dar o luxo de perdê-lo e além disso tinha a minha faculdade.

Estou trabalhando todos os dias sem descanso e todo esse esforço é para pagar a dívida do meu pai que até hoje só aumenta, antes eu trabalhava em uma academia como professora de dança, mas o rendimento era baixo, mais muito baixo mesmo, e também eu sou formada em medicina, estou com 23 anos e salvar vidas é muito importante para mim.

Quando perdi a minha mãe, percebi o quanto a vida pode ser curta, estar com ela no seu último suspiro e não poder fazer nada me deixou muito mal comigo mesma me senti uma inútil, e foi aí que decidi me formar em medicina.

consegui me formar, mas tive que passar por cima dos meus sonhos para ajudar o meu pai e um deles era me tornar bailarina profissional, mas tenho fé que um dia tudo isso vai terminar, e vou realizar o meu sonho de infância em ser profissional na dança como a minha mãe foi, e sem esquecer da medicina é claro.

Hoje tive que trabalhar dobrado no hospital estava super lotado, embora o cansaço estou me arrumando para a minha apresentação de hoje, estou no camarim e escuto o barulho da música e de homens gritando lá fora.

Finalizo a maquiagem e coloco os sapatos, e fico parada em frente ao espelho, e não consegui me reconhecer, essa não sou eu. Toda vez que me apresento nesse plano sinto uma enorme angústia, mas não tenho saída, é isso ou a vida do meu pai.

Aqui é o único sítio que trabalho menos e ganho mais, eu não posso perder esse emprego e não vou é por isso que dó tudo de mim em cima daquele palco.

Sigo em direção ao palco pois eu sou a estrela principal vou encerrar o show ,e escuto a voz da senhora Carla.

- E para encerrar a nossa estrela da noite! muitos aplausos por favor. - Escuto os aplausos e os gritos.

A dança é a única coisa que realmente me faz lembrar a minha mãe, ela dizia que "a dança é o momento de liberdade, e que a dança é arte onde temos a oportunidade de exprimir todas as minhas emoções boas ou más".

E é nesse momento que me sinto completamente viva, pós dançar não é somente balançar o corpo, mas sim como seu pulmão se movimenta para respirar, o sangue correndo pela veias e a adrenalina no corpo é algo inexplicável.

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⏰ Última atualização: Jun 24 ⏰

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MÁFIA - A REDENÇÃO  DA FERAOnde histórias criam vida. Descubra agora