Baby Comfort • jhs + kth

Capítulo dois

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— Anda logo, Taehyung! Ainda temos que voltar hoje! — minha mãe gritou lá da sala e eu revirei os olhos.

 Acontece que eu estou sendo praticamente obrigado a ir em uma reunião de família na casa da minha avó, uma mulher insuportável de chata que adora dar piti sobre minha vida e falar mal das minhas roupas e cabelo. Meu pai viajaria hoje a trabalho e resolveu convocar essa reunião em família para se despedir de todo mundo. 

 Pois é, um saco. 

Eu já estava irritado por ter perdido minhas meias do Dr.Estranho e por não ter visto meu melhor amigo — pelo qual eu tinha uma pequena quedinha, inclusive — e ainda tinha isso. O universo definitivamente queria comer meu cu, não é possível. 

 — Já estou indo. — gritei do meu quarto. 

 Aqui em casa tudo é resolvido a base de gritos — principalmente da minha parte e da minha mãe, Sae — nós dois poderíamos estar a mais ou menos trinta centímetros de distância, e mesmo assim falaríamos gritando. Os vizinhos nos chamavam de família Adams, pois, de acordo com eles, éramos uma família de loucos. 

Triste. 

 Terminei de colocar meus Timberland marrom, e dei uma breve arrumada em meus cabelos longos antes de ir até à sala. Minha mãe me apressou tanto para absolutamente nada, tendo em vista que ela ainda estava de pantufas e com a escova de dentes na boca. Fiquei incrédulo.

 Meu pai já estava arrumado e esperava impaciente sentado em sua poltrona grande, olhava o relógio a cada 5 segundos e revirava os olhos com a demora da minha progenitora. Minha mãe demorou quase 1h para terminar de se arrumar completamente. 

 — Tudo pronto? Agora podemos ir? — meu pai perguntou e eu e minha mãe assentimos, porém, antes mesmo que chegássemos até a porta para abri-la e sair, minha mãe parou se lembrando de algo.

 — Esqueci de pôr meus brincos. Só um segundo. — ela passou mais de cinco minutos lá dentro e voltou com seus pares de brincos enormes um em cada orelha. Eu e papai suspiramos ao mesmo tempo. Voltamos a ir até à porta e só aí eu lembrei de que não tinha pego meu celular. 

 — Ih, esqueci o celular, vou pegar. — meu pai bufou e minha mãe cruzou os braços. Fui até o meu quarto e voltei em instantes com o celular na mão. 

 — E agora? Esqueceram mais alguma coisa? — papai perguntou e eu e mamãe pensamos por alguns segundos antes de negar com a cabeça. — Então vamos. — saímos de casa e entramos no carro do cabeça — meu pai, porém, antes mesmo que o carro desse partida,escutamos um dos nossos vizinhos soltar um: " nessa família só tem loucos!", e por pouco eu não abaixei o vidro do carro e dei um belo de um dedo do meio para aquele velho rabugento do senhor Sang, que cá entre nós, já fazia mais de 200 anos que estava na terra, ele com toda certeza já estava devendo à morte. 

Chegamos no bairro em que ficava a casa da minha avó — que era muito longe da minha casa por isso eu não gostava de ir lá — e eu suspirei alto antes de sair do carro. Precisava de muito preparo psicológico para ter que aturar a família problemática do meu pai. 

 Minha avó fora a primeira a aparecer para nos receber na porta, ela estava de braços abertos, porém fiquei receoso de abraçá-la e ela começar a falar que meu cheiro é ruim... eu tenho cheirinho de bebê, uso loção Johnson's baby, poxa.

— Taehyung você está enorme, nem parece aquele moleque catarrento de um ano atrás que vivia comendo meleca e coçando a bunda pelos cantos. — "um ano atrás", definitivamente minha avó já estava ficando meio gaga. Vi o momento em que minha mãe revirou os olhos, ela e minha vó não se gostavam muito, porém tentavam manter a boa educação e postura diante do meu querido pai, que nem mesmo sabia sobre essa pequena rixa delas de tão fingidas que são.