Eleven

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NARRADORA ON

— Você não precisa fazer isso se não quiser -
seu irmão falou.

— É o jogo Andrew ela deve fazer. – Júlia falou com um olhar desafiador para você.

— Contraditório. Não achei que você gostaria de deixar seu namorado trancado num armário comigo. – Você provocou.

— Então... Queridinha. Eu poderia dizer a famosa frase "eu confio no meu namorado" mas pra falar a verdade eu confio é em você, duvido muito que rolaria algo entre vocês dois depois do chifre que ele te deu.

É, dessa vez ela te deixou sem argumentos. E TRISTE. Você apenas suspirou se levantando e indo em direção ao armário.

— Você não vem? – Você chamou Noah, que estava paralisado no lugar.

Ele se levantou e entrou com você. O silêncio entre vocês estava cada vez mais angustiante e constrangedor, então você fez as contas e ter que falar obrigatoriamente com ele ou ficar nesse silêncio ensurdecedor, você prefere falar com ele.

— O que tá acontecendo? Sabe, com você, na sua vida.

— Porquê tá falando comigo? – Noah indagou.

— Porquê mesmo sendo uma otária por isso, eu ainda me importo, e te conheço o bastante pra perceber que você anda angustiado a uns dias.

— Minha mãe apareceu.

Você arregalou os olhos. Não consegue acreditar que depois de tantos anos a mãe de Noah apareceu, depois de trair o pai dele, esconder um filho e abandonar o outro.

— Puta que pariu... – Sua voz saiu num sussurro. — Mas como? porquê ela voltou do nada?

— Ela disse que estava arrependida do que fez comigo e meu pai, e que reconhece que não foi uma boa mãe, aliás, reconhece que nem foi uma mãe né. – A voz de  Schnapp  parecia embargada, ele queria chorar.

— E você?

— Ignorei tudo e mandei ela ir embora.

— Noah...

— Eu não sou idiota s/n. É muito conveniente ela brotar depois de anos, agora que eu e meu pai temos uma vida boa, dinheiro... Ela não voltou por mim, voltou pelo dinheiro, minha mãe sempre foi ambiciosa, não duvido nada que o Louis foi fruto de um golpe da barriga. Eu só me sinto exausto por ter que lidar com isso a tanto tempo, esse assunto me sufoca.

– Mesmo com o escuro do armário você conseguiu ver uma lágrima escorrer pelo seu rosto não conseguindo evitar de secar a lágrima dele.

— Eu sinto muito que você tenha que passar por isso tudo sozinho Noah, eu juro que se eu pudesse te ajudar eu faria qualquer coisa. Mas independente de algo, você não pode deixar que sua mãe te abale, se você acha que o melhor pra você é se afastar dela, fique a vontade pra tomar essa decisão.

— Obrigado s/n... Eu te fiz um mal enorme e mesmo assim você tá aqui me apoiando, eu não sei nem como agradecer.

— Apesar de me importar com você, não te "ajudei" por você, o fiz apenas pela minha obrigação de adolescente. É isso o que a sociedade espera de nós né? Adolescentes depressivos ajudando outros adolescentes depressivos tentando mostrar que depressão tem cura e que os problemas um dia passam.

Noah ficou quieto por um tempo.

— Eu não aguento mais, preciso te contar uma coisa.

Assim que ele disse isso, Júlia abriu a porta do armário.

— O tempo de vocês acabaram, circulando.

Vocês saíram de lá. Uma curiosidade gigante tomou conta de você, o que Noah teria lhe dito se a Júlia não abrisse o armário? Será que era algo importante? Será que ele vai te procurar de novo para te contar? Você não sabe porquê, mas algo dentro de si te faz pensar que essa angústia que ele sente não é só pela mãe problemática, algo mais está o incomodando, e agora você está intrigada para saber o que é.




































Continua...

Mʏ ʙᴇsᴛ ғʀɪᴇɴᴅ's sɪsᴛᴇʀ Onde histórias criam vida. Descubra agora