Um lembrete

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Vi uma amiga perder um filho,
E depois me vi perde-la.

Vi minha família nas traças,
A infância perder sua graça
Enquanto o vazio era preenchido
pela culpa e pela perca,
De ti, Lavínia.

Vi um amigo de infância
Partir por esta maldita doença,
E nem um colo confiável
Tive para chorar.

Vejo estas milhares de mortes,
Centenas a cada hora que nós vivemos.
E sem meu escudo,
Sinto cada uma no peito.

Cada amor que partiu,
Histórias que não tiveram seu digno fim.
Que se quer puderam virar poesia.
Paixões que mal puderam florescer,
Vidas que pararam por ali.

E isso me fez lembrar que
A vida é frágil, muito frágil.
Uma folha de papel
Que se dissolve na primeira gota de chuva.

Por isso tenho amor até na mais breve despedida,
Aprendi que despedida é, despedida.

Um beijo singelo,
Um abraço curto mas apertado,
Um lembrete de "Eu amo você"
E se cuida.

A gente sabe que tem fim a Vida,
Então por que tentar se enganar?
Ame-a,
Ame-os,
Ame.

O amanhã se quer pode chegar.

IgorOnde histórias criam vida. Descubra agora