Lembrança_2

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Conversando íamos o caminho inteiro a pé, até a Marilda para comprar um sacolé.

Em meio a conversa desencapa a perfeição;
Os medos são expostos com a esperança de orientação.

Mas o que uma criança ensinará a outra?
Como resolver os problemas de outra pessoa?
Como lidar com a pressão de crescer e ao mesmo tempo, ajudar e não se perder?

Eu não conhecia, para essas perguntas, nenhuma resposta; e eu sei que você também não sabia o que falar na hora.

Ainda não sabia como um sorriso colher;
Então um sacolé era o que eu podia oferecer;
No fim da tarde,  depois da escola, só eu e você.

Jogando problemas ao ar, só para desabafar. 

Não resolvíamos nada, mas queríamos falar.

Assim íamos pela rua até a casa da Marilda.

Ali estavam duas vidas bagunçadas, querendo um refrigério para o cansaço e pra alma.

Eu sabia que você sempre ia escolher o de maracujá, porque esse era o que você mais gostava.

E, eu sei que, você sabe que pra mim tanto faz, desde que não seja daquele que você gostava mais.

Não gostava nem um pouco do de maracujá, mas às vezes escolhia esse também tomar,

Porque eu reparava como você sempre andava e mesmo não gostando até que eu concordava
em escolher o de maracujá.


Para acalmar as nossas mentes que estavam agitadas, mais do que a gente podia controlar.

Era um maracujá ali no meio da praça que nos fazia congelar o tempo,
que nos fazia expressar os sentimentos,
que acalmava a tortura do momento de um futuro pensar.

Até ele acabar,
o mundo inteiro parava.
Até ele acabar,
Não existia problema.
Até ele acabar,
Ali no meio da praça.

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