Uma Tragédia Nível Isekai

44 6 5
                                    


Devo admitir

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Devo admitir. Esse foi um fim poético para um preguiçoso.

Não se deixe enganar, no fundo sou apenas um preguiçoso, porém, isso começa de uma forma até proativa.

Sou o filho mais velho de minha família, porém não falaremos muito sobre eles agora. (A História é minha).

Fui agraciado com uma inteligência acima do normal e isso me ajudou a organizar as contas da minha família, ajudar minha mãe a montar seu negócio próprio, a meu pai a se livrar de um cara que estava passando a perna nele - e devo admitir, roubar-nos de centavos em centavos foi genial, e se não fosse minha capacidade de comprar mangás, eu nunca teria notado - e ajudar também meu irmão a conseguir uma boa posição em seu emprego. Graças a estas façanhas, ganhei o magnífico direito de não ter que trabalhar.

Em um acordo com minha família, decidi que eu não trabalharia. Eles tentaram me convencer do contrário, porém não usaram de ameaça até que chegamos em um consenso;

- Você poderá ficar em casa, receberá uma mesada de R$800.00 e manterá todas as suas mordomias.

- Boa paizão, e isso aí, tu e um coroa de respeito.

- Porém, você terá que realizar um curso superior.

E não teve como argumentar contra sua decisão, então eu decidi fazer Licenciatura em História, que sinceramente, é a matéria que mais gosto, e se eu administrasse bem as grades, os semestres e as matérias e cursos extras eu conseguiria ficar nisso por uns seis ou oito anos, sonho de consumo.

Estava eu saindo da faculdade, era segunda-feira, o melhor dia da semana...

Você se perguntaria, por que?

Reposição de estoque das lojas. Hoje é o dia em que chegam os melhores mangás e livros a venda nas livrarias. Eu saí correndo da faculdade, entrei no primeiro ônibus para o Pátio Brasil, fui em todas as livrarias de lá, depois na Conjunto, Casa Park e por fim Boulevard. Como estou carregando tudo isso? São livros e mangás, sou ótimo em carregar isso.

Depois de meu pequeno banho de loja, segui em direção à parada de ônibus, vida que vai, vida que segue, aproveitei para ler uma novel, um novo volume de "The Hero of The Goldnes Love", tão imersivo que me perdi um pouco na leitura, aproveitando aquele momento precioso em qual eu lia um bom livro.

Porém, numa fração de segundo, minha atenção se desviou do livro, e por impulso fiz algo que não faria normalmente. Eu poderia ficar ali de cabeça baixa, olhando para o livro, mas não consegui, pois vi um garoto, com uma mãe irresponsável, em grande perigo – o que o celular não faz com as pessoas – pensei depois. Vi motorista que não conseguiria frear a tempo, talvez por distração ou reflexo tardio e um conjunto de curiosos que parecia estar esperando a tragédia acontecer para conseguir postar fotos e vídeos e chamar atenção da internet para si mesmos por alguns dias, um cenário ideal para uma tragédia, ou a minha, ou a dele.

Eu pulei da parada de ônibus, meus livros caíram no chão, que estava molhado por causa da chuva de horas antes, tentando não pensar no estrago da água suja nas páginas novas. Numa velocidade que eu não sabia que tinha, empurrei o garoto para fora da estrada, porém, era um caminhão, ele não tinha como parar, a lei da física não iria deixar isso acontecer e como em qualquer bom Isekai, o Truck kun não falhou e eu fui lançado pelo impacto e quando minha cabeça bateu no chão, tudo ficou escuro, esse foi o cenário ideal da minha tragédia...

Não consigo mensurar quanto tempo se passou, mas recobrei uma parte de minha consciência, em um monólogo lento e arrastado.

- Está bem escuro né... isso é algum tipo de pós vida?

- Eu estou andado ou parado?

- Eu sinto que estou em movimento, mas também sinto que estou parado.

- Bom, e ser isso for uma entrada para Isekai?

- Se for quero uma habilidade de compactação de mana, tá me ouvindo?

- Espera... eu estou falando?

- Ah, que dor de cabeça!!!

- Há quanto tempo estou aqui? Mano, eu morri virgem! E eu não sou nem japonês... Por que morri virgem? Mano, ainda bem que não é um Isekai se não já estariam me cancelando...

- A Vick deve ter sofrido com minha morte, e acho que ela seria a única fora da minha família que sofreria, já que eu não tinha muitos amigos...

- Falando nisso, eu estou falando aqui há quanto tempo, será que tem alguém mim ouvindo?

< Tem sim >

- Tem! Ótimo quem e você? Está aonde?

<Eu sou o Alterego, uma parte de você, estou na sua mente e para falar a verdade você pensa muita abobrinha>

- Obrigado pela parte que me toca

<Disponha>

- Bom Alterego; O que você faz exatamente?

<Eu organizo todo seu conhecimento, acumulo, crio ideias e pensamentos, tento evitar que você faça coisas erradas e controlo, em certa parte seus instintos>

- Ei... isso que dizer!?

<Sim, eu que te joguei na frente do caminhão, baseado na minha análise de todos seus conhecimentos, se você salvasse aquela criança teria feito algo de útil da vida>

- Ah, cara... vai se lascar!

<reação adversa esperada, gostaria de saber os detalhes do meu plano antes de me odiar sem motivo>

- Odiar sem motivo? Você.... Tá me explique.

<Baseado na minha análise você tinha apenas 3 meses de vida, morreria de câncer, porém eu queria tentar te salvar de alguma forma, com análise nos seus profundos conhecimentos retirados dos inúmeros livros que você leu, cheguei à teoria de que se morresse salvando a vida de um inocente, poderia renascer em um outro mundo>

- Eu acho que eu li Isekai demais.

<Exatamente. Porém, era melhor arriscar essa teoria infundada e ser útil para a humanidade do que morre como um vagabundo, sem uma segunda chance de ser útil>

- Você e irritante.

<E você um folgado>

- Mas não foi o meu plano que deu errado.

<Devo dizer que meu plano não falhou ainda, de acordo com minhas contas você está há cerca de 9 meses aqui, ou seja...>

- Ele deixou de falar quando uma luz apareceu, quem diria, uma luz no fim do túnel, talvez eu esteja reencarnado, talvez...

<Bom acho melhor você ir em direção da luz>

- Certo, vamos.

PRÓXIMO CAPÍTULO DIA 25

REVISÃO: @CharlonBergahn

Um jovem vagabundo, que reencarna como um ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora