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A vida monótona de Finn Wolfhard era o clichê de qualquer adolescente filho de grandes empresários. O garoto sempre teve tudo do melhor, frequentava os melhores lugares, recebia os melhores presentes, usava as melhores marcas, mas isso não era o suficiente para fazê-lo verdadeiramente feliz. A ausência de seus pais o trouxera tantos traumas, que essa rotina de luxos não conseguia preencher nem um pouco do vazio que o moreno sentia por dentro.

Por mais que se esforçasse para não se sentir sozinho, por mais que tentasse encontrar saídas para a tristeza que tomava conta de sua alma, não era algo tão fácil de se enfrentar.

A única pessoa que Finn realmente tinha era a sua melhor amiga, a quem ele considerava como uma irmã. Millie Bobby Brown. A primogênita dos sócios de seus pais. Os Brown também eram bastante ausentes, porém, diferente do seu amigo, Millie sempre teve sua querida avó ao seu lado. Quando Ruth veio a falecer foi uma perda e tanto, a garota que até então podia contar com sua vovozinha, agora só tinha Finn ao seu lado.

Esse tempo foi bem difícil para a dupla, até porque além de ter sido difícil para o mais velho ver Millie em um dos seus piores momentos, Finn também era apegado à falecida Brown.

Após essa perda, Millie procurou de todas formas superar a morte da pessoa mais importante de sua vida. Porém, sem sucesso, a garota acabou se envolvendo com drogas mais pesadas. Finn não concordava, é claro, mas era hipocrisia de sua parte, posto que o garoto usava a cannabis sempre que tinha vontade, e por mais que não fosse algo tão forte, ele não podia reclamar com sua amiga.

Bom, a partir daí as coisas começaram a se complicar.

No fim das férias, em uma típica noite de festa na mansão dos Wolfhard, o anfitrião não imaginava que passaria por um dos momentos mais traumáticos de sua existência. O que parecia ser uma noite comum, tornou-se uma de suas piores memórias.

Finn estava virando mais um shot com seus “amigos” quando escutou um grito que provavelmente teria assustado a todos. Tudo aconteceu tão rápido. O moreno correu para onde as pessoas estavam formando uma multidão e ao compreender o que realmente estava acontecendo sentiu o seu corpo paralisar.

Millie estava tendo uma convulsão.

As drogas e as bebidas que a garota consumira teriam feito um estrago e dos grandes. Sem pensar muito, o garoto gritou para que todos saíssem dali e ligou para emergência imediatamente. Em segundos aplicou seus poucos conhecimentos de primeiros socorros e colocou a garota de lado com todo o cuidado do mundo para que ela não se engasgasse com sua própria saliva ou vômito.

Para sorte deles, naquele bairro emergências eram claramente levadas a sério. Visto que,  a ambulância chegara no que seus colegas acreditavam ter sido pouco tempo, mas para Finn, que estava com sua irmã de consideração em seus braços, aquele tempo teria sido uma eternidade.

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Felizmente, Millie se recuperou da overdose em poucos dias, embora aquele não fosse um deslize simples, seu organismo não havia sido tão afetado. Além disso, sua rápida recuperação não era novidade, a garota estava sendo atendida num dos melhores hospitais de Malibu pelos mais remunerados profissionais de saúde. Para a loira, tudo parecia tranquilo, ela acreditava que as coisas iriam resolver-se facilmente, como era de costume. Mas, não imaginava que a bronca que levaria de seus pais renderia tantas discussões. A garota sentia que o pior disso tudo era ter arrastado seu melhor amigo para seus problemas, apesar de seus pais terem demonstrado uma gratidão imensa por Finn ter estado ali com Brown, o fato dela ter tido complicações justamente numa das festas do garoto não agradara nem um pouquinho tanto os seus pais quanto os dele.

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