Capítulo único

548 42 9
                                    

Os ombros pequenos e estreitos ficavam aparentes na roupa sem mangas, tensionados, mostrando todo o estresse da organização das tropas a semanas. A energia de exaustão era tamanha que, mesmo tentando esconder, ainda me atingia.

A passos lentos me aproximei do corpo, tão menor, em pé de frente com a mesa de reunião. Dobrando-me um pouco, encostei o queijo em um dos ombros que tanto admirava momentos atrás, logo beijando longamente o pescoço semi-exposto, como uma saudação.

— Como foi em Plumeria? – a voz cansada indagou, sem nem olhar pra mim.

— Tudo andando dentro do planejado. Talvez até adiantado. Em uma ou duas semanas tudo vai voltar a ser como antes. – sorri contra seu pelo.

— Espero que sim...

Passo os braços ao redor de sua cintura, prendendo-os contra seu tórax, a puxando pra mim. Em resposta suas mãos alcançaram minha nuca, acariciando a raiz dos cabelos.

Ela sabe todos os meus pontos fracos.

— Senti sua falta... – sussurrando, guiei o nariz até seu cabelo, afundando e sentindo seu cheiro.
A resposta veio junto a um curto riso preguiçoso:

— Mas eu estou bem aqui.

— Isso é um convite? – ousei.

— E quando não é?

Com certa pressa virei seu corpo, fazendo com que nossos olhos enfim se encontrassem. Sentada na mesa, puxou meu corpo para si, me prendendo entre suas pernas.
A mesa nós auxiliava com a diferença de altura, equilibrando a distância.

— Adora... – meu nome saiu doce de seus lábios, sem propósito algum, como se afirmasse minha presença ali.

— Me deixa ser sua mulher... – sussurro junto, quase como resposta.

— Você já é minha. – afirmou me puxando pela nuca para juntar nossos lábios.

Era sempre naquele momento onde a razão parecia desaparecer. Não precisa anos da razão, só das mãos que agarravam os corpos uma da outra, como se buscassem se fundir.

— Adora... Vamos pro quarto...

A voz atingiu diretamente meus ouvidos, deixando meu corpo ainda mais quente enquanto descontava em seu pescoço, a despindo daquela roupa estúpida que criava uma barreira entre mim e meu objetivo.

— Como se você conseguisse esperar. – tranferir a culpa, ciente da situação de ambas.

Depois de um curto confronto contra a peça, a abaixo com pressa até seus quadris, a acompanhando com os lábios. A textura contra meu rosto e seus braços em volta a minha cabeça, quase implorando para que não me afastasse... era como um sonho.
Minhas mãos se prenderam a cintura que parecia ter o encaixe perfeito, pedindo para que apertasse e recebi as garras finas nas costas como resposta, junto a um miado contido. Não pude deixar de rir com a reação, ganhando um cascudo em troco.

— Ok. Eu mereci. – sorri, voltando a encontrar seus olhos.

— Ainda bem que sabe. – o lindo rosto mau-humorado se fez presente.

Voltei o rosto ao seu corpo, encaixando sem vergonha alguma entre seus seios. Parte em provocação, parte por amar aquilo.

Parte por ama-la.

Delicadamente guiei minhas mãos pela lateral de seu corpo, a deitando sob os documentos conforme erguia suas mãos.
Com os dedos entrelaçados, nossos lábios se encontraram outra vez, agora de maneira mais calma, mas não menos intensa.
Com as costas já queimando pelos novos aranhões, preferi prender seus braços acima da cabeça, precisando de apenas uma mão para imobiliza-la.

— Catra... – tentei me pronunciar entre o beijo – O quarto...

— Não consigo esperar. – resmungou sorrindo.

Deixei meus olhos se deliciarem com aquela cena. O cabelo bagunçado e os lábios vermelhos. Tudo num lindo caos.

Porra... Ela é um lindo caos.

Antes que pudéssemos ter qualquer reação, a porta se abre junto a uma discussão rotineira.

— Eu sei que deixei o projeto aqui! Tenho certeza que tá em cima da...

No mesmo instante que nossos olhos colidiram, Bow quebrou o contato, cobrindo sua visão, já pedindo mil desculpas. Enquanto isso Glimmer estava ao seu lado totalmente vermelha e sem palavras.
Ambos deram as costas, fechando a porta atrás de si, sem mais nenhuma palavra.

Me preparando física e espiritualmente, voltei os olhos para ela ainda imobilizada sob a mesa, mas não mais cultivando a expressão de prazer de antes.
Tentei suavizar a situação com um sorriso um tanto torto, mas aquilo pareceu apenas alimentar ainda mais sua ira.

A soltei, me afastando um pouco, apenas o bastante para que se vestisse.

— Amor... – tentei.

— Quero que você pegue esse "Amor" e enfie no cu.

WomanOnde histórias criam vida. Descubra agora