Capítulo Único

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Hoseok estava na cozinha, sentado à mesa tomando seu cafezinho da tarde. Sozinho, já que seu marido tinha decidido trabalhar justamente no horário em que lanchavam todos os dias.

Um estrondo repercutiu por toda a casa e por muito pouco mesmo não se queimou com o café quando escutou uma gritaria ensurdecedora no andar de cima. Nervoso, ele correu, subindo às pressas os degraus, quase desistindo da vida ao bater o mindinho na soleira da escada, mas continuou. No momento em que chegou ao corredor e avistou Jungkook em frente à porta do quarto com uma cara de choro, soube imediatamente que não importa o que aconteceu, tinha dado merda. No entanto, manteve-se zen e aproximou-se delicadamente, tentaria ser cordial, afinal, problemas acontecem, mas o danado ao vê-lo se achegar, disparou de volta para o quarto e trancou a porta.

― Jungkook você tá bem? O que aconteceu? Ouvi barulho de coisa quebrando ― Hoseok perguntou, escorando-se na parede ao lado da porta, massageando seu mindinho.

― Nada não, foi só um susto. ― Jeongguk tentou soar convincente, mas seu tom nervoso entregou que havia feito uma grande merda.

Certamente, ele deveria estar se tremendo e planejando algo para contornar a situação, como de costume, Hoseok pensou, revirando os olhos.

― Tudo bem, agora abra essa porta, Jeon. Espero que tenha visto pelo menos algum espírito. ― Arregalou os olhos. ― O que eu tô dizendo? Se tiver espírito, não abra.

Suspirando pesado ao ponto de Hoseok conseguir escutar, o mais novo abriu a porta. O moreno adentrou o cômodo afobado, porém, no mesmo instante, preferiu nunca ter entrado. O quarto estava escangalhado, o computador caríssimo de Jungkook se encontrava aos pedaços e, o pior de tudo, seu equipamento de produzir músicas, excessivamente caro e que trouxe noite passada especialmente para terminar um trabalho, também estava destruído.

― Sangue de Jesus tem poder! Jeon Jungkook, diga-me o que aconteceu nesse quarto, antes que eu te estraçalhe igual aos restos do meu equipamento ― Hoseok berrou, suas bochechas adquirindo uma coloração avermelhada ao passo que respirava oscilante.

― Hyung, desculpa! ― Encolheu-se. ― Eu estava jogando com os garotos quando uma barata pousou em cima do meu teclado. Tentei espantá-la, mas ela voou para cima de mim. Fiquei tão nervoso que empurrei minha cadeira para trás e pulei no meio do quarto ― ponderou, engolindo em seco ―, ela bateu na mesinha e derrubou seu notebook.

Hoseok fungou, tentando manter-se estável.

― E o seu computador, Jeon?

― Ah, ele? Bem, escorreguei na caixa de pizza que tinha ao lado da minha cadeira e apoiei-me na mesa, acabei derrubando tudo. ― Jungkook estava prestes a chorar, não por causa das suas coisas quebradas, mas sim graças àquele homem estranhamente silencioso.

― Quantas vezes pedi para não deixar resto de alimentos no quarto? Isso atrai ratos que atraem cobras ― Hoseok gemeu, debatendo-se e puxando os cabelos.

― Hyung, olhe pelo lado bom ― o mais velho olhou atentamente, suas orbes castanhas brilhando enraivecidas ―, somos ricos. Podemos comprar novos e melhores. Além de que, para sua felicidade, eu ainda não te quebrei, sacô?

Hoseok gargalhou, uma risada alta e assustadora.

― Sabe o que tinha naquele notebook, meu doce maridinho? Trabalhos. Trabalhos estes que estavam em processo de finalização. Bastante adorável, não é?

― Espere um pouco, espere um pouco, hyung. Eu te amo! ― O moreno balançou a cabeça, negando sua tentativa. ― Nada? Nadinha? Então, eu posso ao menos ligar para o meu advogado e mandá-lo preparar o meu testamento?

― Sim, fique à vontade! Aproveite e diga adeus à sua mamãe.

SUSTO • jjk + jhsOnde histórias criam vida. Descubra agora