Capítulo 1

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Ainda não quero acreditar, que estamos realmente saindo dessa cidade. A medida que a janela do carro passa rapidamente pelo diverso cenário da minha agora, antiga cidade, a ansiedade sobe cada vez mais, não é como se eu estivesse realmente animada com essa transferência do meu pai para Portland, mas finalmente ver um paraíso diferente é uma sensação boa.

3 horas enfiada em um carro, me ajudaram a fazer planos para nova vida, novos amigos? Nova escola? Isso não me parece algo que eu consiga planejar, pois são coisas imprevisíveis. Observo a chuva começar a se espalhar pelos vidros do carro, enquanto entramos na cidade, enquanto meus pais escutam músicas antigas de vossas épocas, dançando e cantando como se ainda tivessem 18 anos de idade.

  - Ruby, está neste mundo ainda? - ela diz me trazendo de fato, para o mundo real.

  - Nem tanto, ficar 3 horas sentada no carro faz com que o mundo real fique entediante.

  - Estamos quase chegando querida, quando estivermos lá vai poder se distrair no mundo real, arrumando seu novo quarto - meu pai diz como se arrumar meu quarto fosse uma coisa muito divertida.
 
Analiso com cuidado cada canto que me é permitido observar, da cidade  enquanto meu pai dirige. Me parece um clima não muito ensolarado, me lembra Seattle e isso não é bom. Uma enorme quantidade de pessoas passando pelas ruas, mesmo estando chovendo. Nós passamos pelo famoso Museu de Arte, onde é concentrado o maior número de pessoas e também o local que me chama mais atenção, sempre apreciei bastante a Arte.

Finalmente entramos em um bairro e sinto meu pai desacelerando e parando o carro. Olho a casa, nada que eu tenha para reclamar, a cor escura dela combina com o clima de morte que emana por aqui por conta da chuva, destacando-a das demais casas da vizinhança. Ajudo meus pais a levar para dentro as diversas caixas que parecem nunca acabar.

Ao sair para pegar mais umas caixas, observo meu pai conversando com um rapaz, que aparentemente parece querer nos ajudar.

  - Ah Ruby, este é o Nathan. É nosso vizinho e se ofereceu para dar uma força aqui, em relação às coisas mais pesadas.

  - Oi, eai. - eu digo tentando acabar com o constrangimento.

  - Eai Ruby, é um prazer conhecer você, tenho certeza que vai gostar daqui, o clima é ótimo - ele diz com um sorriso irônico e uma piscadela.

  - Já estou amando - retribuo o sorriso. - Você não está com frio? Só com essa regata?

  - Ah não, eu não sinto frio com muita facilidade. - ele diz desviando o olhar e desconversando.

Eu pego mais algumas caixas e deixo o resto do trabalho pesado para ele e meu pai. Ele me pareceu um bom garoto, apesar do estranho fato dele não sentir frio, estando no máximo 15 graus por aqui. Subo para meu quarto, aconchegante e escuro, pela cor cinza das paredes, bom, ele não vai se arrumar sozinho.

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⏰ Última atualização: Oct 08, 2021 ⏰

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