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Informação útil:
Kang Sae-byeok - N° 067
Ji-yeong - N° 240
Gi-hun - N°456
Sang-woo - N° 218
Cheol - Irmão de Sae-byeok
Ga-yeong - Filha de Gi-hun

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- Seja minha dupla - Ji-yeong pediu, com aquela voz fria, calma, sem-emoção e muito bem treinada que ela sempre usava.

Não, eu queria dizer. Não serei sua dupla.

Tudo indicava que o 4º jogo seria jogado em duplas, e que as duplas enfrentariam as outras duplas. Era o que tudo indicava, mas esse jogo nunca atendia às expectativas. Algo me dizia que as duplas se enfrentariam. Que uma pessoa das duplas morreria. E eu não queria morrer, e muito menos queria que Ji-yeong morresse.

Encaro o número 240 impresso em sua camiseta, e então volto a encará-la nos olhos. Como ela podia parecer sempre tão relaxada? Será que não pressentia o perigo?

É claro que pressentia, seria impossível não pressentir a uma hora dessas. Ela só não deixa transparecer isso. Assim como eu. Mas enquanto eu apenas me livro de qualquer expressão que defina uma emoção, ela usa aquela máscara de garota confiante e relaxada.

Engulo em seco, pensando em como responder.

- Não. - Finalmente digo, e vejo um lampejo de choque passar pelos seus olhos - Não posso ser sua parceira.

- Oh, e por que não? - Ji-yeong pergunta, sem se abalar.

- Por que eu deveria?

- Porque eu farei qualquer coisa para garantir sua vitória. Qualquer coisa, pode ter certeza - Ela responde e estende a mão, para que eu a aperte. Uma resposta ensaiada, obviamente. Não que eu me importe.

- Desculpe, mas não. Não tenho como te explicar agora, mas isso não é o ideal - Digo novamente.

Talvez eu estivesse errada. Talvez fosse um jogo de dupla vs. dupla. Mas ainda assim, ela não é uma dupla forte o suficiente. E caso seja um jogo onde a dupla se enfrenta, não queria morrer nas mãos dela, nem queria que ela morresse nas minhas mãos. Eu tenho um motivo para estar aqui, Cheol, e tenho certeza que ela também tem. 

- É claro que não tem como explicar agora - Debocha ela, recolhendo a mão. - Ainda que eu não ache que qualquer outra pessoa vá aceitar fazer dupla comigo ou com você - Ela se vira e vai embora, sem pensar duas vezes.

Ela vai entender. E depois do jogo, vai me agradecer.

Viro para o resto da multidão, procurando alguém em potencial para ser minha dupla, e vejo de relance Ji-yeong apertando a mão de um senhor de cerca de 40 anos. Bem, parece que ela estava errada quanto a ninguém aceitar fazer dupla com alguma de nós. 

Ainda tenho cerca de 3 minutos para encontrar uma dupla. Logo, só sobrará 3 de nós. Eu, a mulher que não pode batizar o filho, que é a número 212, e algum outro senhor. Se eu tiver sorte, consigo encontrar esse senhor antes da 212.

Olho em volta, apressada. Todas as duplas já haviam apertado suas mãos. A não ser... Droga, fui lenta demais. A 212 já está ajoelhada na frente de um homem, o único homem que sobrou. Número 347. Ele não parece estar disposto a fazer dupla com ela e olha em volta aflito, procurando uma saída. Aceno pra ele.

Em menos de 5 segundos ele já se desvencilhou da mulher e está na minha frente, apertando minha mão.

E então o tempo acaba, e todos somos levados pela porta que dá para a arena de jogos.

Conseguimos... JuntasOnde histórias criam vida. Descubra agora