Único;

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Por Kory


Anos depois de Ultimato...

Espaço Teatral do MIT


Assim que seu nome é chamado para receber o diploma e ser o orador da turma no palco do teatro da universidade, Peter se levanta da cadeira e vai até o diretor com certa vergonha por receber tantos aplausos.

— Meus parabéns, Sr. Parker!

— Obrigado, Diretor.

Os dois apertam as mãos e o Diretor entrega o cano que contém o diploma dentro, para Peter.

Peter foi até o centro do palco, apoiou as mãos no pódio móvel de madeira, arrumou o microfone ali embutido e engoliu em seco, respirando profundamente com o microfone desligado e se preparando para fazer seu discurso.

Anteriormente, havia feito uma lista inteira de tópicos sobre o que falaria, mas no meio do caminho, acabou desistindo. Seria no improviso mesmo.

Procurou sua tia May, Need, sua namorada MJ, Pepper, Morgan e Happy dentre todos os familiares dos alunos e se sentiu mais calmo e grato por achá-los com facilidade e todos concentrados nele com sorrisos no rosto. Incluindo Happy.

— Boa noite a todos. Eu...me chamo Peter Parker, como já sabem — a platéia e seus colegas riram. — Eu devo ser sincero e dizer que preparei uma pilha de folhas para fazer o discurso perfeito de uma jornada estudantil e universitária que está prestes a ser jogado no mundo para finalmente fazer o que quer, trabalhar no que quer, sem ter a responsabilidade de se sair bem em uma prova ou depender de seus pais e familiares. Mas, também devo-lhes confortar de que joguei todo meu discurso fora e resolvi improvisar no estilo de uma pessoa que foi muito importante para mim. Hoje, sem ter dito essa pessoa em minha vida, eu não teria uma família tão grande quanto eu tenho agora. Porque família não é só a de sangue, isso é um fato. E sem essa pessoa, eu jamais teria chegado aqui e muito menos vindo para o MIT. Eu só consigo me sentir grato por ter convivido com essa pessoa, pelos seus conselhos e orientações que me fizeram ser quem eu sou hoje. Mas antes de entrar em detalhes sobre a importância dessa pessoa para eu estar aqui hoje, quero agradecer a cada professor que esteve lá por mim e por todos nós, alunos, por nos inspirar, ajudar e instruir a seremos o futuro da tecnologia mundial. Agradeço, também, a todos os funcionários, sem exceção, do Instituto — todos bateram palmas. — Permitam-me focar agora, os agradecimentos e o discurso para a pessoa que anteriormente citei mas sem a revelar. O nome dele era Anthony Edward Stark, também conhecido como Tony Stark e por ser o Homem de Ferro. Desde pequeno eu era obcecado por ele. Sério, meu quarto era todinho decorado dele, com fantasias, bonecos, desenhos...Um dos dias que para mim, estão na minha Top List de acontecimentos na minha vida, foi quando houve um ataque e eu tinha apenas quatro ou cinco anos, não me recordo ao certo que idade eu tinha, mas eu...eu estava no meio daquele ataque, sozinho e usando a máscara e uma luva gingando ser parte da armadura do Homem de Ferro. Na minha cabeça, eu também era um herói naquele dia, enfrentando os inimigos. Até que o próprio Homem de Ferro se põe na minha frente, me defendendo e logo depois, me elogiando. Ele disse: Bom trabalho, garoto. E saiu voando. Fiquei ainda mais admirado e obcecado por ele depois disso. Minha tia é testemunha disso. Eu devo ter sido uma criança muito chata, só falando do Homem de Ferro, pra lá e pra cá. — Peter e todos riram. — Como todos sabem, desde os acontecimentos com o Mistério, perdi meus pais muito cedo e a figura paterna que me restou era meu tio, que foi morto baleado há bom tempo atrás. Um pouco antes dele morrer, eu fui picado por uma aranha radioativa na qual me deu habilidades de uma aranha e não, eu não boto ovos! — Todo muito gargalha. — Com a perda do meu tio e o ganho das habilidades de aranha, tomei a decisão de fazer algo que pudesse ajudar o povo, que pudesse impedir que mais uma morte como a do meu tio acontecesse. Foi então que me tornei o Homem-Aranha. O herói da vizinhança do Queens. O herói do povão. Que de alguma forma chamou a atenção do Homem de Ferro, que resolveu o recrutar para uma missão. Tony não só acreditou em mim como um herói, que tinha somente quinze anos na época, mas também se dispôs a ser meu mentor. Só que, no fundo, mesmo eu não tendo coragem de admitir, ele se tornou a figura paterna que me faltava. Com seu jeito único, que muitos não gostavam na época, piadista e mandão...porque Oh ele conseguia ser o Rei dos Mandões. Discutimos algumas vezes, como qualquer pessoa e em uma delas, eu tinha feito burrada, admito, mas eu disse para ele que queria ser como ele e ele me rebateu dizendo que teria que ser melhor do que ele. Na época, lembro de me perguntar internamente: Como ser melhor que o senhor? É impossível! Porque ele era O Homem de Ferro. Não tinha como ser melhor do que ele. Nesse mesmo dia, eu disse a ele que eu não era nada sem a armadura e ele me deu um balde de água fria, me dizendo que se eu era nada sem a armadura, eu não a merecia. Em um momento em que estava sem a armadura e em perigo, essa fala dele me veio à mente e eu finjo mente compreendi o que ele queria me dizer, me ensinar. Para ser um herói, não é preciso uma armadura, porque não é ela que define quem você é. Qualquer um pode ser um herói. Aquele que ajuda uma velhinha a atravessar a rua movimentada de Nova Iorque já é um herói. Até mesmo aquele eu, pequeno, sem proteção alguma e simplesmente fantasiado garoto, era um herói que estava se arriscando para proteger os outros. Ser um herói requer sacrifícios, como sacrificar momentos românticos, de família, suas férias e suas vidas. Tony sacrificou a sua vida, a sua família, para salvar a humanidade, para enfrentar a menor possibilidade de vencerem Thanos e trazer todos de volta. Tony é o meu herói, não importa o que digam dele ou que me façam comparar ele aos outros Vingadores. Digo com propriedade de que metade dos que estão aqui, no mínimo, viraram pó e a outra metade teve que ver e conviver com a perda dos que se foram. Eu fui um desses que se foi e não consigo sequer imaginar como foi a vida dos que ficaram — sua voz foi ficando mais embargada, mais baixa. — Após o que foi conhecido como Ultimato e após o sacrifício de Tony, soube pela esposa dele, Pepper Potts, que ele só tomou a decisão de ajudar os Vingadores a trazer as pessoas de volta, quando olhou uma fotografia minha com ele. Quer dizer...ele disse não, antes, porque não queria sacrificar a família que ele criou durante os cinco anos após Thanos fazer o que fez. Mas ele deu o seu sim, mesmo que pudesse morrer e perder sua família, pela mínima possibilidade de me trazer de volta. Talvez um pouco egoísta pensar assim, mas ele era humano e nós humanos temos medo, medo do amanhã. Ninguém poderia culpá-lo se ele não tivesse ido ajudar. Mas ele foi. Se arriscou por mim e deu a vida para salvar a todos — Peter já tinha deixado algumas lágrimas caírem, mas isso não o impediu de continuar seu discurso e como ele, algumas pessoas já estavam chorando e se emocionando, principalmente Pepper, Morgan, Happy, May e Need. Peter desligou o microfone para fungar, dar uma respirada profunda e tentar voltar a voz normal. — Tony Stark me ensinou muito nos poucos anos de vida que tivemos juntos, mas todos esses ensinamentos eu vou levar para o meu túmulo. A vida, minha experiencia única de vida, e meus professores, me ensinaram muitas coisas que com certeza me tornaram e vão ainda me fazer um homem melhor. Digo isso porque...no passado, quando ocorreu aquilo com o Mistério, ou Quentin Beck, como queiram o chamar e todos se voltaram contra mim, ele usou a potência tecnológica visual para fazer tanto estrago...Mas eu, Peter Parker e Homem-Aranha, dou a minha palavra que irei usar a tecnologia apenas para o bem comum e não para manipulação, como o Quentin Beck, fez ou como a antiga Indústrias Stark, com armas de alta potência. Meu discurso não está na altura do grande homem que foi Tony Stark e como eu disse antes, jamais serei ele ou melhor do que ele. Não há como. Mas seguirei os passos que ele me instruiu a seguir, e um deles foi me candidatar no MIT. Tony sempre será a minha maior inspiração e meu pai, sem ser de sangue. Obrigada a todos por me ouvirem e...me desculpem pelas lágrimas e a demora — riu fraco. — Vamos festejar, galera! 


*****

Quem ai aceita um lenço? Porque eu já tô com o meu aqui :')

Espero que tenham gostado <3 

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