A Lenda Do Sol E Da Lua

Único

Todos conhecem ou irão conhecer a lenda do Sol e da Lua.

Mas se você for uma dessas pessoas que não conhece, meu caro amigo... Sinta-se feliz por não ter conhecimento de uma história tão triste.

Irei conta-la a você, mas é de sua escolha continuar a ouvi-la ou não... Não diga que eu não lhe avisei!

Esta história começa antes mesmo de o mundo ser mundo, onde uma pequena luz brilhante apareceu no céu, e junto a ela uma luz – não tão brilhante assim – surgiu.

Essas luzes são o sol e a lua, mas naquela época elas não possuíam esse nome... Na verdade eles não possuíam nome algum.

O Sol como denominado anos depois surgiu feliz e sorridente com a expectativa de uma nova amizade. Mas a Lua, odiava o astro brilhante. Odiava ser ofuscado porque aquele brilho idiota e odiava saber que ele era mais amado do que si.

E por isso o desprezava sempre que podia, especialmente quando ocorria o chamado eclipse. Onde era forçado a aturar aquele bola quente escandalosa e idiota. O que ela não percebia, era que sempre que desprezava o Astro Rei, o brilho do mesmo diminuía devido a sua tristeza.

Vendo que se isso continuasse a acontecer um de seus filhos acabaria morrendo, Destino decidiu que a cada cem anos, Sol e Lua seriam enviados a terra dos humanos sem memórias de sua vida no céu.

Mas havia uma condição, se Lua não aceitasse o amor do Sol e o correspondesse com a mesma intensidade, seria forçada a ver sua outra metade deixa-lo e deveria esperar para que os dados cem anos chegassem.

Mas se a mesma aceitasse seus sentimentos, seriam livres da maldição e poderiam continuar na Terra para sempre.

E aí, meu caro amigo..... Que nossa tragédia começa!

Em sua primeira vez na terra dos humanos, Lua se chamava Indra, e pior ainda, o Sol era Ashura, seu irmão mais novo.

Ashura amava Indra e o mais velho tinha conhecimento de tal fato, mas decidiu ignorar ao máximo e decidindo desprezar ainda mais os sentimentos do irmão, se envolveu com uma moça de uma cidade vizinha e se mudou com ela, apenas para ver Ashura desolado e abatido. Deste envolvimento, surgiu seu herdeiro e único filho. Mas Indra era infeliz, mesmo que nunca tenha entendido o motivo de tal.

Até o dia que descobriu, até o dia que percebeu que era tarde demais para que fosse perdoado.

Ashura estava doente, à um fio de vida e acamado, os médicos não sabiam o porquê do rapaz estar em tal estado e por conta disso, não sabiam como tratar a doença.

Indra sabia que tinha que ver o irmão pelo menos mais uma vez antes do mesmo partir para sempre.... Mas não conseguia, não queria vê-lo em tal estado.

O dia da sua ruína verdadeira havia chegado quando recebeu uma carta de seu pai informando que seu irmão havia partido, na carta seu pai dizia que o último desejo de Ashura fora que seu diário fosse entregue ao seu irmão. E junto da carta, estava o dito diário.... O diário que ajudaria a trucidar seu coração.

Indra não estava preparado para lê-lo, mas fez mesmo assim, e descobriu que seu irmão sempre o amou, mesmo que fosse desprezado pelo mais velho e que não guardava rancor algum do irmão e que esperava que Indra fosse o mais feliz que podia.

Pena que ocorreu o contrário.

Indra se afundou em sua dor e perda pelo resto de seus dias, morrendo pouco tempo depois devido a tristeza, seu único desejo era que fosse enterrado no alto da colina de sua casa, onde o sol brilhava sempre.