Capítulo 1

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Parecia que havia sido ontem mesmo, o dia em que Kotoko estava chegando na sua casa no momento em que aconteceu o desmoronamento. Especialistas disseram que a sua casa já estava caindo aos pedaços e tanto os materias, quantobo engenheiro não colaboraram muito na construção. Desde esse dia Kotoko decidiu que iria arranjar um trabalho para ajudar seu pai com as contas do restaurante e do hotel onde eles estavam morando.
– Filha! – Seu pai gritou enquanto entrava.
Kotoko vai até ele e o ajuda a tirar seu casaco.
– Boa noite papai. – Disse ela com um seu sorriso de sempre no rosto. – Vejo que o senhor chegou cedo.
Ele se senta em uma cadeira. Estava exausto e dava para perceber pela expressão em seu rosto.
Kotoko se senta na frente dele e percebe seus olhos tristes e cansados.
– Tive que fechar um pouco mais cedo, pois estamos com poucos empregados. – Fala tristemente.
– Não se preocupe papai. Logo acharei um emprego. – Ela fala sorrindo.
Shigeo olha para a sua filha e vê esperança. Os olhos de Kotoko fizeram o seu coração se acalmar. Ele sorriu para a sua filha e concordou com a cabeça.
Kotoko se levanta e beija a testa de seu pai.
– Agora vamos dormir, que amanhã é um novo dia.
Shigeo se levanta e vai para o seu quarto, onde cabia apenas um pequeno armário e uma cama de solteiro.
Kotoko começou a arrumar o seu colchonete. Ela dormia no chão da sala/cozinha.
"Vai dar tudo certo. Amanhã conseguirei um emprego de meio expediente."
Ela sorriu com esse pensamento positivo e dormiu feliz, com um pressentimento de que coisas boas iriam acontecer no dia seguinte.

...

Ela pediu demissão sr. Irie. – Disse a secretária.
Naoki se vira para ela. Seu rosto era impassível, não havia sentimentos ou siquer uma expressão, mesmo uma negativa.  Era também muito frio com as pessoas, algo que já era de se esperar se tratando dele.
– Tudo bem. Pergunte para a Satomi se ela poderá ficar com eles por tempo integral, até acharmos uma nova babá.
A mulher faz que sim, e se retira do local imediatamente.
Naoki olha para o porta-retratos que estava em cima da sua mesa. Nele havia uma foto, onde estavam ele, a sua mulher Tahani, que havia morrido por causa de um tumor no cérebro, e seus filhos, Kotomi e Yuuki. Todos pareciam felizes. Estavam em um lago de águas cristalinas.
Ele respira fundo e deixa a dor da perda invadir seu peito.
Fazia apenas um ano que ela havia morrido. Depois disso, muitas coisas mudaram. Ele começou a trabalhar mais, seus filhos estavam sentindo falta do pai e da mãe, por isso faziam da vida das babás um verdadeiro inferno.
Seu telefone começa a tocar.
– Oi mãe. – Fala com tédio na voz.
–Nao! – Falou histérica. – Achou alguém para cuidar dos meus netos? - Dava para perceber na sua mudança de voz que ela realmente estava preocupada com as crianças, já que era uma das poucas de quem eles gostavam.
– Ainda não, mas quando eu achar a senhora será a primeira a saber. Como estão as coisas em Paris? - Muda drasticamente de assunto.
– Muito bem. Compramos várias coisas e já estamos em casa. Estamos aproveitando os dias de folga do seu pai, pois amanhã ele começa na empresa.
Naoki murmura algo, como se tivesse afirmando e depois se despede de sua mãe e desliga o telefone.
Batem na porta e ele manda que entre. Era sua secretária.
– Encontramos uma babá.
– Mande fazer uma entrevista com a Satomi. – Disse enquanto lia alguns papéis e fazia sinal com a mão, para que ela saísse.

...

Kotoko acorda cedo e prepara apenas o chá, pois mesmo que o seu pai seja um chefe de cozinha e dono de restaurante, ela nunca havia conseguido aprender a cozinhar. A única coisa ao qual ela sabia fazer era um simples chá.
Não demora muito para que seu pai acorde e comece a fazer o café, pois ele não confiava muito na sua filha quando se tratava da cozinha – e na maioria das coisas também.
– Bom dia papai! – Disse ela alegre enquanto colocava chá nas xícaras.
– Bom dia Kotoko! Vejo que se acordou bem. – Disse sorrindo.
Ela balança a cabeça.
Realmente Kotoko estava muito feliz naquele dia, pois estava cheia de esperança e energia. Ela se senta na mesa e toma seu chá.
– Hoje eu vou conseguir um trabalho papai. – Disse confiante.
Ele olha para a sua filha e sorri.
– Vai sim. 
Após o café, Shigeo vai para o seu trabalho. Da um beijo em sua filha e depois saí.
Kotoko fica olhando por alguns segundos para o restinho de chá que tinha na sua xícara e fica se perguntando se realmente iria conseguir um emprego.
"Espero que... Não! Eu vou conseguir, ou não me chamo Aihara Kotoko!"
Ela se levanta confiante e sorridente, depois saí da sua casa em busca de emprego.
***
Kotoko estava em uma lanchonete comendo com a sua melhor amiga de infância, Jinko, que trabalhava ali por perto, em uma joalheiria.
– Ainda procurando emprego? – Pergunta Jinko.
Kotoko respira fundo. Era triste saber que em todas essas horas ainda não havia conseguido um emprego.
– Sim. – Fala triste. – Mas logo conseguirei um. – Abre um sorriso.
– Não sei não Kotoko, do jeito que você é burra e desajeitada. Acho difícil conseguir um emprego. – Fala Jinko com naturalidade enquanto bebe seu chá.
– Você tem razão! – Kotoko abaixa a cabeça e começa a chorar. Sua amiga tinha razão. Como uma garota burra e desajeitada como ela conseguiria um emprego?
– Mas acho que posso lhe ajudar.
Rapidamente Kotoko olha para a sua amiga, novamente com seus olhos cheios de esperança.
– Soube que estão precisando de uma babá em uma casa de um homem muito rico e lindo... – Jinko começa a babar. – e maravilhoso, inteligente, sexy...
– Já entendi. – Disse Kotoko interrompendo o pensamentos impuros da sua amiga. – E como você sabe dessas coisas? Quer dizer, a parte em que ele precisa de uma babá?
– Uma amiga minha trabalha para ele. Ela perguntou se eu conhecia alguém e eu falei de você.
Kotoko pulou da cadeira de tanta alegria e abraçou a sua amiga.
– Obrigada Jinko. – Falou ela sorrindo.
– Sua entrevista vai ser hoje mesmo.
– Que horas?
– Daqui a duas horas. – Fala calmamente.
– O quê? – Diz Kotoko desesperada. – Mas eu nem estou preparada! Tenho que ir para a minha casa me arrumar. – Ela coloca o dinheiro da conta em cima da mesa e saí de lá correndo.
Jinko toma seu chá enquanto ri de sua amiga que corria desastradamente para fora da lanchonete.
***
Kotoko chega em sua casa em meia hora, ainda faltava uma hora e meia para a sua entrevista de emprego, ou seja, ela tinha apenas meia hora para se arrumar.
Ela pega a sua mala e começa a procurar uma roupa adequada para a sua entrevista, mas parecia que nada se adequava. Ela olha para o relógio e haviam se passado dez minutos. Foi quando ela achou seu blaiser rosa claro, uma saia da mesma cor e uma regata branca. Ela se vestiu, se maquiou e depois saiu. Faltava uma hora e três minutos para a sua entrevista.
Ela estava muito contente.
Entrou no metrô e se sentiu sufocada com a quantidade de pessoas que a apertavam. Sua bolsa parecia estar do outro lado e seu braço estava sendo esmagado.
O trem para, mas não era a sua parada. As pessoas começam a sair e levam ela junto.
Kotoko começa a gritar no meio da multidão, enquanto tenta sair, mas não adianta. Ela já estava fora.
Ela corre até a porta, que ainda estava aberta, mas faltava pouco para se fechar.
Uma senhora segura a porta e saí, Kotoko aproveita a oportunidade e entra, mas uma parte da sua bolsa fica presa para fora.
– Droga! – fala enquanto tentava tirar a sua bolsa.
– Não se preocupe moça, na próxima parada essa porta se abre. – Disse um senhor que estava sentado ao seu lado.
Ela sorri para ele, mas continuava tentando tirar a sua bolsa, até chegar a próxima parada.
Quando chega, a porta se abre e Kotoko cai no chão.
Ela se levanta e saí. Começa a correr quando vê as horas.
"Droga! Não posso me atrasar!"
Ela pega um taxi e diz o endereço.
Faltavam vinte minutos.
Ao chegarem, Kotoko da o dinheiro para o motorista e desce do carro. Quando ela olha para frente, o carro saí. Ela fica encantada e impressionada com o tamanho da casa. Era o tipo de casa japonesa moderna. Havia o nome Irie escrito na entrada, que era o sobrenome da família mais importante e rica do país, onde morava o garoto mais inteligente do país.
"Vou trabalhar para Irie Naoki?", se perguntou enquanto subia as escadas.
Ela limpou sua saia, que ainda estava suja da queda que haiva levado e tocou a campainha.
– Olá. – Disse uma garota de cabelos ruivos amarelados. – Você deve ser a Aihara Kotoko. – Disse sorrindo.
Kotoko fez que sim com a cabeça.
– Entre. – Disse Satomi sorrindo e dando espaço para que Kotoko entre.
Agora seria tudo diferente. Ela sentia que finalmente conseguiria um emprego e poderia ajudar seu pai.

Itazura na Kiss - Forbiden loveOnde histórias criam vida. Descubra agora