Fases

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Todos já nos sentimos perdidos em nossas vidas. Aquele sentimento de não saber onde pôr o pé, sem saber se é terra firme ou areia movediça, então ficamos sempre em nosso pedacinho observando o próximo passo, com medo de o enfrentar. E os anjos também são a explicação para isso.

Quando somos crianças somos velados por anjos-mães. São seres superiores, mães da vida passada, presente, e em breve futuras, que vêm com o poder do cuidado, com o poder suficiente e inocente para guiar uma criança. A cabeça de uma criança não funciona como a de um adulto ou adolescente, não é formada em opiniões concretas por completo, por isso é a mais importante em ser vigiada. Anjos-mães prezam por cuidar da inocência, pois a inocência é vida. Crianças significam vida, principalmente sua inocência, já que ela representa luz, ela traz cores ao mundo.

Quando saímos da fase infantil vamos para a nossa fase perdida: a adolescência. É nessa fase que começamos a nos encontrar, formar nossa identidade e o modo como enxergamos o mundo, e é essa nossa formação que ajuda para que o encontro entre nós e nosso anjo aconteça. Essa é a nossa fase que ficamos sem um auxílio por completo, pois ficamos apenas com anjos em treinamento.

Todos temos um anjo que completa o nosso ser, a nossa alma gêmea, que em vida podemos amar, odiar, não ser próximo, mas caso uma das almas tenha ido, ela vira protetora de sua metade, facilitando, de alguma forma, nosso caminho nos trilhos, pois a nossa busca diminui. Mas quando temos a nossa metade em vida, a busca pode demorar, até encontrar alguém que seja parecido o suficiente com a nossa metade para cuidar de nós. Igualmente a Jeongin.

A metade de Chan ainda vaga em vida, por isso Jeongin cuida dele. Ele consegue compreender mesmo não o completando, consegue saber o que seria melhor.

Mas nem sempre foi fácil, Jeongin morreu muito novo, não tinha certa maturidade, mas foi aprendendo com Chan, já que cresceu com ele. Quando faleceu tinha 16 anos e seu protegido 17. Ambos estavam assustados com a situação momentânea. Chan com sua carreira que acabara de começar, Jeongin com a responsabilidade de cuidar de alguém. Mas se conectaram e acharam seu caminho.

Jeongin sempre gostou de ajudar quem ele amava e isso se aplicava ao seu amigo.

— Pronto, logo o Félix vai poder te ver! — Jeongin chegou ao quarto, tocando as mãos como se estivesse limpando a poeira de suas palmas, com um sorriso animado no rosto.

— Esse seu logo é bem rápido — Hyunjin resmungou, não se levantando da cama de Félix.

— Como assim? — Perguntou confuso, se sentando ao lado do amigo.

— O Félix me viu hoje, no meio da praça, foi muito constrangedor.

Jeongin se deitou ao lado do amigo e começou a rir.

— Tá rindo de quê? — Hyunjin o olhou confuso, murmurando enquanto voltava sua cabeça ao travesseiro.

— Até mesmo no mundo dos anjos existem velhos surdos. — Se virou para o amigo, que também se deitou de lado. — Quem cuida disso é muito meu amigo, mas também é bem velhinho. Eu disse dia 31, ele ouviu 21, eu disse dez da noite e ele entendeu da manhã. — Voltou a rir.

— Ele aceitou até bem… O que é estranho.

— Talvez seja o choque, deve ter pensando que foi um surto de açúcar de novo. — O respondeu, com um sorrisinho no rosto.

— Felizmente a Wheein estava chegando com o Jisung, então eu pude correr.

— Ela te odeia mesmo…

— Ela também não te suporta, palhaço!

Wheein era uma anjo-mãe no passado, mas ela tinha um jeito mal humorado, causando crianças estressadas. Como punição, sua anjo-mãe superior a colocou como protetora de Jisung, que se assemelha a uma criança devido a sua personalidade.

— Como ela consegue lidar com o TDAH do Jisung sem voar nele? Ela não parece ter muita paciência com qualquer coisa. — Hyunjin questionou.

— Que nada! Isso é tudo pose. O Jisung virou o bebê dela. Ela falta fazer voz de bebê com ele.

— Igual você faz com o Chan? — Provocou, rindo, soprado.

— Exatamente!

Where's My Angel (Hyunlix)Onde histórias criam vida. Descubra agora