Capítulo Único

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— Jimin! Já estamos atrasados. Para de enrolar e vamos logo.

Já faziam alguns minutos que Taehyung estava sentado na beira de sua cama e seguia chamando e apressando inutilmente seu melhor amigo para que ele terminasse de se arrumar de uma vez. Tudo aquilo para impressionar o calouro bonitinho que acabara se tornando o ficante dele.

— Só falta colocar um pouquinho mais de sangue falso. É rapidinho, calma lá — falou se olhando no espelho enquanto derramava um pouco mais de líquido em seu rosto.

— Já faz mais de quinze minutos que você disse isso, Chim....

— Tá, tá, mas dessa vez é sério. Prontinho, viu só? Já acabei.

— Finalmente! O Nam já deve estar puto de tanto esperar a gente lá na frente. Vamos.

Puxando o mais baixo pelo braço, ele desceu as escadas se encaminhando para a porta e torcendo para que seu irmão ainda estivesse ali disposto para os levar. Era o aniversário de vinte anos de uma das poucas amigas que o Kim mais novo havia feito e por mais que não estivesse tão animado para ir na festa, não poderia fazer a desfeita de não aparecer quando ela tinha o pedido com tanto carinho para que ele não faltasse a comemoração que com tanto esforço ela estava conseguindo por em prática.

Elle era uma estudante de psicologia que havia sido designada para auxiliar a turma de Taehyung em um projeto de extensão comunitária que a faculdade propôs a dois semestres atrás. Coincidentemente ela acabara se aproximando justamente do grupo em que o Kim e o Park faziam parte e desse momento em diante uma simples, porém divertida amizade surgiu. Recentemente a garota havia se esforçado muito para organizar tudo e festejar pela primeira vez em anos seu aniversário e o tema calhou de ser festa a fantasia. Completar ano na véspera do Halloween tinha lá suas influências nisso.

A época do Halloween sempre foi meio monótona para Taehyung. Não era como se não gostasse das tradições, longe disso, somente nunca havia tido a chance de comemorar e curtir com propriedade a celebração que ocorria todos os anos no final do mês de outubro, deixando-o um pouco inexperiente nessa parte de como se vestir ou mesmo se portar em festas desse estilo. Também não era habitual, talvez nem mesmo já tivesse ocorrido algum momento em que Park e Kim tivessem vestido alguma fantasia, mesmo que simples. Foi por esse motivo que ao ver os dois amigos entrarem no carro, Namjoon fez uma careta engraçada pela forma que ambos estavam, estranhando as roupas e maquiagens não usuais, porém não demorando a compreender que provavelmente a dita festa que os levaria, envolvia o uso de fantasias.

— Vampiro? Sério isso, Jimin? — ironizou pela escolha clichê do Park.

— Rápido, prático e clássico, ok?! — respondeu firmando um bico em seus lábios e arrancando uma risada do mais velho ali presente. — Ao menos eu não me vesti de anjinho como certas pessoas...

— Ei! O Namjoon que fala e eu que sou atacado é?!

— Ah, Tae, mas cá entre nós, uma calça azul folgada, uma blusa também azul de botão, com uma auréola e asinhas, assim fica difícil de te defender. É bem clichê, na real, porém diferente por não ser uma roupa toda branca ao menos, mas veja pelo lado bom, com essa carinha fofa você até parece um anjinho.

— Não sei onde uma fantasia de anjo combina com Halloween
— resmungou Jimin.

— Foi a única que eu achei tão em cima da hora. Você sabe que até ontem eu ainda nem sabia se iria ou não.

— Claro que você iria. Você sabe que a Elle iria ficar triste se a gente não fosse e eu duvido que fosse querer isso.

Resmungando, porém ciente de que seu amigo tinha razão, Taehyung seguiu calado o resto do trajeto, enquanto ouvia os dois chatos de sua vida se alfinetando em pura implicância. Já estava tão acostumado a aquelas situações que nem mesmo se dava ao trabalho de falar algo e só aguardava que ou eles cansassem, ou que chegassem ao destino. Acabou que a segunda opção foi a da vez. Após se despedirem e combinarem de enviar uma mensagem quando quisessem que o Kim mais velho fosse buscá-los, o carro seguiu pela rua e os dois amigos encararam a frente do prédio em que a garota morava. Preferindo não continuar ali na rua, chamando tanta atenção por suas roupas, os dois se apressaram em tocar o interfone e informar seus nomes, sendo permitidas suas entradas logo em seguida e recebendo a instrução do porteiro de que deveriam ir reto e subir a escada que estava ao lado esquerdo do lobby.

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