"Brigados" talvez não fosse o melhor termo para definir a relação de Adrien e Marinette naquelas últimas semanas. Eles não estavam brigados, na verdade, Adrien não estava brigado com ela, mas Marinette estava.
Desde que ela descobriu que o cara com quem ela saía (casualmente também acabava na cama) não era ninguém menos do que o filho de seu chefe, Marinette havia ficado irada com Adrien por sentir-se uma idiota. Como ele não havia contado aquilo para ela?
E sim, Adrien até tentou se explicar. Não queria que ela soubesse daquilo porque ela era uma das poucas pessoas que o tratavam como uma pessoa normal, além de que não queria que ela se afastasse dele ao descobrir sobre seu parentesco com Gabriel Agreste.
Afinal, Marinette já havia deixado claro que ficaria brava se colocassem o rendimento dela como fato dela estar namorando alguém na empresa.
Então, desde o dia que ela descobriu, Marinette passou a tratar Adrien de uma maneira irritada. Claro, não de uma forma perceptível para os outros. Era de uma maneira sutil.
Adrien não tinha planos de ficar no lugar de Gabriel na empresa. Ele estava bem dando aulas de física em um colégio local e terminando seu doutorado, mas como seu pai precisava de alguém para ficar alguns dias em seu lugar, Adrien havia aceitado. Bem, ele precisou aceitar.
E agora estava lidando diariamente com Marinette Dupain-Cheng e sua irritabilidade.
— De novo isso.
Adrien murmurou e bufou. Marinette havia pedido para a secretária entregar alguns documentos. No envelope, ela havia feito questão de escrever o nome dele errado.
Desde o começo da semana, ela fazia aquilo como forma de irritar. Ela sabia como escrever o nome dele, sabia como dizer o nome dele também, mas fazia questão de errar. Usava a grafia errada, às vezes trocava uma letra, colocava algo parecido.
Na fala, já havia sido chamado de Fabian, Adriano, Eidrich e outros. De maneira escrita, já havia sido Adrian, Edrien e, dessa vez, Adryan.
Ele bufou.
Só podia ser brincadeira.
[....]
Marinette estava despreocupadamente pegando um café para si. Ainda estava irritada, mas se divertia com as inúmeras formas de errar o nome de Adrien. Era corrigida por algumas amigas, mas fingia se esquecer.
Dizer que o fato dele ser uma nova pessoa ali era uma boa desculpa para errar constantemente o nome do chefe.
E ver as caretas que ele fazia quando ela errava também era algo engraçado demais para que ela parasse.
Pensar naquilo a fazia rir.
Mas ela parou de rir assim que Adrien entrou ali. Parecia, também, disposto a tomar um pouco de café. Ela ajeitou sua postura, tomando um pouco de distância enquanto mexia o café com uma colherzinha.
— Boa tarde, Heidrich.
— Boa tarde, Marilene.
Ela o olhou.
— O que disse?
O loiro se encostou na bancada. Segurava uma xícara com o café puro. Pareceu dar de ombros de maneira relaxada.
— Marilene. Seu nome, não é?
Marinette fechou a cara.
— Não.
— Então.... é Marilda? Marlene? — Ela meneou a cabeça. A cada nome, fazia uma careta diferente. — Matilde?
— Nenhum desses. — A Dupain-Cheng murmurou, tentando disfarçar o tom de irritação na voz. — É Marinette.
— Ah, entendi. — Ele olhou para o café. Tomou um gole. — Como está seu dia de trabalho, Marinetta?
A Dupain-Cheng o olhou. Engoliu o pouco de café que estava bebendo e respirou fundo. Ela sabia o que ele estava fazendo. Estava usando o que ela fazia com ele exatamente para irritá-la. Ela queria xingar, mas não faria aquilo.
— Marinette. — Ela sorriu. — E meu dia está bom. E o seu, Adrian?
— Adrien. — Ele a corrigiu. — Está bem tranquilo, mas meu nome estava errado nos documentos que você me enviou.
— Ah, foi erro de digitação.
— Posso te ensinar a digitar Adrien então, porque.... você colocou y e a ao invés de i e e. — Ele sorriu, debochado. — Se quiser passar na minha sala, eu posso te ajudar.
— Obrigada por ser tão gentil, mas acho que eu já aprendi. — Ela deixou a caneca sobre o balcão. — Se eu tiver dúvidas, eu vou na sua sala.
— Opa, vai ser ótimo poder te ajudar, Mariane.
— Marinette! — Ela o olhou, dessa vez, irritada. — Ma-ri-ne-tte.
— Ah, prazer te conhecer, Marinette. Eu sou Adrien. — Ele se aproximou dela com delicadeza, deixando a caneca de café no balcão por precaução. — A-dri-en.
A Dupain-Cheng sentiu uma pitada de raiva pelo modo que ele falava. Era um tanto debochado e brincalhão, como se aquela situação fosse divertida e somente ela estivesse irritada. Ela bufou.
— Babaca.
— Também gosto de você.
Ela franziu o cenho.
— Eu não disse isso.
— Mas eu sim. Eu gosto de você, mesmo com você fingindo errar meu nome a cada vinte minutos de propósito. — Ele piscou para ela. — Te vejo na próxima reunião, Marisa.
— Marinette, droga!
Ela resmungou, vendo-o sair andando. Ela sabia que ele fazia de pirraça e só pararia quando ela parasse.
Bem, talvez ela devesse começar a pensar em outra forma de o irritar.
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Not me
FanfictionDesde que Marinette Dupain-Cheng descobriu que Adrien Agreste não era somente seu ficante, mas também filho de seu chefe, as coisas se tornaram mais do que diferentes. Marinette mostrava o quão irritada estava não saber sobre aquilo antes de diversa...