Já fazia uma semana desde que Adam voltou e logo virou a sensação do colégio North Ville. Todos falavam dele, seu nome estava em todos os lugares e todos queriam andar com ele.
Adam sabia que todo esse falatório iria durar pouco tempo, algum dia as pessoas esqueceriam e ele voltaria a ser só mas um aluno da quela escola.
A vida do garoto se complicou muito quando seus pais começaram a se desentender. Eles sempre pareciam se amar tanto, como se nascessem um pro outro, mas aí esse amor acabou e Adam nunca conseguiu entender como. Um dia ele chegou em casa e viu sua mãe com as malas prontas, ela estava chorando e parecia preocupada, ela só disse a ele para pegar suas coisas. O garoto correu pro seu quarto assustado e pegou tudo o que pode, suas roupas, brinquedos, livros e uma caixa de madeira com detalhes brancos onde ele guardou com maior cuidado em sua mochila.
A mãe disse ao garoto que eles tinham que ir logo, mas Adam ainda precisava fazer algo. Ele foi a casa de sua melhor amiga se despedir mas ela não estava lá. Aquele dia foi o pior de toda sua vida, e os traumas que vieram após isso foram pior ainda.
O tempo que Adam passou em Seatle foi complicado, ele fez amigos novos mas nenhuma de suas relações chegou a ser como a que ele tinha com Grace. Demorava muito para ele confiar em alguém, principalmente quando o assunto era se apaixonar, porque pra ele aquilo já não tinha mas sentido. Então toda vez que Adam tinha uma chance ele nunca conseguia, ele sempre desistia e se afastava, já era algo natural pra ele.
Depois de 5 anos sua mãe e ele voltaram pra aquela cidade, compraram uma nova casa e recomeçaram suas vidas.
Sexta-feira, 23 de agosto
Era horário do almoço, Hazell e Grace estavam conversando no refeitório até que começaram a observar Adam em pé com a bandeja na mão. Ele olhava para todos os cantos, várias pessoas acenaram pra ele mas ele apenas saiu dali.
Grace ficou preocupada e o seguiu.
Ele estava sentando no gramado onde Grace costumava ficar.
—Vem sempre aqui? — disse Grace fazendo Adam rir. — Tá, tudo bem? — ela perguntou se juntando a ele.
— Tá, é só que... Eu queria respirar.
— Ok, então eu vou te deixar respirar. — Grace disse sorrindo. Adam segurou seu braço fazendo ela voltar ao lugar que estava.
— Você pode ficar aqui, sabia? Se quiser respirar também.
— Então tá bom.
Eles ficaram um tempo calados apenas admirando o sol e a brisa agradável.
Grace tirou de sua mochila alguns salgadinhos que dividiu com Adam. O silêncio não era tão ruim. Eles conversaram mas não usaram palavras. Grace entendeu que ele não estava bem, e ficou lá por ele. E Adam sabia que ela estava lá por ele.
— A gente pode ir pra lanchonete hoje? — sugeriu Adam — sabe, eu meio que te devo isso.
— É claro! A gente pode levar as cápsulas do tempo que fizemos, pra abrir juntos. — disse Grace animada.
Depois disso eles se despediram e seguiram caminhos diferentes. Grace e Erik pegaram carona com Hazell.
Eles falavam sobre a quase briga que Erik teve com um garoto mais cedo. Isso porque ele deu em cima da garota que namorava com ele. Hazell zoava o fato de que Erik não sobreviveria a uma briga, e depois ela riram bastante disso.
Depois mudaram de assunto.
— Mas e aí Grace, tá animada? — perguntou Hazell.
— Pra que? — ela perguntou confusa.
— Como assim pra que? Pra festa do Adam.
— O que? Ele não me falou nada.
— Eu pensei que ele tinha te contado hoje de manhã.
— Não ele não falou nada sobre festa.
