Capítulo 7

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Amália

Os meus passos são mais lentos e isso faz com que ele me force a andar mais rápido. Sinto dor no lugar onde segura forçando-me insistentemente a estar com ele. Temo pelo que pode acontecer, caso eu entre no quarto, jamais vi o Ricardo tão nervoso e decidido, tento, mas não encontro o que fiz para deixá-lo assim.

A calma que em muitos momentos conseguiu me ajudar, agora parece fugir de mim e se desfaz com tanta facilidade como se jamais tivesse existido em mim. Chegamos a frente à porta de seu quarto e isso faz o meu coração acelerar de uma maneira que não achei que seria possível.

Penso em gritar, no entanto isso não me ajudaria e só chamaria uma atenção desnecessária para todos nós. Resisto para não entrar no quarto, mas sou brutamente arremessada quando ele abre a porta.

Encontro o chão com tanta facilidade que sinto dor me meus joelhos, fico olhando para o chão por um tempo, esperando para ver o que ele vai fazer, contudo nada acontece e isso me faz levantar a cabeça lentamente, encontro seus olhos e eles me amedrontam.

Ficamos nos encarando por um tempo em que eu não gostaria de experimentar, a espera só aumenta o meu medo e eu realmente não gosto do que estou sentindo.

— Por que me trouxe aqui? – indago cabisbaixa.

— Preciso ensinar uma lição a ti – diz sua voz não se faz reconhecível para mim e o medo percorre o meu corpo.

— Qual lição? – questiono ainda sentada no chão.

— Fazes muitas perguntas não achas? Estou cansado disso, de suas crises, seus medos e desesperos, chegou o momento de saber quem eu sou para ti – informa deixando-me confusa.

— Eu sei quem tu és, é o meu marido – digo sem compreender o que realmente quer.

— Então deverá aprender a respeitar-me como tal – exclama e começa a tirar a roupa.

O pavor invade-me, o terror me consome. Não sei o que realmente quer, no entanto depois do que aconteceu da última vez em que o deixei nervoso, espero por qualquer coisa, no entanto não contava em ver isso acontecendo com tanta rapidez.

Tento afastar-me lentamente, rezo para que não perceba desejo ardentemente fugir dali, mas antes que eu consiga abrir a porta ele segura meus cabelos, puxando-os para trás e leva minha cabeça junto, fazendo com que eu o olhe.

— Não recordo-me de ter permitido sua partida, doce Amália – diz sarcástico fazendo com que eu me levante do chão.

Caminhamos até a cama e sou empurrada para cima dela, suas mãos me invadem rasgando a roupa que uso deixando-me ainda mais desconfortável enquanto o vejo nu em minha frente.

— O que está fazendo? – pergunto amedrontada.

— Vou mostrar a ti o que deve fazer por seu marido – esclarece enquanto arranca minhas roupas de forma desesperada.

— Não precisa fazer isso Ricardo, sabe que jamais me negaria a ti, mas agora não parece uma boa ideia – exclamo.

— Tu queres me dizer o momento de possuir minha esposa? – questiona e segura o meu queixo, apertando-o forte.

Somente quando o solta consigo respirar novamente, minha mente tenta de todas as formas encontrar algo para dizer, contudo esforçar-me para pensar tanto é inútil, nada me vem à mente.

— O que fiz de tão grave a ti para agir desta forma comigo? – indago tentando controlar as lágrimas.

— O que fizestes? Tentas desafiar-me o tempo inteiro, inclusive agora, mas tu vai aprender e não demorará muito para isso – diz com raiva.

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