Para quando o último verão, último inverno, último cigarro, último café, última conversa, último dia.
Terei o último sonho e não saberei, acordo sem saber se é o último, dando por garantido que haverá mais mas não sei. Bebo a última cerveja entre amigos sem saber se voltará a acontecer mas quando saberei?
Sou mais um numa contagem infinita de almas que nunca saberei se é finita apenas saberei quando souber e mais nada sei.
Anseio por um dia saber tudo o que sempre soube que procurei no entanto tenho medo de tudo saber pois nem sabendo tudo sei se tudo sei.Olho ao relógio com inveja (ele sabe tudo o que precisa de saber e eu? Pouco ou nada sei) o tempo passa, tenho de o deixar passar! Não vale a pena tentar impedir o tempo de passar, o tempo passa mas eu não sei como o ultrapassar, no final de contas, de tempo sabe o tempo bem e eu? Pouco ou nada sei.
Inveja da lua eu tenho, sabe o que fazer, quando o fazer e como o fazer e eu? Só posso admirar de tão simples a sua tarefa é mas o quão bem ela o faz. Se fosse assim simples seria tudo melhor pois nesse caso não precisaria nem queria saber mais para além daquilo que já sei.
A inveja pode ser muita pelo que quer que seja mas uma realidade que ninguém quer que eu veja; a oportunidade de poder saber e fazer algo mais para além daquilo que já sei ou que alguma vez saberei.
Nem o tempo nem a lua têm tao grande possibilidade como a minha, eles fazem bem aquilo que fazem mas só fazem e aquilo e mais nada para além. Já eu? Não sou limitado por aquilo que algo ou alguém disse que eu estava destinado a fazer.Penso assim triste, frustrado e cansado mas quando penso assim entendo que só tenho é de ser alegre por ter aquilo que quero e terei tudo aquilo que sempre quis.
Para quando pensaremos todos assim?