Rio Negro

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Foi um baque tão forte que sofri.
Foi tão rápido que nem consegui reagir.

Aqui, no meio das flores, não sei como agir.
No meio das pessoas, você bem sabia que eu não gosto de chorar assim.

Eu não queria quebrar, mas quebrei;
E eu não sei consertar o que se desfez;
Não sei por onde começar mais uma vez...

Dói. É isso que eu sinto.
Dói. Ver o véu ali estendido.
Dói. Ver seus olhos tão fechados.
Dói. Ver logo você tão calado.

Aqui já teve um coração que bateu com forte pulsação e sonhos que não se realizarão, todos bem lacrados dentro de um caixão.

Dói. Como dói

Ver as fotos e os vídeos de momentos coloridos.

Corrói. Corrói

Esse mar de sentimentos, recheado de tormentos, quando ele vai acabar? Onde ele vai me levar?

Estou cansada aqui é onde eu não sei navegar.

O Rio Negro seguiu seu curso.

Eu não pude o acompanhar até o final.

No entanto sempre brinquei com ele em um quintal.

Contudo a vida não espera e o Rio Negro desaguou.

A Abelha chora, ela tanto trabalhou;
A Maternal segue apoiada soluçando;
O Ceifador, do lado, vai chorando.

Dói. Não há como amenizar.
O convívio vai demora.
O tempo vai ter trabalho para curar.

Um cenário onde eu jamais ansiei em estar.

Mas espero que você não fique perdido, espero que tenha seguido a luz.

Uma luz forte e protetora.

Não é mesmo, Douglas?

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