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O silêncio no largo chalé incomodava o tenista, que arrumava suas roupas no cabide e guarda roupa do quarto. O casal que após a discussão enfrentou 4 horas de estrada, até a pousada que a família da mulher tinha reservado para que passassem a virado do ano, estavam exaustos. Além da noite mal dormida e a longa viagem até lá o clima entre eles não era o dos melhores. Virgínia que cochilava na larga cama, demonstrou o caminho inteiro não suportar mais estar na presença de Andreas e o tenista que carregava um semblante culpado, se sentiu pior ainda ao ser recebido pela família da mulher e sentir que não era bem vindo ali.
Ao dobrar a última calça e colocar no cabide, escutou a namorada se mexer na cama.
— Buongiorno! — cumprimentou-a educadamente.
— Buongiorno... — a voz rouca da mulher seguida de um bocejo o fizeram sorrir, admirando a beleza dela até com a cara amassada de sono.
— Dormiu bem? —questionou, sorrindo ao ver o aceno positivo da loira. — Terminei de arrumar minhas coisas nesse instante. Podemos almoçar se quiser. — sugeriu, observando uma careta na face da namorada.
— Podemos pedir e comer aqui. Você se importa? — sugeriu, se levantando apressada, pegando o telefone e o cardápio assim que o homem concordou. — Estou com medo de algum dos meus irmãos te tratarem mal, não quero que a virada do ano seja ruim para você. — confessou envergonhada. — Já sabe o que quer comer? — mudou de assunto rapidamente, estendendo o cardápio para o tenista que sentou ao lado da mulher e leu prato por prato.
Ele ainda se sentia desconfortável, mesmo notando a tentativa da mulher de ignorar tudo que tinha acontecido e tratá-lo da melhor forma possível, até melhor do que merecia, na visão dele. Se sentiu mal com cada palavra que saiu da boca dela, ainda queria explicar seu lado, estava convicto que faria isso. Só estava esperando o momento apropriado.
— Eu pedi um vinho para dividirmos, sei que você gosta. — revelou corada, pegando uma de suas malas e colocando em cima da cama.
— Obrigado, você é incrível. — elogiou-a, observando ela tirar uma muda de roupa e caminhar lentamente até a suíte do chalé.
O tenista frustrado desabou na cama e só levantou ao escutar as batidas na porta, anunciando o almoço do casal.
— Olá, cunhado! Virgínia já está pronta? — A mulher de cabelos curtos, loiros e olhos acizentados não escondia ser uma Atregatto, o tom animado e a invasão no chalé do casal denunciou suas origens. — Vocês enrolam demais. Acredita que estamos esperando por vocês a mais ou menos meia hora, estamos todos morrendo de fome. — a fala acelerada e os passos largos que a mulher deu ao adentrar o chalé fizeram Andreas a seguir rapidamente. — Por que você troca de roupa dentro do banheiro? — questionou, ao ver Virgínia segurar sua muda de roupa. — Espera... vocês não são um casal, é tudo mentira? O relacionamento de vocês é realmente uma fachada? Isso explicaria o motivo da Virgínia ter te perdoado e não ter perdoado o Pierre... —
