Dor

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CAPITULO QUATRO: DOR

Já era outro dia, a condessa acordou um pouco melhor e já não mas se encontrava tão cansada como ontem, no entanto ela ainda terá que continuar de repouso por algumas semanas. 

__ Bom dia senhora vim trazer seu café da manhã. __ proferiu justina entrando com uma bandeja que foi colocado no colo de Luísa.

Depois de ter tomado seu café, a mulher pediu para que Justina mandasse um bilhete para Pedro contando tudo que aconteceu e que a mesma queria vê-lo. Mesmo não querendo ver ele mas ela teve que fazer isso já que o filho que ela estava esperando era dele também e o mesmo merecia saber sobre tudo que aconteceu. Assim que Pedro recebeu a carta logo em seguida ele foi para casa da condessa quando chegou o mesmo viu Luísa deitada olhando para o nada. __ como se senti? __ perguntou ele se sentando ao seu lado na cama. __ melhor fisicamente, agora mentalmente estou lutando. __ respondeu cabisbaixa.

Pedro entendia sua dor perfeitamente o mesmo estava compartilhando do mesmo sofrimento, não era a primeira vez que ele passou por tudo isso junto a Teresa ele perdeu mais dois filhos algum tempo atrás. O imperador abraçou Luísa que chorava sem parar a dor em seu peito e angústia voltaram novamente fazendo a  condessa desejar o abraço da Imperatriz, o seus carinhos e cuidados ela não estava a se sentir bem com abraço do homem à sua frente.

Horas depois Pedro, foi embora deixando Luísa desancar já que ela pegou no sono depois de ter chorado muito.

…….

Ao resto do dia Teresa ficou muito ocupada, sobre os assuntos do casamento de suas filhas os príncipes já chegaram agora só faltava eles decidirem o que vão fazer para conquista a mão de Isabel. __ pode pergunta Celestina. __ falou após perceber que sua dama de companhia está muito inquieta. __ como se encontra a Condessa? __ perguntou curiosa.

A Imperatriz ficou surpresa com isso a mulher a sua frente nunca foi de pergunta sobre Luísa. __ ela está melhor fisicamente agora mentalmente não sei te responder. __ proferiu.

__ sei que ficou surpresa senhora mas eu também já passei por isso e mesmo que eu não goste muito da condessa por motivos óbvios eu desejo de verdade que ela fique bem psicologicamente e fisicamente. __ respondeu Celestina.

Teresa nada falou, apenas acenou com a cabeça e voltou aos seus afazeres, após longos minutos trabalhando e assinando papéis  a mulher resolveu ir na casa de Luísa novamente ver como a mulher estava.

Foi a cavalo, sozinha, fazia muito tempo que não cavalgava. Teve alguma dificuldade para montar sem ajuda, mas ter retirado algumas anáguas e a crinolina a ajudaram a se manter equilibrada no animal. Com algumas esporradas no animal e rezando para não cruzar com ninguém que fosse capaz de a reconhecer, Teresa enfim chegou a casa da Condessa de Barral. 

Não sabia exatamente o que fazer ou falar, elas não tinham tanta intimidade assim não era como ela e Celestina. A única coisa que naquele momento a Imperatriz poderia oferecer era sua empatia pois conhecia a dor de Luísa. Ter perdido dois filhos crescidos tinha mudado Teresa profundamente, anos haviam se passado e ela ainda sentia a perda de seus meninos. 

— A dor do ventre vazio se torna pior quando não se tem um ombro para desabafar. - a Imperatriz disse. 

Luisa encontrou dificuldade em olhar para Teresa, não conseguia manter contato visual por muito tempo; vergonha. Luisa quando foi avisada da presença da Imperatriz pensou que a mulher estivesse ali para titubear de sua dor ou para lhe oferecer um olhar de pena e as duas opções eram horríveis. Mas a Imperatriz foi primorosa, como um raio de luz atravessando o quarto vermelho e oferecendo um sopro de vida à Luísa. Ainda assim era difícil para a Condessa olhar para a mulher à sua frente, ela nunca se apresentou tão fragilizada assim para alguém e sentiu o peso da culpa se abater sobre ela. Que tipo de mulher faria isso, visitar a amante acamada do marido depois dela quase morrer por causa de um aborto. 

— Sei que a Condessa de Barral é uma mulher forte. - Teresa sentou-se à beira da cama. Luísa tinha a aparência cansada, como era de se imaginar e nem de longe parecia com a mulher que lecionava para as filhas, e evitava prolongar qualquer contato visual. — Tome seu tempo, as princesas vão sobreviver na sua ausência. - a Imperatriz segurou as mãos de Luísa entre as suas. — Existe algo que eu possa fazer? 

Luísa não sabia o que responder, sentiu a garganta fechar e os olhos lacrimejarem. Deus sabe que tudo seria mais fácil se Teresa fosse cruel, mas ela insistia em ser boa como uma mártir. Talvez fosse isso o motivo de Luísa ter se encantado tanto pela Imperatriz, dentre suas grandes virtudes a empatia era a maior delas. Quem passaria despercebido por uma mulher como ela? Nem mesmo um cego. Toda atitude de Teresa contra ela e Pedro tinham sido perdoadas quando Luisa entendeu que sua admiração pela Imperatriz se estendia ao respeito de uma simples súdita, quando ela entendeu que gostava de Teresa tanto quanto gostava de Pedro. 

— Seu suporte é muito mais do que eu poderia pedir. - respondeu após um longo período de silêncio. Sua garganta estava arranhando, sua voz era grave e temeu ter parecido falsa em suas palavras. 

Teresa suspirou. 

— Podemos fazer uma oração. - sugeriu. — Elas sempre me mantém calma, me ajudam a pensar. - concluiu.  

Luisa concordou. Ajeitou as costas na cabeceira da cama e juntou as mãos sob o colo, naquele momento Teresa já estava com os olhos fechados esperando Luisa começar. Era uma visão bonita, Teresa vestida de azul e o sol da manhã à alcançando fazia ela parecer uma arte sacra, uma santa. A Condessa não deixou de notar que ela parecia um pouco abatida, com leves olheiras. 

Sentiu um leve desconforto, uma ansiedade. Ali de olhos fechados esperando Luisa começar uma oração em voz alta, ela torcia que fosse em voz alta pois não conseguiria se concentrar o suficiente em sua própria voz interna para uma oração pessoal. Quando a Condessa começou uma Ave Maria a única coisa que a Imperatriz ouvia era a voz da mesma confessando seus sentimentos mais secretos para Celeste. Seu estômago revirou, sentiu um arrepio na nuca. Era precisava tomar as rédeas de sua vida, estava decidida até Luisa sofrer um aborto. 

— A-amém - ouviu-se o sussurro de voz de Luísa. 

Quando a Imperatriz abre os olhos é surpreendida por Luisa invadindo seu espaço pessoal. A Condessa foi tão ágil que Teresa não conseguiu escapar de suas mãos pálidas lhe agarrando pela nuca e tomando seus lábios.

O beijo foi calmo e lento, não era necessário pressa, as mulheres apenas queriam saborear lentamente e aproveitar aquele momento. 

L'amant de l'impératriceOnde histórias criam vida. Descubra agora