Capítulo 4

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Ricardo

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Ricardo

Dirigindo a minha moto eu deixo todo o estresse para trás e apenas me concentro na adrenalina do momento. Essa é uma das coisas que faço para tentar esquecer os meus problemas. Desde muito tempo descobri que a adrenalina é minha melhor amiga quando estou estressado. Amo sentar em cima da minha moto e dirigir sem rumo. Também sempre amei fazer salto de paraquedas, é indescritível a sensação de ver o mundo pequenininho começar a crescer em de baixo de você. Minha moto tenho ela a pouco mais de um ano e amo acelerar pela estrada e me sentir o vento. Pelo menos nisso eu consigo ter um certo controle, porque do resto parece que está tudo uma grande merda.

Eu estou com medo como há tempos não sentia. Victor me ligou mais uma vez e marcou de se encontrar comigo assim que colocar os pés no Rio de Janeiro. Eu sei que deveria seguir o conselho de Théo, mas eu sinto que vai dar merda. Não sei porque, mas acho que Victor desconfia de mim e por isso está insistindo em me encontrar. Eu amaria estar errado, mas tenho a impressão que não.

Eu sempre tive um certo sexto sentido em relação a pessoas, é por isso que sempre me dei muito bem em meus negócios. Então sei que Victor não quer apenas uma conversa, ele quer mais. Não posso simplesmente subestimá-lo, visto que faz anos que não nos vemos. As pessoa mudam, umas para melhor, outras para pior. E pelo pouco que eu conversei com ele sei que não foi a primeira opção.

Eu posso demonstrar muita força e uma máscara de frieza para muitos, contudo a grande verdade é que eu sou humano e também sinto medo das coisas. O que fizemos no passado não foi algo bom e não me orgulho, porém se não tivéssemos feito a essa hora poderia estar morto.

Eu ainda não consegui entender porque depois de todo esse tempo ele está atrás de seu irmão, isso ainda não está fazendo sentido pra mim. Estou imaginando várias hipóteses, no entanto nada ainda é concreto. Eu só sei que pelo seu tom de voz acredito que ela saiba de alguma coisa, o que é eu não faço a menor ideia. Preciso me precaver caso ele tente algo contra mim, mas no momento a única coisa que quero fazer é esquecer toda essa merda.

Dirijo até a praia de Ipanema que a essa hora não tem quase ninguém, visto que hoje foi um dia com nuvens carregadas no céu, mesmo sem chuva. Não que seja muito seguro ficar aqui de noite, ainda mais com a minha moto, mas eu preciso pensar e a maresia normalmente me traz um pouco de conforto.

Meu passado está batendo na minha porta sem que eu tenha nenhum controle, o que é uma grande merda. Eu odeio quando não tenho controle. Passo a mão freneticamente em meu cabelo pensando em como eu vou me livrar de toda essa confusão. Alexandro fodeu comigo e com Théo e o seu fim foi mais do que merecido, mas isso não impede que de certa forma eu sinta culpa. Não sou um santo, mas também não sou a porra de um monstro. O que aconteceu naquele dia vai ficar marcado em mim pelo resto dos meus dias.

Eu conhecia aquele desgraçado por anos. Toda a sua família na verdade, fomos amigos por anos, então até hoje eu não consigo entender como ele pôde ter me sacaneado tanto quanto ele fez. Eu o considerava quase como um irmão e ele estragou tudo por ganância. Me traiu de uma maneira que eu nunca poderia imaginar.

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