Trick Or Treat?

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Essa história de que ganhar ou perder não importa, o que vale é competir, é uma idiotice. Desculpe ser franca, mas é a verdade. Quando se tem 40 mil na jogada, perder simplesmente não é uma opção. Os dois competidores sabiam bem disso e não deixariam nada atrapalhá-los, ainda que a dupla rival tentasse.

Assim que Perrie e Jade chegaram à entrada do cemitério, o segundo desafio dos jogos foi oficialmente encerrado. Liam, que ainda tinha o celular ligado em sua live e jogado na caçamba da caminhonete desde a confusão entre Harry e Ethan, ergueu o aparelho e filmou rapidamente os jogadores para em seguida virar a câmera para si e declarar a sentença da dupla feminina.

O clima era pesado, por diferentes motivos para cada um, mas ainda pesado, quase torturante. Logo que a live foi desligada um silêncio quase mórbido se instaurou entre os oito jovens. Ninguém ousava olhar nos olhos uns dos outros, incomodados demais com toda a situação.

Sem que nada precisasse ser dito, eles caminharam cada um para seus devidos carros, voltando para a mansão dos Smith, um tanto ansiosos para descobrirem qual seria a última prova da noite.

Assim como na ida, Louis se sentou no banco de passageiro enquanto um Harry, ainda muito emburrado, guiava o veículo. O cacheado reparou que o menor esfregava o braço numa tentativa de fazer a leve ardência dos arranhões passar. Claramente não estava ajudando.

- Se você quiser, tem um kit de primeiros socorros no porta-luvas, deve ter alguma coisa para passar aí.

- Por que você tem isso no carro? Acho que a única pessoa que conheço que carrega um kit desses é minha mãe - comentou enquanto procurava a caixa branca e vermelha no porta-luvas. - Obrigado!

- De nada, e respondendo a sua pergunta, parece que eu e sua mãe somos precavidos.

- É! Mas a minha mãe tem sete filhos, então faz sentido. Você está escondendo alguma criança, Capitão? - Perguntou Louis enquanto uma risada sincera escapava de sua boca. Ele precisava relaxar, precisava voltar aos prumos para conseguir se focar no que o esperava em breve.

- Não que eu saiba - disse o cacheado um tanto sério. A resposta, junto com o cenho franzido, fizeram com que o menor parasse de rir instantaneamente. Harry poderia ter um filho perdido? Isso sequer era uma possibilidade?

- O que?

Desfazendo qualquer carranca que antes estivesse em seu rosto, o garoto abriu um largo sorriso, rindo quase que histericamente do menor enquanto tentava murmurar um "estou brincado". Frase essa que, mesmo curta, quase não saiu pela falta de ar que a risada trouxe.

- Você tem uma ideia estranha do que é engraçado!

- Devia ver sua cara! O que pensa de mim Tomlinson, tenho cara de quem teria filhos por aí? - Continuou ainda rindo.

- Na verdade não, mas eu não julgo as aparências. Vai saber né? - Disse Louis pouco antes de soltar um alto "ai" dentro do carro.

- Tudo bem? - perguntou Harry, subitamente mais sério, concentrado e uma tanto (para não dizer muito) preocupado com o menor.

- Sim, só ardeu um pouco quando espirrei o antiséptico.

- Você sabe que isso é para crianças, não é?

- Grande coisa, arde do mesmo jeito - disse emburrado quando um riso frouxo escapou do motorista.

- Me desculpe de novo...pelo pulso.

- Esquece isso Harry, Você já se desculpou, eu já perdoei e nem está mais vermelho. Sei que não fez por mal.

- Obrigado.

Do You Wanna Play? | l.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora