Capítulo único:

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  Haviam se passado algumas semanas que Draco Malfoy iniciou sua viagem marítima com o amor da sua vida, Astória Greengrass. Planejaram a viagem há meses e enfim tinha chegado.

Após um longo período de trevas sendo Comensal da Morte, a luz apareceu e nada apontava que iria sumir. Pela primeira vez na vida, estava incrivelmente feliz. Amava uma mulher extraordinária que também o amava, se tornaria curandeiro e tinha uma família e amigos leais. Claro que muita gente o odiava e desejava sua morte. Contudo, isso não o abalava tanto como anteriormente.

No instante que o barco Rainha entrou no mar, um novo capítulo começou na sua vida. O casal vivia ao máximo diariamente. Visitavam lugares incríveis, conheciam pessoas divertidas. Era um paraíso. Só tinha uma coisa que o incomodava. E esse incômodo tinha nome. Chamava-se Perseu.

Greengrass possuía um gato azul, gordo e caolho que amava mais do que tudo. Tanto que se recusou a viajar sem o felino. Não haveria problema caso o rapaz e o gato não se detestassem. Perseu não era o mais simpático. Mas ele tinha uma fixação por Malfoy. O arranhava e mordia sempre que surgia uma oportunidade. Pouco se importava com as broncas que recebia depois da proprietária.

Só que isso mudaria antes mesmo do esperado. Em um dia que pararam na Argentina, o loiro escrevia uma carta para os pais, sentado na escrivaninha. A namorada se ausentara porque foi fazer compras. Tentava manter a concentração, mas não conseguia porque Perseu fazia um barulho estranho ao brincar com uma bolinha.

Irritado, pegou a bolinha e a jogou pela janela. Supôs que teria caído na parte externa da Rainha. Como o azulado foi atrás, conseguiu terminar a carta. Minutos depois, ouviu um grito de horror de Astória. Correu o mais rápido que pôde e puxou a varinha do bolso. O estômago embrulhava só de pensar o pior. A encontrou no píer, com os olhos molhados de lágrimas.

- Ast, o que foi?

Com a mão trêmula, apontou para a água. Olhando mais atentamente, viu. Era o corpo de Perseu no mar. Ao lado estava a tal bolinha. O tirou de lá com um feitiço convocatório e tentou fazê-lo reviver.

- Sobreviva! Sobreviva!

Ele não sobreviveu. Mesmo com Draco tendo tentado tanto, não conseguiu. Quem mais sofreu, sem dúvida, fora Astória. Ela passou a noite ao lado do defunto, chorando nos braços do namorado.

Draco não poderia se sentir mais culpado. De fato, não gostava do gato. Mas jamais ansiou por sua morte. Achou melhor não revelar à amada a verdade porque apenas causaria mais dor desnecessária.

Na manhã consecutiva, os dois levaram o corpo para uma colina e o enterraram lá.

- Ele teria gostado dessa vista. - Confessou ela

- Teria sim. Eu sinto muito.

- Sim, eu também. Nem sei porque fiquei tão surpresa. Ele iria morrer de qualquer maneira. O tenho há tanto anos. Tinha. Eu o tinha.

As lágrimas vieram novamente. Draco a acolheu em seus braços e permitiu que molhasse a camisa com o choro.

- Ele era o meu bebê! O meu bebê, pitelzinho! O que eu vou fazer sem ele, me diz?

- Eu não sei como, mas tenho certeza que vai conseguir se acostumar com a ausência dele.

- Isso me parece tão irreal. Obrigada por está aqui. Não sei o que faria sem ti.

O ex-Comensal da Morte se manteve em silêncio. O que dizer quando se é o causador da gigantesca dor da namorada?

Astória se aprofundou na tristeza por duas semanas. Chorava quase sempre. E quando não chorava, ficava com aquele olhar perdido. Não quis sair do barco nem por um momento. Assim como não quis se desgrudar dos objetos do gato. Como um bom namorado, Malfoy permaneceu ao seu lado o tempo inteiro.

Fogos de artifícioOnde histórias criam vida. Descubra agora