Capítulo 18 - Maitê

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Depois do embate com Pedro no jardim, estou puta me sinto suja, pela minha cabeça o pensamento voa acelerado e me arrependo do que fiz na noite passada, ando quase que sem rumo, mas no caminho me deparo com Vivi a noiva que me puxa para uma conversa.

- Respire fundo, para não pirar se quiser sobreviver a tudo isso aqui.

- Não sei não, acho que vou explodir.

- Eu também sofri muito nos primeiros dias e dei muitas cabeçadas, Alejandro é um homem difícil que controla tudo com pulso de ferro, mas com um amor enorme por mim, uma coisa acaba compensando a outra.

- Acho que nunca irei me acostumar com tudo isso, pretendo cumprir minha parte e depois cair fora.

- Não confie nisso menina, as coisas aqui são bem tensas, e você não irá se livrar facilmente, e se você sair perderá muitas coisas inclusive os filhos.

- Não pretendo ter filhos e meu futuro marido... só pensa em fuder sua secretina, é capaz dela engravidar e dar a família que ele tanto deseja.

- Como assim menina e o showzinho de ontem a noite? Vocês atiçaram o clã todo.

- Eu percebi que tinha muita gente de olho na gente e o burro aqui tocando piano e se lamentando por conta dela, aí fiz papel de puta pra livrar a minha cara e induzi o idiota ao erro de transar comigo e por ter feito isso levei na cara hoje a frase " que tipo de mulher vc é? Aliás, que lixo de mulher você é? " Estou me sentindo suja, usada, livrei a cara do filho da puta, transformei ele no macho alfa do clã e é isso que escuto?

Ela me segura pelo braço e fala calmamente. - Você fez o que tinha que fazer. E ponto. Não se sinta suja por isso.

- Eu só queria minha vida de volta, juro.

Nós despedimos e cada uma foi para um canto, estou enjoada, acho que precisarei procurar um médico quando voltar.

Na manhã seguinte é um corre corre com os preparativos do casamento, não estou bem acordo cedo, mas pego no sono novamente, quando acordo estou atrasada para me arrumar, Pedro aparece com joias novamente juro que preciso me segurar pra não mandar ele enfiar tudo no cú.

A cerimônia foi lindíssima, porém de repente algo acontece e o caos está instalado, tem mortos e muita gente espumando pela boca, minha adrenalina está a mil.

Auxílio dona Aurora, sob a vigilância rígida de seguranças, conseguimos resolver todos os problemas, o dia amanhece e ainda estamos envolvidas com os problemas da noite anterior, no final da tarde com tudo resolvido, os corpos já liberados, consigo subir e tomar um banho, estou um caco.

Pedro me manda mensagem dizendo para ficar junto com as outras mulheres, Dona Aurora acredita que estaremos mais seguras no Brasil, somos autorizadas para fazer a viagem juntas e muitos seguranças nos vigiando de perto, por isso pegamos o jatinho e voltamos juntamente com Stefany e Geovana, apago durante viagem toda, acordo ao aterrissar no Brasil.

Durante os dias que se seguem não tenho notícias de Pedro, tenho cumprido nossa agenda na empresa e os assuntos urgentes estão sendo remanejados para ele na Itália.

Michela a secretina tem me auxiliado no que pode, ela até parece ser legal, mas mantenho a formalidade e ela distante de mim, minha segurança foi redobrada aliás triplicada.

Continuo muito enjoada pela manhã, porém nos últimos dias esse tem sido meu menor problema. Nas horas vagas tenho ido com frequência à academia, feito aula de dança do ventre e conversei bastante com Ariel pelo telefone a fim de passar o tempo. Aos finais de semana tenho almoços em família na casa dos pais de Pedro e eventos sociais, todos os homens do clã estão envolvidos com a busca da Vivi que a essa altura não se sabe se está viva ou morta.

Aproveitei esse tempo extra para conhecer minha nova casa e tomar pé de toda situação, conheci a diarista Estela e a cozinheira Judith e juntas montando um esquema para facilitar minha vida na ausência delas.

Com Judith elaboramos um cardápio mais saudável e tenho utilizado os serviços dela para descascar, separar e congelar legumes, frutas e hortaliças e isso tem facilitado e muito no preparo dos pratos, com isso passei a cozinhar todos os dias da semana.

Já com Estela combinei a arrumação de um modo geral o grosso da faxina como limpeza de janelas, limpeza dos banheiros contratei uma personal organizer que otimizou o trabalho de Estela e de quebra nos ensinou alguns truques de organização, minha vida finalmente estava entrando no eixo.

Após um mês e meio da minha volta da Itália, decido ir para fazenda ver meus pais e descansar um pouco, me organizo para ir de carro vou aproveitar as 8 horas de viagem para cantar e dançar muito ao volante, pois estou com saudades dessa aventura, na minha vida atual sou transportada por motorista a maior parte do tempo e dificilmente tenho a oportunidade de dirigir, mas dona Aurora e as meninas resolvem ir comigo e preciso mudar meus planos.

Chegamos na fazenda e mamãe me espera no heliporto, estou morrendo de saudades a abraço e choro.

- Sinto a sua falta?

- Eu também princesa.

Dona Aurora insiste para que eu fique na casa grande, mas prefiro ir para a casa dos meus pais, estou precisando desse tempo com eles, durante o final de semana sou mimada e paparicada pelos meus pais.

O enjoo insiste, tento disfarçar ao máximo, não quero que minha mãe se preocupe com isso, devo estar com uma gastrite nervosa, deve ser por isso que esse mal estar não passa.

Na manhã de domingo saindo da missa enquanto minha mãe, meu pai e dona Aurora estão batendo papo na porta da igreja encontro com a Dona Glória a parteira que me ajudou a nascer, ela está velhinha, mas bem lúcida, conversamos um pouco.

- Minha fia, como você cresceu, tá uma linda mulher

- Olá dona Glória, que bom rever a senhora, está tudo bem?

- Sim fia, sim, lá em casa tá tá bem graças a Deus, você tá linda buchudinha, mas não casou ainda né menina? Precisa arrumar isso, esse menino precisa de pai.

- Dona Glória a senhora está enganada, não estou grávida não, Deus me livre.

Ela me olha, olha puxa, minha mão, olha as minhas costas e responde

- Com essas ancas largas ... lógico que tá prenha e tem mais. - Ela olha na palma da minha mão, reza e fala - É um menino e esse vai vingar, não precisa se preocupar.

- Jesus nem brinca com isso não, Deus é mais aff.

- Menina já ponhei tanto menino no mundo que reconheço uma prenhe até no escuro.

Entro em pânico, não sei nem o que falar ou fazer, mas penso rápido e peço, - Dona Glória, por favor guarde esse segredo por um tempo por favor.

- Ara menina, vou fechar minha boca, mas vê se se cuida.

A velhinha sai andando arrastando os pés brava comigo, meus pais e dona Aurora se aproximam

- Olha lá Dona Glória, tá velhinha. - Diz dona Aurora.

Respondo rápido - É, ela está bem! Mas está atrasada acabou de falar comigo.

Eu respiro aliviada quando eles decidem ir embora pra fazenda sem importunar a velhinha, minha cabeça está a mil por hora, não pode ser? Não posso estar grávida novamente. Isso é impossível, dona Glória só pode estar ficando senil!

Almoçamos na fazenda e no final da tarde voamos de volta para São Paulo, chego em casa coloco uma roupa confortável e vou para cozinha preparar um jantarzinho gostoso, coloco uma música dançante no meu celular e aciono o home theater da casa, o som preenche o ambiente.

Enquanto cozinho, danço e acaricio minha barriga pensando nas palavras de dona Glória, o cheiro da comida está maravilhoso , quando me viro para arrumar a mesa me assusto, dou um berro, o prato que está na minha mão se espatifa no chão o barulho é tão grande que em meio segundo a cozinha está lotada de seguranças.



Espero que gostem, votem, comentem.

Volto na quarta-feira com mais um capítulo.

Bjossssss açucarados.

Segredo além do TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora