•|Leahy|•
Meu marido me pediu para contratar uma babá, ele exigiu que logo voltasse ao trabalho e deixasse a criança para outra pessoa cuidar. Não critiquei, nunca fui muito fã de crianças, e mesmo ela sendo minha filha, todo o buá buá, estava apenas me deixando estressada.
Eu estava tão estressada que apenas aceitei a primeira moça com quem meu santo bateu.
Dalji, como ela era chamada, morava em uma ONG de nova Iorque e não tinha antecedentes criminais, isso era tudo que importava. Era o último ápice da nossa família se envolver em um escândalo por contratar uma criminosa.Esperava que Dalji talvez não fosse conseguir lidar com a bebê, e que provavelmente desistiria quando visse o quão chatinha ela é, mas muito pelo contrário, ela conseguiu cuidar da Aya e ficar de folga observando a cidade da varanda. E ela ficou ali quase o dia todo, até a hora que Aya acordou, certamente com fome.
Foi nesse exato momento que meu marido chegou em casa. Eu já estava acostumada com suas traições, era o básico, porém esperava dele o mínimo de atenção, e naquela noite eu perdi o restante da minha paciência, cuja a qual nunca foi muita.
- Estava com sua amante de novo? - Perguntei ao o ver sair do banho.
- Sim. - Respondeu seco.
- Fez ela gozar dessa vez ou sua falta de talento continua mesmo depois de toda prática? - Ele jogou o vidro do perfume no chão e me olhou nos olhos como se tivesse atingido seu ego onde mais doía.
- Nós dois sabemos bem por que você não sente prazer comigo, não sabemos? - Engoli a seco.
- Queria estar no meu lugar não é? Passeando, saindo com mulheres.. e óbvio sendo tocada por elas. - Franzi meu cenho por alguns segundos.
- Já disse para você que não me envolvo com mulheres.
- É mesmo? Certo então, estou indo. - Ele tentou me dar um beijo, que lógico, recusei.
- Viu só? - Ele disse bem baixinho. Assim que saiu bateu a porta com força, e tudo que me fez foi chorar. Chorar por homem? Jamais.
Choro por ter desistido de fugir pro inferno e ter me estabilizado sozinha, choro por ter ajudado uma família que só me usa para manter os negócios e nunca parou para ouvir aquilo que EU quero.
Achei que estaria sozinha o resto da noite quando Dalji entrou, ela passou diretamente por mim até o lugar onde o perfume tinha sido quebrado e começou a pegar os cacos de vidro do chão, ignorando completamente minha situação.
- O que está fazendo? - Perguntei tentando segurar meu choro, Dalji no entanto não me olhou, ela nunca me olhava, desde o momento que chegou, era como se ela me respeitasse ao extremo ponto de dizer, que ela beijaria meus pés se eu ordenasse, e isso é bastante triste.
- Juro que não estou cuidando de sua vida senhora, apenas estou limpando. - Ela parecia tão nervosa, e assustada, que me deu até pena de repreende-la, então apenas respirei fundo para me acalmar.
- Não é isso, vê meu estado, ignora, e apenas limpa o chão? - Dalji não me respondeu.
- Pare com isso Dalji. - Ordenei a vendo me obedecer imediatamente e soltar os cacos no chão outra vez.
- De que parte da Europa você veio mesmo? - Estava curiosa, Dalji tinha uma forma peculiar de agir, diferente do que convivi até hoje, mesmo com estrangeiros de países muito mais inferiores e tristes que a África, países onde a mulher não tem seu devido valor. Fico sempre feliz em lembrar como ajudei tantas mulheres a se estabelecer e ter sua liberdade. Pensar que a minha própria, nunca terei.
- Não sei o nome da cidade senhora, apenas que era no sul. - Sua resposta me tirou dos meus pensamentos
- Você tem um jeito de trabalhar bem diferente. - Me levantei da cama para me aproximar um pouco dela, estava curiosa, por que Dalji evita me olhar? Atração talvez, acho que ando muito carente, literalmente preciso de um consolo..
- Desculpe ter que faze-la ver uma briga logo em seu primeiro dia. Se importa se eu desabafar um pouco? - Sem reação, Dalji apenas balançou a cabeça.- Eu não queria ser mãe, nunca quis, mas meus pais me forçaram para conseguir manter meu casamento e o trato entre nossas famílias. Difícil dizer que meu marido sequer me satisfaz sexualmente. - Dalji voltou seus olhos aos meus, aqueles belos olhos negros e um pouco tristes, mas que mantinham uma inocência profunda. Eu poderia dizer que ela tem uma beleza exótica, mas isso seria ofensivo e passaria longe da verdade. Dalji é linda, e aah, só de pensar que abri mão de ter uma vida sexual maravilhosa para ser corna e rica…
- Quer que eu arrume alguém para satisfaze-la senhora? - Me espantei. Como ela pode falar algo tão constrangedor tranquilamente? Será que ela está se oferecendo? Deus, acho que eu estou ficando é louca.
- Como? Arrumar quem, você não vai me chamar um garoto de programa vai? Quer perder seu emprego logo no primeiro dia? - Dalji apenas balançou a cabeça em forma de não. Que susto, por um momento achei que iria começar um pornô com um tema um pouco peculiar.
- Ótimo, então nunca mais repita algo desse tipo.
- Sim senhora. - Ah, lá vamos nós de novo com essa idolatria desnecessária, seria sexy se não fosse estranho pra caralho.
- Pare de me chamar de senhora, você tem 20 e eu tenho 23, não somos tão diferentes assim. - Se parar e pensar, foi na idade dela que perdi minha virgindade, com meu marido é claro. Sou bonita mas digamos que nunca fui o tipo das garotas que gostei até hoje.
- A senhora precisa de alguma coisa? - Sorri. Tão responsável, que gracinha.
- Não, obrigado Dalji, vá descansar, amanhã você terá mais um longo dia pela frente. - Dalji fez uma reverência, e a essa altura já estou me acostumando com seu jeitinho confuso. Só não me imagino me acostumando a ter uma mulher bonita dentro de casa, eu deveria ter contratado uma senhora de idade, mas do jeito que minha libido anda não mudaria muita coisa.
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Nanny
RomanceQuando a jovem Dalji vem fugida da escravidão do sul da Europa, para a grande cidade de Nova Iorque, ela decide procurar um emprego que a pague bem usando a única coisa em que ela realmente é boa, ser babá. No entanto, ela se envolve mais do que pr...