Quién

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Capítulo VIII – Quién


"No te atrevas a decir te quiero 

No te atrevas a decir que fue todo un sueño

Una sola mirada te basta 

Para matarme y mandarme al infierno

Quién abrirá la puerta hoy Para ver salir el sol

Sin que lo apague el dolor 

Que me dejó aquella obsesión

 De tu corazón con mi corazón

De mis manos temblorosas arañando el colchón

Quién va a quererme soportar

 Y entender mi mal humor Si te digo la verdad"


Não haviam resquícios do que era para ter sido aquela noite depois que Gabriel havia ido a procurar seu desejo era ter dito que não queria ele fora da sua vida, mas ao mesmo tempo os receios estavam ali como poderia ela simplesmente dizer que sim, permiti-lo entrar novamente em seu coração completamente quando temia que pudesse ter o mesmo destino que Geraldine. Ri sem humor bebendo seu chá olhando para o livro que tinha em mãos, era cruel seu pensamento, sabia bem que sua mente não deveria procurar pensamentos longínquos quando a vida passava como um sopro.

Fecha os olhos, como sentia falta dos momentos bons que tinha vivido com Gabriel, abre um sorriso involuntário não conseguia deixar de relembrar os cada vez que ele tinha a feito se sentir como se fosse a mulher mais amada daquele mundo, seus olhares de apaixonado. Abre os olhos encarando o livro, estava sendo covarde? Talvez. Ter medo era natural do ser humano, mas aquele medo poderia estará a privando de viver o que ainda podia com o homem que ela amava.

Leva a mão na boca, sabia que em algum momento teria que erguer a cabeça e dizer que ainda o amava, precisaria encarar as orbes azuis de Gabriel e dizer que em todos aqueles anos nunca deixou de ama-lo por um único momento sequer. Como a vida poderia ser tão irônica, em tantos anos de vida ela havia tido tantos carinhos que alentaram seu coração e se perpetraram em sua alma, cada um com um significado especial, mas nenhum deles tinha sido como Gabriel Soto, sente uma lágrima solitária jamais imaginou que a tarefa de amar pudesse ser tão dolorosa.

Não havia ferida que não pudesse ser tratada e curada, mas haviam dores que nunca deixariam de incomodar e a dor de ter terminado com Gabriel para dar a ele a chance de seguir adiante e ficar com sua família depois dela perder seu bebê permaneceria com ela. Era algo que não conseguia controlar, latejava e estava ali todos os dias para lembra-la de que a felicidade sempre pode se esvair de suas mãos quando menos pode-se esperar.

Daniela sorria todos os dias, era uma mulher forte que mostrava o seu olhar terno, seu humor contagiante a quem estava ao seu redor, mas que tinha suas dores guardadas para ela, afinal ninguém precisava sentir o que ela sentia, a sua dor era apenas sua. Limpa a lágrima que caia, a tristeza nunca havia sido digna de ser compartilhada, por isso seus sorrisos eram a marca que ficava em cada lugar que entrava, não havia ninguém que a conhecesse que a olhasse e dissesse ser infeliz ao seu lado, afinal a dor ela sentia sozinha.

Focava-se na leitura das páginas a sua frente, mordendo seu lábio inferior deixando um sorriso aparecer o que não condizia com as lágrimas que caiam, a visão embaçada não permitia que a leitura fosse continuada, mas mesmo assim forçava até perceber que não conseguiria mais levar aquilo adiante, fecha o livro que tinha em seu colo olhando para a janela do quarto.

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⏰ Última atualização: Oct 29, 2021 ⏰

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