Katsuki não conseguia acompanhar o raciocínio que havia se formado desde aquela manhã e nem mesmo concordou com aquela palhaçada sem cabimento, mas lá estava ele, vestindo uma fantasia ridícula para comemorar uma tradição infantil que ele particularmente nunca gostou.
Quando Mina apareceu na fraternidade dos 'caras' com a roupa meio rasgada e um arquinho com orelhinhas, Bakugou até aceitou a concepção de que seria humilhado durante a noite, mas não seria um real problema colocar aquelas porcarias se isso os fizesse ficar longe, todavia, o problema verdadeiro começou quando Ashido balançou um rabo grande e bem peludo que, com um alfinete, poderia prender em sua roupa.Que merda era aquela? Não, ele não usaria. Era o tipo de ideia maldosa e sorrateira que só sua amiga teria. Chegando de forma tão dócil e aceitando suas condições só pra, no final, querer enfiar aquele negócio bizarro em sua bunda. Ele era contra e sua palavra valia como a final. Bakugou Katsuki não usaria aquilo e ponto final.
A carranca no rosto podia ser definida como seu cartão de boas-vindas. Sentado no sofá e usando o maldito rabinho, ignorava tudo ao seu redor enquanto seus amigos e colegas de casa conversavam, esperando uma outra galera chegar para que pudessem sair pedindo doces pelo bairro além do campus. Haveria uma festa na fraternidade ΚΔΣ depois das 22h e o plano era beber pra cacete até não se aguentar mais.
A campainha tocou e Kirishima saiu para atender. Denki já havia buscado o namorado logo depois do almoço, então Hitoshi não precisaria vir com os amigos, mas sabia quem eram as pessoas que eles estavam esperando.
A sala foi se enchendo e tinha pelo menos mais seis pessoas do que anteriormente. Bakugou reconhecia quase todos, um ou outro fazia algumas aulas junto dele e o resto lhe era indiferente.
Menos o garoto de cabelos tingidos de verde. Aquele sim, ele se lembrava com clareza.
A única pessoa que Kirishima sabia que Katsuki tinha algum ranço era justamente aquela parada no canto da parede, o espiando com seus grandes olhos enquanto conversava alguma coisa com a menina que Bakugou sabia se chamar Ochako - até porque eles já haviam ficado algumas vezes e ele não era tão relapso assim.
Midoriya Izuku era calouro de Design e tinha algumas aulas com Bakugou, inclusive a de desenho artístico, onde aconteceu a fatalidade que os colocava naquela posição de caça e caçador.
Pro curso de Izuku, era apenas uma aula que contava alguns pontos.
Para o curso de Bakugou, valia quase 2/4 da nota final.
[...] Era o segundo mês desde o início das aulas e, aquele dia em específico, Katsuki apresentaria o desenho perfeito, algo que demorou tanto tempo para criar e aperfeiçoar que nem mesmo seus amigos haviam visto ainda.
A apresentação seria por equipes e não era necessário acompanhar a aula toda, caso tivesse outros deveres no campus, entretanto, era sempre melhor prevenir do que remediar e chegando mais cedo teria a chance de ver outros trabalhos e entender um pouco mais do que o professor queria do trabalho.Quando chegou no auditório, não havia tanta gente sentada e o professor parecia bastante criterioso, sentado na segunda fileira e analisando uma das primeiras apresentações com seriedade.
Bakugou se sentou também e colocou seu tubo de armazenamento na mesa, retirando apenas a caderneta da mochila, anotando tudo o que conseguia entender.
Na outra extremidade daquela fileira, Deku acabava de se sentar, um pouco atrapalhado com uma mochila, dois tubos, sua agenda em mãos e um copo de chocolate quente.
Bakugou o ignorou. Estava dando 100% de si em prestar atenção no trabalho alheio e nos pontos em que o professor dizia precisar de melhoras. Mas Izuku não era do tipo de pessoa extrovertida que entendia quando alguém não queria conversar.
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Eu escolho as travessuras
FanfictionOnde Bakugou descobre que se tem muitas gostosuras quando se escolhe as travessuras.