𝑰𝒏 𝒎𝒚 𝒅𝒓𝒆𝒂𝒎𝒔 - 𝐵𝑒𝑎𝑢𝑎𝑛𝑦

Capítulo 01 - A fonte

O vento frio que cortava o Louise Riverfront Park lembrava que o rígido inverno estava para chegar em Edmonton. Aqueles eram os últimos dias que restavam do outono.

- Estou preocupada com o restaurante, está faltando alguma coisa. – Any diz pensativa enquanto caminhava pela linda ponte que havia ali.

- Clientes? – diz sua amiga de forma brincalhona.

- Ninguém está animado quando vai lá. Você viu a cara que eles fizeram? É tipo...

- “Esse restaurante ainda ‘tá aqui?” – Sina completa.

- Ah, tá legal – Any diz suspirando – O restaurante é confiável, mas não surpreendente. O que é surpreendente ‘pra você? – Pergunta.

- Uhm... – faz uma cara pensativa – Clientes! – conclui rindo.

- Eu nunca gostei de você – diz dramática – Eu tolero você, mas nunca gostei de você.

- Ahhh, todos sabem que você não vive sem sua velha amiga aqui – elas riem.

- Sininho, é sério! – diz voltando ao assunto – Já distribuí panfletos em prédios comerciais, fiz promoções em mídias sociais, doações ‘pra eventos locais ‘pra levantar o perfil – relembra as várias tentativas de divulgar seu antigo restaurante de família na cidade.

- Tá legal Elly, somos amigas há muito tempo então, acho que eu posso falar isso sem... - diz pausadamente - ferir seus sentimentos. Desencana da ópera! – completa – A gente entra pela porta e tem uma parede de ópera ‘pra dar as boas-vindas!

- Minha mãe adorava ópera – diz se lembrando das noites animadas do restaurante quando sua mãe ainda era viva.

- Sua mãe também adorava clientes! Olha, sei que aquele lugar é o legado da sua família, eu entendo, mas – suspira – ele... não tem sido o mesmo...

- Eu sei. – diz frustrada - Acha que eu não sei disso? É por isso que eu vou ter um novo chefe. Eu só... Esperava que depois de seis meses eu pudesse encontrar, sabe... – tenta achar a palavra certa pra descrever aquilo.

- Magia? – completa Sina

- É eu... achei que pudesse encontrar... – fala cansada. – E eu ainda me sinto mal por você não receber gorjeta. Você quer pedir as contas? Quer parar? – pergunta sincera.

- Eu quero que você pare. – Any a olha confusa – Pare de pensar que tem que deixar o restaurante com a cara de quando sua mãe era viva. –  para de andar e direciona o olha a sua amiga – Ai, me desculpa Elly, eu não-

- Não, não tudo bem. É só que se eu não sair dessa vou perder o restaurante e... Ele ‘tá preso no passado e eu também – completa um pouco abatida mas logo se anima com o sorriso amigável de Sina.

- Tenho certeza que vai conseguir amiga. Agora vamos. – puxa Any até uma pequena barraca de flores que havia perto da grande e imponente fonte, no centro do parque.

- Ah, essas são bonitas! Eu acho que vou levar pro restaurante. – diz a morena encantada com um pequeno buquê de rosas vermelhas.

- Bom dia moças! Um buquê para alegrar o seu dia? – diz a florista com um belo sorriso no rosto.

- Sim, são lindas! – diz Any abrindo a bolsa.

- $5,99 cada uma – completa a simpática moça.

- Ah, ‘tá bom. Vou levar estas – diz pegando as belas rosas e pagando-as à florista.

- Aqui está. – diz a vendedora estendendo a mão com uma pequena moeda de 1 cent.

- Não, tudo bem.