Manchas Comestíveis e um Potter Insuportável • drarry

E Manchas Insuportáveis e um Potter comestível

Havia uma mancha no rosto de Potter, não muito longe do canto esquerdo de seus lábios. Não era enorme, mas considerando que Draco conseguia vê-la (e ele estava sentado no lado oposto da longa mesa), era muito grande e muito irritante. E estava o distraindo. Como esperavam que ele estudasse - em um sábado à noite, o que já era motivo suficiente para o distrair - quando um indivíduo (supostamente) adulto, um herói (de acordo com alguns) e uma pessoa que geralmente era apenas irritante, com manchas ou sem manchas (a verdade é que a maioria das pessoas falhava em reconhecer isso; no entanto, Draco não era tão facilmente enganado) demonstrou sem vergonha sua incompetência ao não conseguir usar com sucesso a porcaria de uma pena.

E isso não era tudo. O pior ainda estava por vir. A julgar pela aparência do rótulo no tinteiro de Potter, Potter era um daqueles estudantes. O tipo de estudante insuportável, pouco prático, estúpido, que achava muito legal e elegante comprar toda a linha nova da Gemialidades Weasley que continham novos produtos de material escolar com sabor, que incluía, mas não se limitava a, tinta comestível, penas comestíveis e pergaminho comestível. ("Nada pior do que ficar preso em uma aula chata sem nada para comer!", dizia o slogan. Weasleys. Honestamente). A febre dos produtos comestíveis já havia feito algumas vítimas. Apenas a dois dias atrás, Hannah Abbott havia sofrido de um colapso completo durante a aula de Transfiguração, alegando com lágrimas nos olhos que Ernie Macmillan havia comido sua tarefa. A situação ficou ainda pior quando descobriram que ela havia usado tinta com sabor de morango e pergaminho com sabor de queijo. A classe teve que ser dispensada porque os alunos estavam sofrendo com náuseas. E o incidente com Neville e seu caldeirão comestível é melhor esquecermos. Draco estremeceu apenas com a memória. Era de se pensar que os alunos teriam aprendido a lição. Mas aqui estava Potter, alegremente escrevendo sua redação (Poções, observou Draco, esticando o pescoço para ver o livro do qual Potter copiava as notas) com - Draco forçou os olhos para ler a etiqueta do tinteiro - tinta sabor de chocolate.

Chocolate. Draco parou de pensar e olhou fixamente para a bochecha de Potter. Havia uma mancha de chocolate no rosto de Potter, bem ao lado de seus lábios. Sim, isso foi o pior de tudo. Isso foi o que mais o distraiu. Tudo o que Potter tinha que fazer era lamber. Ele definitivamente conseguiria alcançá-la com sua língua.

A língua de Potter. Os pensamentos de Draco pausaram sozinhos desta vez. Então, eles rebobinaram e repetiram o cenário hipotético de Potter lambendo a mancha em sua bochecha com a língua. Em câmera lenta.

Draco balançou a cabeça na tentativa de expulsar os pensamentos inoportunos. A língua de Potter provavelmente não era longa o suficiente. Porém, Draco não deveria ter gasto seu precioso tempo de estudo contemplando o comprimento e a flexibilidade da língua de Potter. Mas, mais uma vez, era sábado, e já era tarde, e ele estava entediado, e ninguém mais estava por perto. As únicas pessoas que estudavam na biblioteca em um momento como este eram estudantes de Poções abismais que não tinham namoradas para distraí-los (o que surpreendentemente exclui Longbottom e Weasley e inclui Potter) e Comensais da Morte arrependidos, preocupados com seus N.E.W.T.s e com seus futuros (ou aqueles que sabiam que deveriam estar preocupados com seus N.E.W.T.s e seus futuros e mesmo que não estivessem, porque a preocupação com tais coisas os causavam uma certa crise existencial, ainda tomavam o cuidado de serem vistos estudando). Portanto, sim, isso significava que os dois estavam sozinhos na biblioteca. As escolhas de Draco eram limitadas: ele podia olhar para seu livro de História da Magia ou para Potter. E, no momento, Potter o incomodava muito mais. Bem, Potter o incomodava mais do que qualquer coisa a qualquer momento. O que provavelmente era a razão pela qual Draco estava encarando tanto ele.

Mas havia tantas coisas para se incomodar quando se tratava de Potter. Seu cabelo, por exemplo. Estava em todos os lugares. Ele deve fazer cócegas no rosto e no pescoço e, sinceramente, como alguém poderia sofrer com uma coisa dessas diariamente? E suas roupas. Potter realmente precisava puxar as mangas de seu uniforme para cima, afrouxar a gravata e deixar apenas o botão superior da camisa aberto? Ele precisava fazer isso o tempo todo? E ele tinha alguma coisa contra camisas que realmente o serviam? E além de tudo isso, Potter estava tão insuportavelmente agitado. Ele parecia incapaz de ficar quieto. Ele se esgueirou e correu a mão por seu cabelo; franziu a sobrancelha enquanto mordia o lábio inferior com tanta frequência que acabou ficando preso inapropriadamente; estava vermelho e molhado e tão maltratado que o Draco chegou a sentir pena. Ele sentiu tanta pena dele, que teria alegremente-