1. youthblood

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Batuques no chão. Era só o que se escutava no minúsculo ateliê de pintura localizado no centro da cidade de Seoul. Kang Taehyun, um simples jovem de cabelos castanhos, cujo a franja caía em seus olhos devido ao comprimento, boca avermelhada e nariz perfeito, pincelava mais uma tela em branco, ao som de Show Me How - Men I Trust que vibrava em seu fone de ouvido.

As folhas caídas do lado de fora possuíam tons avermelhados e marrons, indicando a estação atual de Outono. Taehyun agradecia aos Deuses por sua vitrine ser feita de vidro, trabalhar e agraciar-se com as melhores vistas era algo que o agradava muito. Juntamente com a rotina das pessoas em volta, que muitas vezes o alegrava, como criancinhas correndo ou sorrisos sinceros.

A tela em sua frente agora era decorada com as mesmas folhas presentes no cenário à sua frente. Pincelava os mínimos detalhes enquanto mordia o lábio inferior, uma grande mania sua que nunca ao menos havia notado. Seus olhos estavam concentrados na grande árvore, tanto a pintada na tela como a plantada na outra rua, e seu corpo relaxado enquanto cantarolava.

Foi quando o tilintar dos sinos fez-se presente, e Taehyun borrou uma folha.

Respirou fundo, espiando pelo lado da tela, avistando um garoto, provavelmente de sua idade, de cabelos pretos com mechas loiras, compridos até o ombro e cobertos por uma touca preta. Após este retirar a máscara descartável de seu rosto, Taehyun reparou em sua feição impecável e angelical. O pintor quase engasgou, levantando-se enquanto limpava as mãos no avental, logo retirando os fones de ouvido. — Boa tarde? No que posso ajudar?

Os olhos do garoto perfeito em sua frente brilhavam à medida em que observava o local boquiaberto. Seus olhos passeavam pelos detalhes de madeira eucalipto e os diversos cavaletes espalhados pelo espaço. Haviam pingos de tintas de diversas cores dispersos nas paredes e nos vidros, trazendo cor e vida consigo. Algumas telas estavam emolduradas na parede, já outras penduradas em um grande fio da vitrine. O garoto suspirou, sentindo o ambiente invadi-lo.

— Que foda. — riu. — Eu gostei desse lugar.

— Obrigado... — sorriu, envergonhado.

— Você que pintou tudo isso? — estava de queixo caído e Taehyun teve que segurar o riso, achando extremamente adorável.

— A maior parte, sim. Algumas obras pertencem ao meu avô, mas eu não as vendo. — observou-o o olhando atencioso, enquanto os olhos brilhavam em excitação.

— Uau, você é bem talentoso! Ah... me desculpe, esqueci de perguntar o seu nome.

— Kang Taehyun, prazer. — juntaram as mãos em um comprimento, e o Kang estranhou a quentura do toque do outro. — e como é o seu nome?

De admiração, a expressão do mais alto mudou para um misto de confusão e indignação.

Suspirou, comprimindo os lábios em uma demonstração de tédio. — Certo. Isso — apontou para o moreno — não vai funcionar, bonitinho.

Taehyun o olhou confuso, ainda assim corando pelo apelido repentino.

— Estou falando sério. Pare com isso. — insistiu, e Taehyun arqueou mais ainda as sobrancelhas. Surpreso, o de mechas loiras o fitou intrigado. — Você realmente não sabe quem eu sou?

— Não?! Eu deveria?

— Ah... hum... me desculpa... bem, meu nome é Choi Beomgyu.

O nome não era estranho na mente de Taehyun, recordava-se vagamente de tê-lo escutado em uma das vezes que Soobin tagarelava enquanto o mais novo pincelava uma tela. Os dois agora entreolhavam-se com sorrisos acanhados, um silêncio um pouco desconfortável presente no local, logo quebrado pelo pigarreado do Kang.

halcyon days | taegyuOnde histórias criam vida. Descubra agora