Sakura Precisava de Leite Fresco

Único

Na praça de alimentação da faculdade, sentada em uma mesa de canto e quase entrando em completo desespero, Sakura estava junto com sua melhor amiga: Ino. A moça loira pintava suas unhas tranquilamente com esmalte vermelho enquanto ouvia as reclamações e resmungos de Haruno, que só não chegou ao ponto de se descabelar porque estava em público.

— Eu não sei o que fazer, Ino. Acho que vou chorar — choramingava ela, enquanto massageava com a ponta dos dedos sua têmpora. — Não tem nenhum garoto na minha turma e agora as meninas tem que se virar pra conseguir uma amostra pra aula de espermograma.

Até o momento, Ino tentava acalmar sua amiga sem saber o real motivo de Sakura ter saído da aula atônita e com quase sua alma saindo pela boca. Mas, agora que sabia o porquê, a loira não conseguiu conter a gargalhada.

— Meu Deus, Sakura, você tá desesperada porque precisa de esperma — Ria a loira com lágrimas nos olhos, dando pequenos tapas nas próprias coxas. — Eu tô morrendo!

— Fala baixo, Ino! Pelo amor de Deus — repreendeu Sakura, olhando envergonhada o entorno lotado de alunos de forma desconfiada. — É nesses momentos que me arrependo de ter escolhido biomedicina!

Aos poucos, o ataque de riso da Yamanaka foi sumindo, embora sua barriga ainda doía um pouco, e agora ela encarava a expressão emburrada de sua amiga de cabelos cor-de-rosa.

— Desculpe, Saky, mas não é todo dia que sua amiga tá querendo porra pra algo não sexual. Ainda bem que eu curso Publicidade e propaganda. Por essa humilhação eu não passo. — Brincou ela, passando acetona em uma unha borrada. — Não tem como, sei lá, pedir para amigos?

— Esse é o ponto, eu não sei como fazer isso sem sentir que vou morrer de vergonha — Sakura sentia calafrios só de pensar nisso. — O triste é que eu nem tenho escolha, porque vale nota.

— Eu poderia até pedir para o Sai, mas certeza que ele iria querer dinheiro em troca e não esqueceria tão cedo... — propôs a loira de "usar" seu ficante de anos, que todo mundo já considerava um namoro, menos os dois.

— Ele não tem filtro. Certeza que ele iria contar pra todo mundo na primeira semana, aquele fofoqueiro — Sakura apenas torceu o nariz em desgosto.

Ambas ficaram sem opções.

— Olha ali a Hinata! — exclamou Ino, balançando os braços para chamar a atenção da Hyuuga distraída que vinha pelo corredor carregando um Vade Mecum imenso. — Chega mais.

Hinata se aproximou das amigas e sentou-se junto a elas, desejando animadamente um "Bom dia, meninas".

— Hina, eu tô com um probleminha aqui e aí a gente gostaria de saber se tem como você pedir para o Naruto um pouquinho de esperma — com o rosto quente, a Haruno perguntou sem rodeios. — É apenas para fins educacionais.

Em poucos segundos, as duas viram o rosto pálido de Hinata variar de cor rapidamente; roxo, verde, amarelo, vermelho. Elas sequer sabiam que um rosto poderia adquirir tantas cores assim. A Hyuuga abria e fechava a boca sem saber o que dizer e como formular alguma frase coerente.

— E-eu pedi-dir... do N-naruto-kun? — gaguejou, nervosa.

— Saky, a Hina não consegue ficar perto do Naruto sem desmaiar. Ela não vai conseguir — cochichou Ino.

— Não é verdade — protestou Hinata timidamente, brincando com os dedos indicadores. — Ontem a gente ficou de mãos dadas sem eu desmaiar.

— Parece que a relação está progredindo, vocês são tão fofos — incentivou Sakura, dando um sorriso.

— Hina, você disse que queria ter dois filhos, é bom que a Saky vai logo ver se o Naruto é fértil ou não — A Yamanaka brincou.

— A-acho que é melhor me preocupar com isso quando a gente casar — A garota enrolava uma mecha do cabelo negro e estava mais vermelha que um tomate.