Espelho, espelho meu...

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- O que você está fazendo de pé a essa hora? - Ryan pergunta coçando seus olhos.

Eu levei um tremendo susto, achei que naquele horário só eu estava acordada, além do mais, eu tive o maior cuidado do mundo para que ninguém acordasse.

- Bom, eu estou escrevendo a receita e vendo o que eu preciso pegar na floresta.

- Posso ver a receita? - ele pergunta meio sonolento.

Eu assenti e entreguei o papel para ele. Fiquei um pouco nervosa, porque o Ryan tem o paladar muito aguçado para doces, e nem preciso mencionar que ele entende bem do assunto.

- Olha na teoria vai ficar perfeito. Boa sorte, maninha. - Ele me abraça e volta para o quarto.

Eu queria ter aproveitado mais o abraço, mas minhas obrigações não estão me permitindo respirar, quem dirá apreciar algo. Assim que terminei o meu cronograma, sabia que eu não poderia demorar muito para pegar as coisas na floresta. Eu pego minha cesta e caminho até a floresta para pegar outras coisas que preciso.

Enquanto eu caminhava na floresta à procura dos ingredientes, uma senhorinha me encontra e vem falar comigo.

- Bom dia Lauren- Ela me cumprimenta com um sorriso meigo.

Eu tento buscá-la na minha mente, até porque ela sabe o meu nome, mas nada me vem à cabeça e estranhamente ela é a primeira pessoa que eu vejo vagando por aqui.

- Oh, não precisa se preocupar, te vejo caminhando e cantarolando por aqui com bastante frequência.

Eu me sinto muito espiada. Como ela me vê aqui com tanta frequência sendo a primeira vez que eu a vejo?

- Bom dia, senhora - eu digo com a voz trêmula.

- Pra quê formalidade? Pode me chamar de Rosetta.

- É um prazer, Rosetta - Eu falo um pouco mais crente no que eu estou vendo.

- Estou vendo que você está pegando frutinhas, mas sua cesta está tão vazia

- É, a maioria das frutinhas ainda estão verdes, eu só achei essas que estão maduras

- Ah, foi porque você não procurou direito, aqui perto da minha casa tem várias que estão madurinhas, você pode pegar o quanto precisar - Ela pega na minha mão e me acompanha mais um pouco ao fundo da floresta.

Eu nunca ultrapassei o limite da estrada de pedrinhas por medo, mas agora que eu ultrapassei me arrependo de não ter vindo aqui antes. Os pequenos raios da manhã atravessam as folhas alongadas das árvores, os pássaros voam de forma majestosa, o perfume doce das flores tomam conta do lugar.

- A primeira vez que eu pisei aqui na minha juventude eu também tive apreço por esse lugar - Ela fala como se estivesse dentro da minha mente.

- Nossa, aqui é maravilhoso - eu falo empolgada

- Me arrisco a dizer que esse lugar é de outro mundo- Ela fala com um brilho no olhar no qual eu não ousaria duvidar o quanto ela realmente gosta daqui.

Ela me acompanha até sua casa, o caminho é bem curtinho e menos íngreme. A dona Rosetta teve o cuidado e o capricho de deixar o caminho planificado e plantar florzinhas ao seu redor.

- Pegue quantas quiser, não tenha vergonha

Eu começo a colher as frutas, nunca pensei que meus olhos veriam tanta abundância fora da época das frutinhas.

- Ontem eu vi você resmungando com os animais sobre um suposto casamento que lhe arranjaram...

- É, realmente eu estava. Meu pai inventou de me arranjar um casório com um rapaz muito promíscuo... O engraçado que eu olho a vida dele de bebidas e mulheres e tudo que eu sinto não passa de pena.

A Cinco Passos Da Joia MágicaOnde histórias criam vida. Descubra agora