Para a felicidade do locutor amador, o primeiro sábado do mês de julho foi chuvoso — um belo descanso após tantos dias de Sol. Sendo seu dia de folga, poderia aproveitar para dormir o dia inteirinho e gravar seu podcast bem mais longo que o usual — aproveitando o som de fundo da queda das gotas de chuva. Plano perfeito, não? Curtir o friozinho gostoso, o barulhinho da chuva… uma pena que tudo foi descarga abaixo por conta de um certo rapaz que lhe atazanava desde meados de maio — “atazanar” com muitas aspas, no caso.
Baekhyun bateu na porta de seu apartamento antes do horário do almoço — o que não se faz em um final de semana —, carregando uma sacolinha com cervejas e outra sacola com vários tipos de salgadinhos, de todos os sabores e tamanhos. Aquele homem estava inspirado a derrubar tudo que havia programado quando propôs uma maratona de todos os filmes antigos da Disney — algo impossível de recusar, diga-se de passagem. Chanyeol tinha sim condições e vergonha na cara o suficiente para enxotá-lo de seu apartamento e voltar para a cama, porém, ao ver o sorrisinho animado do Byun, sua resposta foi tudo menos negativa. Somente queria agradá-lo, então abriu as portas da sua casa e cedeu sua smart tv para que pudessem ter uma longa tarde assistindo filmes.
Assistiram, sentados no tapete felpudo do Park, todos os filmes possíveis, de Camp Rock à Programa de Proteção para Princesas — o preferido de Baekhyun. Cada música de cada filme foi muito bem representada pelos falsetes do gerente e a voz grave do juiz, sequer pareciam dois marmanjos de meia idade.
Quando o Byun finalmente cansou, pediu dengoso para o Park colocar algumas músicas para eles cantarolarem — óbvio que o juiz cedeu, ele sempre cedia às carinha do gerente. O dia já estava acabando, porém, a animação do menor elevava-se exponencialmente, puxando o maior preguiçoso para entrar na diversão de cantar os clássicos dos clássicos consigo.
— And I will always love you…! — Soltando seu high note afinadíssimo, o menor puxou para longe a colher/microfone de madeira que estava segurando.
Ele arrasava demais.
Maravilhado, o juiz observava toda aquela performance particular. Não era lá a coisa mais “apresentação do super bowl”, mas era intenso e bonito, com algumas notas servindo de alívio cômico. Era, decerto, fascinante como a voz de ambos se encaixavam muito bem e fariam um bom dueto… Bom, não era somente a voz do gerente que era fascinante, em um todo, ele era diferente de uma forma boa.
— Sua voz é bonita… — Chanyeol confessou sem perceber.
Se antes já respirava precariamente por conta do esforço, o pulmão do Byun fez questão de parar. Era sempre assim quando Chanyeol lhe elogiava, sua respiração ficava escassa e seu coração disparava.
Baekhyun estava tremendamente apaixonado por Chanyeol, Park Chanyeol. Esses dois últimos meses que passou ao seu lado, pôde distinguir bem quem era o locutor e quem era o juiz, gostando muito de cada uma daquelas facetas, elas eram tão… apaixonantes… bonitas… diferentes. Chegava até ser engraçado, também, em como elas se completavam, em como Chanyeol mostrava-se sim como Loey muitas vezes e como o próprio Loey comportava-se como o Park.
Caralho, estava ficando sufocado por não conseguir dizer aquilo para Chanyeol. Queria gritar: “porra viado, eu gosto muito de tu e dessa tua bunda murcha. Me beija!”, mas tinha tanto medo de cagar no pau e confundir o Park ou transformar uma simples frase em um trava língua.
Morria de medo de estragar tudo.
Então, todos os dias em que a vontade de estourar aquele sentimento surgia, ele concentrava-se em abraçar muito Chanyeol, para que seus gestos demonstrassem alguma coisa — porém, aquele homem estava mais para uma mula! Ele não notava nenhum dos trezentos sinais que o gerente dava.
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Sonha Comigo
Fanfiction"Boa noite, sejam bem-vindos ao Sonha comigo". Essa era a frase mais proferida por Park Chanyeol, um locutor amador que fez de suas noites insones um podcast diário no Spotify. Das noites desperto, Byun Baekhyun descobriu que conseguia finalmente do...