Eu provavelmente terei que pagar algumas multas de trânsito depois dessa noite, pois não parei em sinal algum, e também nem me dei ao trabalho de ver se tinha estacionado em local adequado. Mas óbvio que eu não vim correndo igual uma louca desvairada. Afinal, meus três amores estavam comigo, jamais faria algo que colocasse a vida deles em risco. Olho em volta assim que adentro o hospital, o ar gélido colidindo contra meu corpo, fazendo-me estremecer um pouco e abraçar a mim mesma em busca de me aquecer. Nem peguei um casaco. Droga, será que minha esposa e meu filho estão com frio? Eu deveria ter me preparado melhor para esse momento, sou uma péssima mãe e esposa.
— Por favor, eu preciso de ajuda, minha esposa está entrando em trabalho de parto e ela está me esperando no carro, preciso que alguém busque-a.
Começo a falar sem parar assim que chego até a recepcionista no balcão, ela demora alguns segundos para assimilar o que eu disse. Estou tão nervosa que nem consigo falar direito, devo estar parecendo uma psicopata. Olho por cima do ombro em direção a porta, sentindo vontade de correr e voltar para perto de Sarah. Será que ela está sentindo alguma dor?
— Um enfermeiro irá lhe ajudar, senhora. Peço que fique calma, sua esposa precisará de você.
— Obrigada. – agradeço a moça, que nem ao menos me dei o trabalho de perguntar o nome, para logo acompanhar o rapaz asiático que se aproximou de mim com uma cadeira de rodas. — Você acha que o bebê pode escorregar para fora quando ela levantar?
Pergunto ao rapaz, que sem nem ao menos parar, olha-me como se eu tivesse três cabeças. Mantenho minha expressão apavorada, ouvindo-o soltar uma baixa risada. Qual é a graça, idiota?
— Mommy, a mamãe está chorando!
Ouço a voz de Louis e arregalo os olhos, acelero os passos e vou na direção do carro. Mesmo de longe vejo minha esposa curvada para frente, com a cabeça apoiada no painel do carro. Meu coração dispara dentro do peito, apenas o fato de saber que ela pode estar sofrendo com as dores me deixa mal. Queria poder sentir essa dor em seu lugar. Abro a porta do carona, o som desperta a atenção de Sarah e ela olha para mim. Seus olhos verdes cheios de água, as bochechas vermelhas e os lábios retorcidos, formando um pequeno bico.
Essa cena seria adorável de se admirar, se ela não estivesse prestes a dar à luz.
— Está sentindo alguma dor, amor? – Ela concorda com a cabeça. O enfermeiro se aproxima e eu dou espaço para que ele possa pegar Sarah. Fico apreensiva, controlando a vontade de colocar a mão por debaixo de seu vestido. Nunca se sabe, né? E se nossa filha resolver sair antes da hora? — Eu vou ficar ao seu lado, não vou sair daqui.
— Não me deixe, por favor.
— Eu não vou. – Garanto e seguro suas mãos, entrelaçando nossos dedos. — Amor... – Mordo o lábio ao senti-la apertando meus dedos, aumentando gradativamente a força. Meu rosto se contorce em uma careta de dor. Puta merda, ela é forte! — Você vai quebrar meus dedos.
— Está doendo. – Ela diz sob um sussurro, choramingando. Olho para o enfermeiro e aceno com a cabeça, lhe dando permissão para levá-la. — Você não vem? Eu não quero ficar sozinha. Por favor, Júpiter.
Sorrio para ela, apoiando as mãos em seus joelhos antes de me inclinar para frente e selar nossos lábios. Sarah agarra meu rosto e aprofunda o beijo, parecendo desesperada.
— Eu já vou, tenho que fechar o carro e avisar o pessoal. – Seco suas lágrimas com meus polegares, depositando um beijo na ponta de seu nariz. — Não comece sem mim.
— Idiota.
Afasto-me dela, observando-a enquanto o enfermeiro a leva para longe de mim. Meu olhar se volta para Louis, ele está parado abraçando seu próprio corpo, os olhinhos brilham confusos. Suspiro, aproximando-me dele. Abaixo em sua frente, soltando seus braços para poder segurar suas mãos. Ele prontamente agarra meu pescoço, sinto-o erguendo a perna e levanto-me do chão, pegando-o no colo e fazendo-o envolver suas pernas em minha cintura.
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Stupid Wife || Sariette ADP • CNT
Fanfiction[ ADAPTAÇÃO ] O LIVRO DESSA FANFIC JÁ ESTÁ DISPONÍVEL PARA COMPRA NO SITE DA: editoraeuphoria.com.br <3 × × × Você já se imaginou casada com alguém que nunca suportou na vida? Juliette também nunca havia imaginado isso, muito pelo contrário. Era pa...