Capítulo 1; O Desenho Pervertido.

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“E quem disse que eu preciso pagar por essa porra?"

Uma mulher miúda de cabelos ruivos gritava estridente no caixa, reclamando que o caixa tinha lhe dado o troco errado, e ainda por cima o acusava de ter lhe entregado o produto errado. O garoto tentava acalmá-lá, mas a mulher era inrrelutante e sempre o agredia com palavras toda vez que o garoto tentava lhe acalmar.

"Ninguém senhora. Por favor..." O garoto pedia calmamente, já sentindo uma raiva brotando dentro de si, e uma vontade imensa de começar a xinga-lá.

"Por favor um caralho, enfia esse caralho de "por favor" no seu cu! O atendimento daqui é péssimo! Aqui eu nunca mais vou por o pé!"

"Tudo bem, tudo bem, o segurança vai levá-la a porta." Dito isso, o garoto se virou e andou o mais rápido possível para longe da mulher, como se tivesse medo que ela grudasse em seu pé.

Indo em direção aos fundo, o garoto se senta na calçada e respira fundo.

"Puxado né?"

Vinícius, o gerente aparece e se senta ao lado de Yan Feng, o mesmo se inclina para trás e desaba em palavras.

"Completamente! Eu rezo de todo o meu coração para que Guilherme volte logo a trabalhar! Isso aqui é um mercado disfarçado de inferno!" O garoto se mexe ativamente enquanto fala, lembrando de todos os momentos de sufoco que passou ali nessas poucas semanas.

Guilherme era o seu melhor amigo, e por causa de uma competição idiota, quebrou a perna e ficou impossibilitado de trabalhar. Yan Feng estava desempregado já fazia um tempo, então a oportunidade de trabalhar no lugar de Guilherme lhe caiu bem, pelo menos foi isso Yan Feng pensou.

"Calma, não é tão ruim assim." Vinícius põe a mão em seu ombro e da um sorriso de 'força amigo'.

Yan Feng o encara incrédulo e com raiva. Yan Feng já estava surtando, então não faria mal armar um show aqui. "Você fala isso porque já está acostumado! E também, só fica dentro daquele escritório sem interagir com ninguém!"

Vinícius era aquele típico introvertido simpático que vivia no seu próprio plástico bolha, e se negava a ser forçado a interagir, até mesmo porque, ele é péssimo em interação. Ficando nervoso a cada momento e acaba tendo uma crise de pânico a cada vez que um cliente vem perguntar a ele onde fica tal setor, ou qual é o preço daquele produto. "Está bem, está bem! Você tem razão."

Vinícius se levanta arrumando o seu óculos e se vira. "Vamos fechar, você vai querer ajudar?"

"Você vai me liberar mais cedo?"

Não fazia muito tempo que Yan Feng e Vinícius se conheciam, mas com o jeito extrovertido do Yan Feng, e sua personalidade sociável, Yan Feng conseguiu construir uma amizade desleixada porém boa com Vinícius. "Você teve um dia corrido, vá para casa."

"Eu diria que te amo, e pularia em você para um abraço." Yan Feng se estica e o encara de rabo de olho, sem virar a cabeça. "Mas essa última cliente me fez esgotar todas as forças de energia. Adeus Vini."

Yan Feng se levanta e anda em direção ao portão dos fundos. Vinícius continuou o encarado com algum tipo de contemplação e insegurança. Yan Feng as vezes achava que Vinícius gastava dele. Mas esse pensamento passava paralelamente algumas vezes pelo seu cérebro. Vinícius não aparentava ser gay, e se fosse, seria um gay encubado. Yan Feng as vezes o provocava, lançando olhares provocativos ou o abraçando e sussurrando coisas em seu ouvido, e talvez alguns flertes e cantadas. Mas nada de muito sugestivo como "eu quero ir para cama com você". Pelo menos era isso que a voz na cabeça de Yan Feng falava, é apenas uma brincadeira, fala ela.

A Luɑ Estά Pendurɑdɑ No Céu (𝕋𝕙𝕖 𝕄𝕠𝕠𝕟 ℍ𝕒𝕟𝕘𝕤 𝕀𝕟 𝕋𝕙𝕖 𝕊𝕜𝕪)Onde histórias criam vida. Descubra agora