-Pai eu não quero saber. Eu não vou pegar a empresa, eu não quero mexer com isso. - Repito pelo que parece ser a milésima vez passando as mãos pelos meus cabelos.
-Hyunjin pelo amor de Deus dança não vai dar em nada! Você não vai conseguir nada desse jeito.
-Você sabe muito bem minhas condições. - Digo sentando na minha cadeira na empresa que meu pai tanto quer que eu herde e comande por ele. Olho para a vista do céu escuro de Nova York com todas as suas luzes. Eu amo essa cidade. A chuva fina caía do céu e ouço meu pai suspirar do outro lado da linha.
-E você sabe as minhas. - Ele disse.
-Me deixe dançar. - Digo me apoiando com o braço na cadeira.
-Fique longe dele é só isso. - Minha cabeça gira e uma lágrima desce pelo meu rosto.
-Ok. - Digo antes de desligar a ligação. Volto a cadeira para a mesa, apoio minha cabeça em minhas mãos e suspiro. Não acredito que concordei com isso. Pego a caneta preta no porta-canetas e pego o contrato que estava em minha mesa a semanas. Assino meu nome na linha preta e continuo na mesma posição. Vejo uma lágrima descer e cair em cima do papel, manchando minha assinatura. Solto o ar e levanto jogando a caneta na mesa e indo até o elevador. Entro no elevador com duas paredes de vidro e me olho no espelho. Eu estava acabado. Meu cabelo curto estava todo bagunçado e nojento já que não o lavo a dias. O terno que eu usava estava sujo e a gravata estava a horas solta do meu pescoço apenas apoiada em meu peito. A blusa colorida de baixo estava amarrotada e minhas pernas doíam. Chego no andar acima do meu e sinto o vento gelado bater em meu rosto. Ando pelo heliponto em cima do prédio que agora estava em meu nome junto com a empresa multibilionária de meu pai doente de câncer. Ando até a ponta e me sento com minhas pernas soltas nos mais de 200 metros acima do chão. Olho para a cidade completamente iluminada a essas horas da noite e solto um suspiro vendo o ar quente sair e se mesclar com o ar gelado. Fecho meus olhos e deito minha cabeça para trás sentindo os finos pingos de chuva caírem em meu rosto. Fico assim por não sei quanto tempo. Abro meus olhos e volto a encarar a cidade. Pego o maço no bolso interno do meu terno e abro o mesmo pegando o cigarro em meus dedos longos e finos e o isqueiro. Coloco o cigarro entre meus dentes e o acendo tragando sentindo a nicotina entrando em meus pulmões. Solto a fumaça e aproveito o vento gelado que batia em meu rosto. Dou mais uma tragada e continuo me repreendendo por o que tinha aceitado em minha cabeça. Quando estou terminando o cigarro sinto alguém sentar ao meu lado e não preciso pensar muito para saber quem era. Solto a fumaça e jogo o cigarro o deixando cair até o chão. Pego outro cigarro e me viro para o homem ao meu lado. Ofereço o cigarro entre meus dedos sem dizer nada, apenas com minhas sobrancelhas levantadas. Ele faz um pequeno movimento de cabeça e eu coloco o cigarro entre seus lábios e pego o isqueiro acendendo o cigarro o pegando entre meus dedos e tragando o mesmo. Seguro em seu maxilar levemente e chego seu rosto perto do meu passando a fumaça para sua boca. Dou mais uma tragada e devolvo o cigarro em seus dedos. Ficamos em silêncio por um tempo apenas aproveitando a companhia um do outro quando viro para ele.
-Eu aceitei o contrato me-
-Tá tudo bem Jinnie. Eu te entendo. Eu sei que é o que você precisa fazer. Talvez só não era para gente ser. - Ele diz e volto a olhar para frente. Apoio minha mão direita em nosso meio e suspiro.
-Me desculpa Felix. -Digo sem olhar para ele. Doeria mais.
-Tá tudo bem Jinnie. - Ele fala e sinto um peso sair de minhas costas mais meu peito doer. Sinto sua mão na minha e sorrio. Realmente talvez só não fosse para ser.
We were too close to the stars
I never knew somebody like you
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Soulmates (Hyunlix)
RomanceTá tudo bem. Eu te entendo. Eu sei que é o que você precisa fazer. Talvez só não fosse para ser.