Prólogo

537 54 155
                                    

Em ruas escuras e desertas, apenas a luz do luar ilumina os becos úmidos e vazios da cidade de São Francisco.

Passos podem ser ouvidos. Alguém se aproxima. Uma mulher, jovem e bela, corre desesperadamente pelas calçadas de uma cidade que deveria ser muito populosa. 

Ela possui cabelos castanhos escuros como a noite sombria que a atormenta. Olhos castanhos claros, pele branca em um tom bronzeado e um queixo curto, que em dias melhores, pudesse lhe dar certa confiança.

Sua aparência era magra e fraca, como a de alguém que não come uma refeição decente por semanas. Seu vestido branco se mostra sujo e rasgado. Além disso, está exausta. O suor pingando no canto da testa indica uma fadiga sem fim.

A pergunta é: Do que ela está fugindo?

Ela vira a esquina no beco mais próximo. Péssima ideia. Mais passos tomam velocidade atrás dela. Uma perseguição que certamente se estendeu por várias horas, agora deve ter tomado o seu fim. Ou pelo menos, foi isso o que ela pensou.

Ela gritava por ajuda repetidamente, mas não era atendida. Escutou um tiro acertar uma caçamba de lixo no canto superior esquerdo. Porém, continuou correndo sem nem ter tempo de respirar. Enquanto isso se prossegue, o beco  se torna visível. Ele divide uma loja de discos antigos e os fundos de uma fábrica abandonada nos subúrbios da cidade. O endereço não parece ser descrito ao certo, mas certamente é um lugar muito afastado do norte da Califórnia. 

Isso explicaria o silêncio alheio? Ou a adrenalina impede a pobre jovem de localizar uma saída do perigo?

A mulher cessa a corrida por um período que pode ser fatal, mas não tem escolha. Seus olhos percorrem o local em busca de uma saída. O beco é bloqueado por uma parede de concreto, que se estende a frente de um prédio de 3 andares, ao lado da fábrica. Indicando que a única saída é entrando. 

Apesar disso, a jovem permanece imóvel. Como se estivesse sentindo que não deveria entrar naquele lugar. Era arriscado demais, ela pensou. 

E se fosse um erro estar aqui? E se toda essa perseguição fosse uma armadilha para trazê-la até essa fábrica? Não seria a primeira vez... 

Mas quais são as suas próximas opções? Ficar ali e esperar o perseguidor se aproximar para finalmente morrer ou, quem sabe, dar a sorte de entrar na loja de discos e pedir ajuda? Toda recepção tem um telefone. Retornar o caminho para e depender da sorte para chamar socorro é suicídio. Ele está chegando mais perto. São muitas perguntas para vários fins cruéis. 

Não há tempo para pensar. Ela entra na fábrica.

O lugar era mais ou menos o que poderia se descrever como um armazém abandonado. É empoeirado e com espaço para fazer uma venda de garagens que garantiria muitos lucros. Os andares estão cheios de máquinas de tecelagem, tricô, lã. Também há muitos daqueles aparelhos que as costureiras utilizam para fazer cachecóis chiques. O que faz dali uma antiga fábrica de roupas.

Bom, talvez isso o atrase um pouco — deduziu a mulher.

A porta de saída fica do outro lado do armazém. Isso significa que ela terá que passar por todas essas máquinas de costura e objetos pontiagudos, a fim de chegar numa segunda rua deserta.

Ele acelerou os rápidos. Ela não tem muitas opções em aberto. Então, antes que pudesse pensar em uma ideia burra como se esconder no meio de uma perseguição, ela pensou em algo intrigante: objetos pontiagudos podem ser usados como isca.

Seus olhos observaram, em uma fração de segundos, uma roda de fiar antiga à sua esquerda e um grande aparelho que separava lã em linhas finas de tecido, à direita. Há uma caixa de fusíveis ao lado da saída. 

Mente Fatal (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora