... Ei Sarah, você é tão linda, esses seus cabelos ruivos,que me encantam quando brilham ao sol... Suas sardas, seus olhos tão lindos quanto esmeraldas... Eu te amo.
... Eu queria ter os seus olhos azuis mamãe.
... Quer ouvir uma canção? Ela começa assim...
—Sarah Parker, sua vez.— Disse sua professora.
Sarah se levantou indo até a frente da sala, segurando apenas uma folha em sua mão, estava nervosa e era possível notar, então ela fechou os olhos respirou fundo, abrindo os novamente então começou a ler o que estava em seu papel.
—'Os mesmos azuis à cantar e a me fazer sonhar,
brisa suave porém quente que invadia o campo espacial, as luzes com um brilho alegre clareava o caminho escuro e frio, a água fresca que passava pelo meu pé, sentia seu efeito em todo meu corpo, em meu complexo ser, a voz que me chamava já não mais existia, substituída pelo triste arrependimento, o qual não estava mais ao meu alcance.'
—Muito bem Sarah. — Disse sua professora.
—Será que os remédios funcionam pra ela para de ouvir vozes. —Disse uma garota ao fundo da sala, outros alunos riram reagindo ao que fora dito.
…
Quem é Sarah Parker?
"somos moldados a ser o que somos, através de nossos hábitos, ambientes, relacionamentos e de nossa essência em puro estado" -!!/?
'Sarah, ela não é normal, uma garota muito especial, gentil e muito esperta.' — Era o que seu avô sempre dizia sobre ela nos almoços, jantares ou reuniões que chegassem no assunto.
Mas em menos de um ano ela perdeu duas pessoas muito importantes para ela, não só seu avô mas também sua mãe, que estava grávida de sua irmã, ela não resistiu ao parto, e bom… O bebê também não. Seu pai sofreu muito depois do que ocorreu, e não deu muita atenção a sua filha que também não estava bem. Eles se mudaram porque seu pai não aguentava viver na mesma casa a qual partilhava com sua esposa. Agora que que só moravam os dois juntos e sozinhos, cada um com sua dor e sofrimento.
...
Assim que soou o sinal sarah estava saindo sua professora a chamou e lhe disse:
—Sarah, eu adorei o que escreveu, queria que fosse a biblioteca nas quartas à tarde, acho que vai gostar. Podemos trabalhar esse texto e outros que você queira trazer.
—Sim senhora, muito obrigada.
…
Uma quarta-feira amanheceu para Sarah que se arrumava para sua escola, em alguns dias seletos da semana seu pai dava carona para a escola, porém hoje não era esse dia, assim que terminou de se arrumar subiu em sua bicicleta e pedalou assim como em um filme indie até a escola, ela não ouvia música enquanto pedalava, tinha medo de sofrer algum acidente, porém a cidade tem um trânsito calmo, mais uma à lista de paranoias de Sarah… Mas a tecla que batia em seus pensamentos era se ela iria ficar depois da escola para oficina de sua professora, ela exalava medo de mostrar mais de seus trabalhos, ainda mais para pessoas à quem ela não conhecia. Nem mesmos os assuntos em biologia das primeiras aulas foram capazes de fazê-la pensar em outra coisa.
Sarah saiu da sua última aula, com sua mochila nas costas, e andando bem devagar, por achar que não havia escolhido se iria participar da oficina. Esbarrou com a professora saindo da sala.
- oi Sarah.
- oi professora
- você vai participar da oficina?...
- é ... E-eu não sei...
- vamos vai ser legal, eu prometo.
- ok.
- vamos está indo para biblioteca.
Chegando à biblioteca, avistou outros alunos que faziam parte da oficina, que não eram muitos, eram cerca de nove presentes, agora dez com a Sarah, a professora à apresentou, e para sua surpresa reagiram muito bem, com sorrisos e direito a estalinhos de dedos. Sentou se rapidamente, alguns alunos começaram apresentando algum de seus textos. A professora chamou Sarah a frente, mas ela disse que não tinha nenhum texto preparado para apresentar.
