Between The Justice And Love Vol 1

I lived in your chess game

August

Eu passei a noite no hospital observando Luke, ele não havia acordado ainda, isso me deixou em um estado de alarde. Luke nunca foi um menino quieto, na verdade a um tempo recebemos uma notificação da escola falando que ele não presta atenção na aula, que sempre está mudando de assunto durante as aulas, às vezes até começa comentar sobre coisas que não tem a ver com a matéria e algumas vezes comentava sobre a família ou sobre o espaço ou sobre qualquer coisa que não interessava a professora. Eu e mamãe já observamos que Luke tem esse problema de interesse e atenção, mas nunca levamos a sério, afinal crianças são agitadas, mas quando a escola começou a notificar a gente, começamos a nos preocupar e então pedimos uma explicação a psicóloga de Luke que nos informou depois de vários suspiros sinistros que Luke tem TDAH (Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade), uma coisa que ela nunca nos disse esses anos todos.

Depois que descobrimos isso tivemos que explicar a professora que entendeu toda situação e prometeu a lidar com isso melhor. Luke caiu daquele maldito parapeito provavelmente achando que voava ou qualquer coisa assim, a verdade é que não sei o que ele pretendia com aquilo, por que Luke é inteligente o suficiente para saber que parapeitos, telhados, não são seguros, quer dizer, ele mora em um apartamento e nunca tivemos que nos preocupar com a altura ou as janelas. O que torna tudo esquisito. Não quero achar um motivo só quero que ele fique bem.

Ontem o médico veio e nos informou que ele bateu a cabeça muito forte no chão e isso gerou um lesão na parte de trás da cabeça, ele nos mostrou a foto do local e eu conhecia aquela parte do cérebro, eu já tinha visto milhares dessas imagens no meu livro de psicologia. Eu ainda torço para que fique tudo bem. M,eu medo era atingir a parte do Córtex medial pré-frontal que está ligado com as emoções e o pensamento social. Eu li uma vez em um livro que um cara chamado Phineas Gage sobreviveu a uma lesão no cérebro causado por um barra grande de metal exatamente no córtex medial pré-frontal e sua personalidade de dócil passou a ser difícil. Nem gosto de imaginar meu Luke com esse tipo de lesão.

- Pode ir para casa, amor – Mamãe disse atrás de mim

- Eu não sei se conseguiria sabendo que Luke ainda está inconsciente – Olhei para ela sob os ombros. Ela estava tão cansada quanto eu. Suas olheiras ao redor dos olhos mel estavam roxas e seus cabelos estavam presos em um coque improvisado. Ela ainda estava linda, e eu admirava muito por nunca perder a pose.

- Ele ficará bem – Me entregou um copo de água. Fazia tempo que eu não tomava água. A noite inteira estava sobrevivendo de café e bolinho sem gosto do hospital

- Eu já avisei a César que não iria para ficar com Luke. Eu vou ficar aqui e você pode ir descansar qualquer notícia eu te aviso no mesmo instante – Me virei para ela

Assim que Harry saiu do hospital, César me ligou dizendo que eu já poderia trabalhar no dia seguinte, que sua mulher estava melhor e a recuperação estava indo muito bem, eu tive que lhe dar a má notícia e ele entendeu totalmente. César gostava bastante de Luke, ele o chamava de pequeno Peter Pan. Imagina tentar convencer Cesar que estava tudo bem.

- Eu realmente preciso de um banho. Eu vou, mas eu volto. Assim que ele acordar me liga – Ela ajeitou a saia

- Eu avisarei sim, não se preocupe. – A confortei

- Tchau meus amores - Mamãe deu um beijo na minha cabeça e na de Luke. Eu sei que ele podia sentir a onda de amor transmitida por aquele beijo

- Tchau mãe – Eu disse e a vi sair pela porta.

Mamãe passou a noite preocupada, o café não podia mais a manter acordada então passou a noite andando de um lado para o outro tentando se manter acordada. Tive que a convencer a dormir um pouco o que foi um trabalho muito difícil, mas enfim ela se rendeu ao sono e dormiu na poltrona cor creme ao lado de Luke e eu dormi no sofá. Às vezes pegava mamãe rezando para Apolo, transmitindo o máximo de energias positivas para Luke e eu me rendia e rezava junto. Quando acordei vi Luke mexer um dedinho o que significava um progresso, mas o médico disse que era só impressão, pois é, ele me chamou de louco assim.