Planos

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Edward

Como sempre o dia amanheceu extremamente rápido. O tempo passa totalmente despercebido por meus olhos quando estou com Bella. É impressionante como doze horas possam parecer apenas uma.

Estava feliz com a rotina reestabelecida, a mesma de antes dos recentes acontecimentos. Minha vida girava em torno de minha mulher e filha. Minhas prioridades estavam estabelecidas e não havia muito que podia ser feito para mudá-las. Não que eu quisesse mudá-las. Não mesmo.

O rosto de Bella, apesar de deslumbrante - com a fraca claridade do sol nascente que entrava pela janela de nosso quarto - também parecia relutante ao fato de que teríamos que nos levantar.

Renesmee não estava nem sequer perto de acordar. Apesar de já se terem passado semanas desde nosso encontro com os Volturi, o padrão de sono de nosso pequeno milagre ainda era incerto. Ela se cansava com facilidade e muitas vezes antes das sete da noite já estava em sono profundo. Carlisle disse que não precisaríamos nos preocupar, era normal, ela dormia em média doze horas por noite, as vezes menos, as vezes mais. Sua mente apesar de desenvolvida, era ainda muito jovem e encontrava no sono seu local de descanço, "ainda fugindo dos acontecimentos recentes" segundo Esme.

De qualquer forma, Bella e eu concordamos que apesar do padrão de sono instável de Renesmee, deveríamos acordá-la sempre no mesmo horário, com o intuito de acostumá-la a seguir certa rotina, afinal ela é apenas uma criança.

- Como estão seus sonhos? - perguntou Bella, referindo-se claramente a Renesmee.

- Embaçados, mas ainda muito ativos... ela não está sonhando nada específico. - disse acariciando seu rosto, que por mais inacreditável que possa parecer, estava ainda mais estonteante.

Bella sempre será a coisa mais linda de minha vida, a pessoa mais importante e minha prioridade número UM. Claro que agora eu tinha mais uma pessoinha a quem amava imensamente, era um amor diferente, mas tão intenso quanto o que eu sentia por Bella.

É difícil de explicar, não achei que meu coração poderia comportar tanta coisa.

O amor por minha família, por meus pais.

Carlisle era meu único e reconhecido pai, Esme como minha carinhosa mãe, meus irmãos, Jasper com seu humor mais esclarecido e recuado, Emmet sempre sincero e brincalhão, eu não poderia pedir por irmão melhor e minhas irmãs, Rosalie, e mesmo com nossos constantes desentendimentos durante o curso de nossa convivência, me amava como irmão e ela sabia que retribuía esse amor, porém nossa relação nunca será mais do que isso, do que é agora. Com Alice a coisa era completamente diferente. Aquela criatura pequena me conquistou assim que a conheci, temos tanto em comum, minha admiração por minha irmã não para de crescer.

Mas o amor que me domina por completo, faz parecer que perdi o meu chão, que consegue fazer com que meu coração morto volte a bater novamente, mesmo que figurativamente, é o amor que sinto por Bella. As palavras não bastam, não existem formas de explicar o que sinto por ela, amor arrebatador... é uma das características. Tudo, absolutamente tudo em minha vida, gira em torno dela, tudo que faço, faço pensando nela. O simples fato, dela ter que se ausentar por algumas horas para satisfazer as necessidades infundadas de minhas irmãs por compras, me deixam ansioso de uma forma que sei que não é "normal", tento não demonstrar, tento passar algum tempo com meus irmão, mais eles vêem através de mim. Emmet voltou a me chamar de maluco, como fazia quando conheci Bella, ainda está além de qualquer um deles entender o motivo de minha agitação. Sei que ela não corre os mesmos tipos de riscos que corria quando era humana, mas não conseguia deixar de me preocupar, apesar de ser apenas uma pequena parte de minha mente destinada a preocupação, por assim dizer, o que eu sentia mesmo, era necessidade de ter essa pequena, delicada e graciosa vampira por vinte e quatro horas ao me lado, sempre a tocando, para ter certeza de que não estou sonhando. Nada me deixava mais orgulhoso e em êxtase do que ver em seus olhos toda a felicidade que sentia por fazer parte dessa vida, de minha vida. Além de tudo isso, ela me presenteou com algo que nunca acreditei ser possível, estava tão certo que estaria tirando de Bella a possibilidade de ser mãe, que chegava a doer, doer profundamente, imaginava que com o passar dos anos, ela iria se sentir incompleta, pensei até mesmo na possibilidade de ressentimento por sua parte, por tirar isso dela.

Pós Breaking DawnOnde histórias criam vida. Descubra agora