Uma semana após o fiasco dos encontros com os acompanhantes, Anne estava decidida a suportar qualquer coisa que sua mãe viesse a dizer, que diferença faria mais um ano? Ela poderia tentar uma viagem para longe na próxima vez, como uma válvula de escape.
— Ela não me ligou ainda, o que é mais que estranho — disse para Erika no telefone.
— Talvez seja um sinal de desistência — supôs sua amiga.
— Meu sonho, amiga – respondeu Anne enquanto tentava equilibrar o celular ao ouvido ao passo em que fechava a geladeira com um dos pés, após retirar alguns ingredientes para fazer lasanha.
— Não me diga, vai fazer lasanha? — perguntou Erika assim que escutou a porta da geladeira.
— Como você adivinhou? — questiona.
— Você praticamente vive e respira lasanha! – Erika exclama.
— Ei, eu não vivo e respiro lasanha! – Anne rebate mesmo sabendo que estava errada. – Que culpa eu tenho se lasanha é maravilhosa.
— Claro, não esqueça de mencionar que é o único prato que você consegue fazer sem olhar para um caderno de receitas — destaca Erika.
— Falou a master chef né – ironiza.
— Óbvio, querida – Erika ri.
— Espere um pouco, tem alguém tocando a campainha – Anne avisou ao escutar o barulho vindo da sala
— Vai lá.
Anne largou as coisas sobre a bancada e pegou um pano para limpar as mãos enquanto saía rumo à porta do seu apartamento. Meio receosa em atender, pois não esperava nenhuma entrega ou visita, Anne abriu a porta devagarinho, esperando que quem quer que fosse não estivesse mas ali ou não percebesse a pequena abertura na porta.
Mas assim que entreabriu a porta, um par de olhos azuis correu até aquela fissura.
— Olá, vizinha! — saudou o belo homem.
Ainda com um pé atrás, Anne não tirou o ferrolho da porta para se pronunciar.
— Vizinho?
— Sim, do apartamento em frente ao seu.
Anne havia se esquecido completamente que Phoebe iria se mudar com o marido, isso significa que ela conseguiu ir para um lugar mais espaçoso. Agora ela sentiu-se como uma péssima vizinha por não ter se despedido.
— Ah, seja bem vindo então – sorriu sem graça.
— Obrigado. Eu posso lhe pedir um favor? – o homem perguntou.
— Ah, eu...
— É coisa rápida, eu juro — afirmou ao perceber a incerteza pairando na fala dela.
— Tudo bem — concordou no final.
— Você poderia me dar uma xícara de açúcar? Na pressa da mudança acabei esquecendo de comprar no mercado – ele informou colocando em vista sua xícara preta.
— Ah, claro – Anne pensou por alguns segundos antes de prosseguir. — Entre, espere um instante na sala — ofereceu abrindo a porta do apartamento após dar uma boa olhada no seu perfil e estatura. Ele parecia decente. E muito bonito.
Mas assassinos também são decentes até te apunhalarem pelas costas.
— Sente-se — ofereceu a ele o sofá.
— Obrigado — sorriu entregando a xícara a ela.
Anne agradeceu aos céus por estar vestida de forma civilizada para receber visitas, caso contrário, estaria totalmente constrangida sobre o olhar daquele indivíduo.
![](https://img.wattpad.com/cover/290187235-288-k761163.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um Marido para o Natal - Conto Natalino - EM BREVE
Любовные романыAnne tem uma carreira promissora no escritório de advocacia, entre uma das melhores na área trabalhista, sente-se totalmente realizada com o que conquistou, mas infelizmente, sua mãe tem uma ideia diferente do que é ser realizada na vida. Após sua i...